Jurençás!

(Addenda o 26/03/2012)
(Atualizado o 13/03/2012)
(Corregido o 29/02/2012 as 21:30)


Eis um corto de Ben Falado, esse magnífico espaço documental da Galega:



Efetivamente, os antigos testemunhos do topónimo Jurençás remetem-nos claramente ao antropónimo Gerontius, nome por exemplo dum general romano nado em Hispánia, quem chegou a nomear um imperador à sua medida alô a primeiros do século quinto. Os testemunhos antigos que conheço, dous deles já mencionados no anterior espaço, som:
  • uilla prenominata Geronzanes (1120, Carvoeiro),
  • Gironçaes (1351, Doçom), e
  • friigresia de san Pedro de Giroçaens (1274, Osseira).

Gerontius é nome que nom conheço na documentaçom galega medieval, embora conheço umha mulher de nome Geroncia num documento da Catedral de Leom, do ano 960. Assemade, Gerontius é nome empregado na Catalunha alto-mediévica (cf. o RAC I = Repertori d'Antropònims Catalans, ISBN 84-7283-277-5). Gerontius é tamém nome que tem produzido outros topónimos. Assi, Geronciana era o antigo nome de Lorenzana, em Leom (ruim castelhanizaçom dum Leonês *Yeronzana, reinterpretado como *Llorenzana < Lorenzana?). Por outra banda, suspeito que o nosso Vilaronte, freguesia e lugar do concelho de Foz, tem a sua orige no sintagma *Villa Gerontii 'Propriedade de Geróncio' > *Villaeronte (perda do /g/ intervocálico) > *Villaronte (crase do hiato) > Vilaronte. Desconheço se é etimologia já previamente proposta.

Agora, antes de entrar em matéria botade-lhe umha olhadinha a esta relaçom de topónimos e antropónimos:
Maternus: Madarnás (Carvalhinho e Cartelhe, OU) / Maderne (Fonsagrada e Lourençá, LU)
Maurecatus: Morgadáns (Gondomar) / Morgade (moitos, por todo o país)
Octavius: Oitaváns (despovoado, Val do Dubra, AC) / Oitavém (Fornelos de Montes, PO)
Guldericus: Guldrigáns (Cúntis, PO) / Guldriz (vários)
Bertamirus: Bertamiráns (Ames, AC) / Bertamil (Gontim e Friol, LU; Carvalhinho, OU)
Salamirus: Samiráns (Laracha, AC) / Samil (moitos)
Ranamirus: Ramiráns, Ramirás e Ramiláns (vários) / Ramil (moitos)

~o~o~o~

Voltemos à Lorenzana leonesa. Deriva do sintagma latino villa Gerontiana, onde Gerontiana é um adjetivo derivado do nome Geróncio por médio do sufixo -ana. A toponímia desta forma está espalhada penso que por todo o mundo romano, sendo bem conhecida e frequente na Espanha. Temos por exemplo, e sem pretender ser exaustivo:
  • Áraba: Maturana, Antoñana, Erdoñana, Krispiñana, Mandojana, Leziñana, de nomes como Maturus, Antonius, Ordonius, Crispinus, Mandonius e Licinius.
  • Ávila: Constanzana, Muñana, de Constantius, Munius
  • Badajoz: Orellana, de Aurelius
  • Burgos: Bascuñana, Cantabrana, Moriana, Montañana, Solarana, Martijana, Leciñana, de Basconius, Cantaber, Maurus, Montanus, Solarius, Martilius, Licinius.
  • Cuenca: Bascuñana de San Pedro, Mariana, de Basconius, Marius.
  • Guadalajara: Lupiana, Millana, de Lupius, Emilius.
  • Leom: Campañá (Campañana), Lorenzana, Destriana, de Campanus, Gerontius, Dexter.
  • La Rioja: Arenzana, Treviana, de Argentius, Trebius.
  • Navarra: Fustiñana, de Faustinus.
  • Astúrias: Antoñana, Oviñana, Joyana, Cornellana, Arcallana, Loriana, Cornellana, Oviñana, San Martin De Semproniana, Novellana, Marcellana, Bedriñana, de Antonius, Albinus, Iovius, Cornelius, Arcadius, Laurus, Coanius, Sempronius, Novellus, Marcellus, Veteranus.
  • Segóvia: Orejana, de Aurelius.

Tamém em áreas de longo domínio muçulmano: Trebujana (Cádis) de Trebulius; Morellana (Córdova) de Maurellus; Montañana, Sariñena (Huesca) de Montanus, Sarinius ou Serenus; Serenyana, Cornellana (Lleida) de Serenus, Cornelius; Frigiliana (Málaga) de Fregellus; Moriana, Rusticana (Múrcia) de Maurus, Rusticus; Cariñena, Leciñena, Montañana (Saragoça) de Carinius, Licinius, Montanus. Em Valência hai tamém outros rematados num /t/ nom etimológico, como Ontinyent, Carcaixent...

Na nossa área linguística o grupo -ana evolve em -ãã, e depois -ã em português, -á em galego oriental, e -ám em galego ocidental. Assi, em Portugal temos Correlhã ( < Corneliana, 915, Tombo A de Santiago), em Ponte de Lima, e pode que tamém Campanhã ( < *Campaniana) em Peso da Régua, Ourentã ( < *Aurentana) em Cantanhede, e Cordinhã ( < *Cordiniana) em Coimbra. Na Galiza som algo máis abondosos:
  • Becerreá (concelho nas terras de Návia) < *Becerriana?
  • Ortoá (freguesia de Sárria) < Ortolana (967, Samos), de Hortulanus.
  • Dormeá (freguesia de Boimorto) < Dormiana (966, Sobrado), de Dormius.
  • Lourençá (concelho nas Marinhas) < Laurentiana (934, Celanova), de Laurentius.
  • Tourinhám (freguesia de Mugia) < Tauriniana (942, Celanova), de Taurinus.
  • Rubiá (concelho em Valdeorras) < *Rufiana, de Rufus.

Junto a moitos outros topónimos que nom sei bem se atribuir a umha formaçom de genitivo, ou a um derivado adjetival como estes aqui apresentados: Martinhám, Marinhám, Cortinhám, Madrinhám, Rufinhám, Padrinhám. Outros, como Savinhao, procedem de formas tipo territorio/pago Sabiniano. O valor destas construçons era ainda bem compreendido no século VII, quando Valério do Berço escrevia, ao respeito dum castelo chamado Rufiniana:

nos confins do território do Berço, entre outros mosteiros, e perto dum castelo ao que o seu velho fundador puxo por nome Rufiana

Usualmente este mosteiro perto de Rufiana é tomada por ser San Pedro de Montes, em Leom, mais pergunto-me se nom poderia ser o nosso Rubiá, em Valdeorras, a só 10 quilómetros do local de Castropetre, chamado por Valério Castro Petrense,

~o~o~o~

Se Gerontius originou o topónimo Lorenzana em Leom, na Galiza originou o nosso Jurenças, e pode que tamém o nosso Vilaronte.

Vilaronte dizíamos que tinha a sua orige num sintagma em genitivo, numha modalidade toponímica que na Galiza e Portugal foi produtiva ao menos entre os séculos VI (com seguridade, villa Gomedei, na Divisio Theodemiri, e pode que tamém o monasterio Maximi dos bretons, no mesmo documento) e máis o século IX, quando um certo número de documentos ainda pom em relaçom alguns topónimos com possessores vivos, ou quando menos lembrados. Por exemplo, é bem conhecida e pouco suspeitosa a doaçom feita polo rei Silo a um abade chamado Sperautan, dumhas terras entre o Eo e o Masma, em 775; depois, durante o século X, vários serám os documentos que fagam referência à igreja, nom localizada, de San Martinho de Sparautani, cumha forma genitiva já fóssil.

Estes genitivos que atopámos na nossa toponímia nom som sempre genitivos latinos standard. O genitivo latino comum dos nomes rematados em -a é -ae (1ª declinaçom, vogal temática a); o dos nomes rematados em -us é -i (2ª declinaçom, vogal temática o); e dos nomes rematados em -o é -onis (3ª declinaçom). Na Galiza e máis em amplas zonas da Romania, e por influxo germánico, moitas verbas novas -e moitos antropónimos- procedentes das línguas germánicas vam seguir a declinaçom consonántica. Esta tendência evidencia-se por exemplo nos escritos de Hidácio Isidoro de Sevilha, quem sigue a Hidácio ao construir o genitivo do nome suevo Massilia como Massiliae, e tamén emprega Suintilae para o genitivo do godo Suintila, assi como Masdrae, e Liuvae; mais tamém emprega -umha única vez- Recchilanis como genitivo do nome do rei suevo Rechila.

Bem, as formas flexivas que aguardaríamos achar na nossa toponímia, já pola sua tradiçom latina ou pola sua tradiçom germánica, seriam:
  • -us / -i: Como por exemplo, Maurus / Mauri, Pompeianus / Pompeiani
  • -a / -anis ou -ae: Réquila / Requilánis (ou Réquile, com -e < -ae)
  • -o / -onis: Sílo / Silónis
  • -as / -atis: Geremias / Geremiátis, Andreas / Andreátis
Contodo, na documentaçom galega, leonesa e portuguesa alto-medieval (mais este do que vou falar é um fenómeno máis amplo, com respeito ao seu ámbito geográfico: na documentaçom catalá alternam os genitivos em -onis/-oni, Mironis/Mironi, mais só atopo Agilani, Bradilani, etc.) as formas de genitivo comummente empregadas som algo distintas, e caracterizam-se fundamentalmente pola ausência do -s final:
  • -us / -i: Maurus / Mauri, Pompeianus / Pompeiani
  • -a / -ani, ou -e em nomes femininos rematados em -a: Requila / Requilani, mais nos nomes femininos: Gilvira / Gilvire
  • -o / -oni: Silo / Siloni
  • -s / ti: Geremias / Geremiati, Andreas / Andreati, Elias / Eliati

E daí topónimos como Moure ou Mor, Pompeám, Vila Siom, Requiám, Gilvir, Germeade. Ilhade. A minha suspeita é que o -s final adquiriu um valor primário de marca de plural, o que junto coa abundáncia de nomes que formavam o seu genitivo com -i e -ni, levou ás outras desinências de genitivo, pode que já no século VII ou VIII, a se reduzir a umha marca -i, -ni, -ti. É notável que na nossa documentaçom medieval, as formas genitivas em -nis (ou -nes) som quase desconhecidas, a nom ser como topónimos já fósseis, no entanto a desinência -ni tinha deslocado totalmente a -nis. Assi, num documento de Sobrado do ano 818 já temos um uso como ''que mihi concesserunt per scripturam filii Rikilani'', onde filii Rikilani é traduzível como 'os filhos de Ríckila'; o mesmo podemos dizer dum dos documentos originais mais antigos preservados na Galiza (é o pergaminho número 494 do Arquivo do Reino de Galicia, editado por Carlos Sáez, ISBN 84-8138-597-2), datado o ano 883: ali junto com genitivos esperáveis como 'duas filias Gaudiosi', 'filio Frumildi', 'filia Sonifrede', 'filie Guduige', 'fili Ostosie' temos tamém, em linha co exposto, 'inde duos filios Tequiloni', e incluso o sintagma 'filios de Spintilo'. No entanto, em documento de Samos do 902 temos o topónimo ''villa Domni Adilani'' 'vila de Don Ádila' (é actualmente Aiám, em Reiriz, Samos), fazendo referência a um filho (Ádila) do fundador do lugar em tempos do rei Froilám I (757-768). Era já umha forma genitiva fóssil, dado o resultado actual.

Por certo, por vezes explicam-se estes genitivos em -ni de nomes germánicos como devidos a umha reformulaçom do paradigma destes nomes: assi, de Froila teríamos um novo nominativo Froilanus, e de Froilanus o genitivo Froilani; mais esta teoria nom pode dar conta dos genitivos femininos em -ni, tipo Froiloni: “ipsam prefatam uilla Iliobre que uobis concedimus habemus eam de quondam parentum nostrorum, Uistrari et Froiloni, et Armentari et Ilduarie” (964, Sobrado), já que nunca se da o nome **Froilonus aplicado a umha mulher; tampouco pode explicar topónimos como Germeade < *Germiati (Germias), Andreade < *Andreati (Andreas), Ilhade < *Eliati (Elias), Tomade < Tomati (Thomas), se somo como penso genitivos, etc... E por suposto nom explica a prática desapariçom dos genitivos em -onis e -anis dos usos escritos, substituídos por -oni e -ani, mais nom na toponímia, que preserva usos pretéritos. Máis bem penso que som os novos genitivos em -ni, junto cos acusativos em -ne, os que levárom aos notários a representar novos nominativos fictícios (coido que nom estám presentes na toponímia): Froilanus, Arianus, Riquilanus. Remito-me ao CODOLGA para afirma que o número destas formas é escasso se o comparamos cos nominativos “autênticos” Froila, Arias, Riquila, etc.

Prosseguimos. Sintagmas como poderia ser ''filii Rikilanis'', cumha desinência de genitivo germánica ou germanizada, nom se atopa já na nossa documentaçom do século VIII em adiante (senom só ''filii Rikilani'' e similar) nem semelha ser já produtiva para esse tempo (cf. a devandita igreja de Sparautani, que nom de Sparautanis, topónimo originado nesse século VIII). Poderíamos contar co contra-exemplo de Guimarães, se é fundaçom do século IX do conde galego Vímara Peres como se tem sugerido, mais penso que está afirmaçom nom tem mais base que a inércia de juntar umha figure e um lugar de grande releváncia para a história de Portugal. Contodo (e como havemos ver) um bom número de topónimos, fundamentalmente galegos e portugueses, têm sido formados por médio destas desinências rematadas em -s, razoavelmente numha data anterior a esse século VIII em que estas desinências já nom som empregadas polos notários e escribas na redacçom dos seus documentos. Mais na toponímia do noroeste da península ibérica é usualmente máis comum este segundo tipo, digamos que sem 's': Fronte a topónimos como Requián (na Pastoriça, em Cambre, Palas de Rei, Betanços, A Estrada, Ourol, Parada de Sil, Teo), Riquián (Viveiro), e Receá (Frades e Messia), todos dum genitivo Requilani, temos do primitivo RequilanisRequiáns em Crecente e Requiás em Muinhos. Mais fronte a dúzias de Guimarães, Guimaráns, Guimarás, Gimarás, Jumarás (por metátese germánica, wi ↔ ju), temos tam só umha dezena de Guimarám, Jimarám

~o~o~o~

Voltemos a Jurençás. O peculiar do topónimo nom é tanto o antropónimo que o origina, canto que o sufixo (tónico) -anes polo que se deriva. Este sufixo, como indica Dieter Kremer na página 18 de Toponímia de España (PatRom 24, ISBN 978-3-11-023348-3), deve ter a sua orige numha desinência de genitivo germánica, aquela empregada para a derivaçom de antropónimos que se declinavam pola declinaçom fraca, consonántica. Como exemplos antigos destes topónimos temos Uimaranes (911, GFA), villa Keizanes (931, Tombo de Celanova), Sindilanes (934, TdeC), Itilanes (946, PMH), villa Atanes (950, TdeC), villa Quindilanes (992, TdeC), villa Frogianes (1007, TdeC), villa Riquilanes (1024, TdeCelanova), villa Guandilanes (1050, Liber Fidei)... Temos pois, à luz da informaçom diacrónica da que dispomos, umha evoluçom -anes > -ães (português, e galego medieval), e daí -áns / -ás / -ais, no ocidente / centro / oriente do país.

Desboto já a outra opçom apontada por Kremer, fazendo derivar estes topónimos dum acusativo plural -anos, como no caso de Lebosandaos, em Bande (Lovesendanos em 1076, Tombo de Celanova), ou Framilanos (1029, TdeC), por ser esses topónimos harina de otro costal, nom distintos de Faramontaos, Sarriaos, Marinhaos, etc. Estes topónimos estám formados sobre outros topónimos ou apelativos: Samos < Samanos (785, Tombo de Samos), Cumbraos < Colimbrianos (803, T. de Sobrado), Toldaos < Toldanos (849, T. de Samos), Faramontaos < Foramontanos (921, colecçom diplomática de Ribas de Sil), Meiraos < Meiranos (973, T. de Samos)... Lebosandaos ou Framilanos fam referência, na minha opiniom, a gentes procedentes de Lebosende (Leiro, Ourense), e dum Framil dos moitos da nossa terra ou incluso de alhures.

Sigamos. Eis umha ampla selecçom de topónimos procedentes de antropónimos em genitivo germánico, antigo, ou com -s, mais lembremos primeiro que -anes da no ocidente do país -áns, no centro -ás, e no oriente -ais, todos dumha forma medieval -ães (> ais / -ãas > -ás / -áns), ainda preservada em Portugal; lembremos tamém que no entanto em Portugal ou no ocidente da Galiza, as terminaçons -anos e -anes confluem, no centro e oriente da nossa terra mantêm resultados diversos e plenamente discerníveis (-anos > -aos ou -aus, fronte a -anes > -ás e -ais). No entanto, em Zamora e Leom, -anes ( < -anis) mantém-se. Todos os antropónimos propostos como étimo dos topónimos som germánicos, ao meu ver. Assemade, máis dos topónimos portugueses propostos já foram estudados por Piel, numha longa série de artigos publicados nos anos '30 e '40 no Boletim de Filologia. Concordo com el em máis das adscriçons a um nome ou outro, e som devedor nas evoluçons fonéticas por el propostas, porém nom concordo coa sua idea de serem uns topónimos genitivos de antropónimos com declinaçom consonántica, outros derivados de patronímicos, e outros simples “plurais”. Bem certo é que Piel nesse momento nom tivera acesso a fontes documentais galegas, só a portuguesas (o asterisco marca aquelas formas que nom conheço na documentaçom galego-portuguesa medieval, ainda que moitos ou todos eles têm formas idênticas ou similares documentadas no Förstemann):


Antropónimo
Topónimos
Adala
Adães (Barcelos, BR) < Adalanes (1024, Onomástico)
Adães (Chaves, VR)
Adães (Ol. De Azeméis, AV)
(*Athalanis > *Adalanes > *Adaanes > Adães)
Cf. Adá, Adai < *Adalani
*Affa
Afães (Celorico de Basto, BR)
Agila / Egila / Igila
Ajáns (Ordes, Crunha)
Lás (Sam Cibrao) (freguesia, San Amaro, Ourense) < Sancti Cripriani de Ellanes 1220, San Çibraao de Eilaaes (1283, Dozón)
Geás (Lóvios, Ourense)
Giás (labradio, Arteijo, Crunha)
Inhás (Sam Jorge) (freguesia, Oleiros, Crunha)
+villa de Egilanes (1013, PMH)
(Giás < *(E)gilanes; Inhás < *Iiães < *Igilanis)
Cf. Giá < Santa Maria de Giae (1331, Lugo s. XIV) < Egilani (966, Sobrado)
- -
Andila
András (San Lourenço) (freguesia, Vilanova de Arousa, Pontevedra)
Andrães (Marco de Canaveses, PO)
Andrães (Vila Real, VR)
(*Andilanis > *And'lanes > *Andrães)
Cf. Andeám < *Andilani
Ansila
Anciães (Felgueira, PO)
Anciães (Ribeira da Pena, VR)
Anciães (São Pedro do Sul, VI)
Ansiães (Amarante, PO)
Carrazeda de Ansiães (Carrazedo de Ansiães, BÇ)
Cf. Anseám, Lamansiám
*Ardeca
Ardegães (Maia, PO)
+villa in Ardeganes (1092, Celanova): por Os Blancos, Ourense
Cf. Ardagám < *Ardecani
Arias
Aráns (Caniza, Pontevedra)
Airães (Felgueira, PO) < Arianes (1099, Liber Fidei)
Cf. Arám, Arém < *Ariani
Attan
Atás (Santa Maria) (freguesia, Qualedro, Ourense) < Atanes (950, Celanova)
Atáns (terreo, Arteijo, Crunha)
Atães (Gondomar, PO)
Atães (Guimarães, BR)
Atães (Vila Verde, BR)
Cf. Atá, Atán < Atani 986, Vilatán < uilla Athani 974
Attila
Atiães (Vila Nova de Gaia, PO)
Atiães (Vila Verde, BR) < Atilanes (1071, Liber Fidei); e já Atianes (1102, Liber Fidei)
Cf. Ateán, Atián < *Attilani
Aveza
Ouzás (Guitiriz, Lugo)
Salouzáns (Estrada, Pontevedra) < *Sala Auezanis
Vilouzás (Paderne, Crunha) < *Villa Avezanis
Ozanes (Parres, Asturias)
(*Auezánis > *Au'zánis > *Ouzanes > *Ouzães)
Cf. Vilouzán, Ousá < *Avezani
Baldila
Baldráns (Santiago) (freguesia, Tui, Pontevedra) < Baldranes 1178
Bardás (Narom, Corunha)
Bardiás (Castro de Rei, Lugo)
(*Baldilanis > *Bardilanis > *Bardiães)
Cf. Bardiám
Baronza
Peranzais (Peranzanes, na regiom Berciana)
Baronzás (Ginzo de Límia, Ourense) < Barunzanes 1165
Barva
Barbáns (Ponteareas, Pontevedra)
Barbáns (Tominho, Pontevedra)
(*Barvanis)
Berila
Berlais (terreo, Sárria, Lugo)
Verlás (Rodeiro, Pontevedra) < Berlaes
(*Berilanis > *Berlanes > *Berlães)
Cf. Berlám, Berlai < *Berilani
Boniza
Boiçás (Vilalva, Lugo)
(*Bonizanis > *Boizães)
Cf. Boizám < *Bonizani
Brandila
Brandilanes (Fonfría, Zamora)
Cf. Brandiám < *Brandilani
*Burgan
Burgáns (Cambados, Pontevedra)
Burgás (Chantada, Lugo)
Burgás (Ourol, Lugo)
Burgás (Santa Baia) (freguesia, Germade, Lugo) < Sancta Eulalia de Burganes 1128
Burganes (Zamora)
Burgães (Santo Tirso, PO)
Burgães (Val de Cambra, AV)
Cf. Burgán < *Burgani
*Caza
Caçás (Sam Juliám) (freguesia, Germade, Lugo < sanctus Iulianus ca Cazanes (1128, Mondoñedo) < Cazanes 1077
Cazanes (Villaviciosa, Astúrias)
Caçães (Paços de Ferreira, PO)
Cf. Caçám < *Cazani
*Cervan
Cervás (Sam Pedro) (freguesia, Ares, Crunha) < San Pedro de Ceruaas (1390, Xelmirez)
Cervães (Vila Verde, BR) < Cervanes (1120, Liber Fidei)
Cf. Cervám < *Cervani
*Cotta
Cotães (Ponte de Lima, VC) < Cotanes (1078, Onomástico)
Cotanes (zamora)
Cf. Cotá, Cotán < *Cottani
Cutella
Cotiães (Guimarães, BR)
Cf. Cutián < *Cottilani
Dadila ou Danilla
Deilás (Tavoada, Lugo)
Delás (Lóvios, Ourense)
Delães (Vila Nova de Famalição, BR)
Faffila
Fafiás (Vila de Cruzes, Pontevedra)
Fefinháns (Cambados, Pontevedra)
Fafiães (Marco de Canaveses, PO) < ? Fafilanes (1085, Onomástico)
Fafiães (Maia, PO)
Fafiães (Penafiel, PO)
Fafiães (Bouças, PO)
(*Faffilanis > *Fafiães; Para Fefinháns cf. Gondinháns)
Cf. Fafiám < Fafilani (998, Chouçám)
Fandila
Fandinhães (Marco de Canaveses, PO)
Faquilo ou *Faquila
Facós (Lobeira, Ourense) < inter Fackilanes et Gaudilanes (1091, Celanova)
Faquiães (Amares, BR)
Fradila
Fraiás (Sam Pedro) (freguesia, Abadim, Lugo)
Fraiás (cultivo, Castro de Rei, Lugo)
(*Fradilanis > *Frailanes > *Fraiães)
Cf. Fraiám < *Fradilani
Froila
Forjás (Rairiz de Veiga, Ourense)
Forjás das Vinhas (Merca, Ourense)
Forjás de Montes (Alhariz, Ourense)
Freáns (Padrenda, Ourense) < Froilanes (954, Celanova)
Freáns de Deva (Pontedeva, Ourense) < Froyaes de Tradeua (1324, 'Xelmirez')
Freás (Castrelo de Minho, Ourense) < Froilanes 986
Freás (Santa María) (Punxín, Ourense) < Freaas (1418, San Clodio)
Freás da Canda (Pinhor, Ourense) < Froyaas (1334, Doçom)
Freás de Eiras (Santa Maria) (Ramirás, Ourense) < Froianes (1043, Celanova); Villa Frogianes 1007; Froilanes (s.d., Celanova)
Friáns (prados, Ribeira, Crunha)
Friáns (Tominho, Pontevedra)
Froiás (Bola, Ourense)
Frollais (Sam Miguel) (Samos, Lugo) < Sancto Micaele de Frolanes (1058, Samos); Sancti Michaelis de Froilanes (1175, Samos)
Frojais (Sam Brais) (Viana do Bolo, Ourense)
Frojáns (prados, Vedra, Crunha)
Frojáns (cultivo, Lousame, Crunha)
Forjães (Esposende, BR)
Forjães (Resende, VI)
Forjães (Santo Tirso, PO)
Friães (Amarante, PO)
Friães (Arouca, AV)
Friães (Maia, PO)
Friães (Montalegre, VR)
Friães (Paredes, PO)
Friães (Vila do Conde, PO)
Friães de Baixo (Santo Tirso, PO)
(Em geral: Froilanes > Froianes > Froiães > Forjás / Freáns / ...)
Cf. Freám < uillar Froilani (935, Sobrado), Bustofreám, Donfreám
Frumista
Firmistáns (Ames, Crunha)
Formistám < *Frumistani
*Garfa
Garfães (Vila Nova de Gaia, PO)
Gaudila
Gabeás (mato, Pontenova, Lugo)
Gabiás (mato, Parada de Sil, Ourense)
Gabiás (rochedo, Parada de Sil, Ourense)
Gabiais (valgada, Mesquita, Ourense)
Gaiás (Lobeira, Ourense) < Gaudilanes 1101; villa Gaudilanes (1075, Celanova); villa quos vocitant Gaudilanes (1025, Celanova)
Goiáns (Boiro, Crunha)
Goiáns (Brión, Crunha) < Gaudianes (1176, TTO)
Goiáns (Sam Sadurninho) (freguesia, Porto do Som, Crunha)
Goiáns (Santo Estevo) (freguesia, Carvalho, Crunha)
Goiás (Peroja, Ourense)
Goiás (Toques, Crunha)
Goiás (Sam Miguel) (freguesia, Lalim, Pontevedra) < Sam Migeel de Guayaes (1284, Osseira) < Goyaes (1248, Doçom)
Goás (Sam Pedro) (freguesia, Abadim, Lugo)
Gaiás (monte, Santiago de Compostela, Crunha)
Os Gabiais (valgada, Mesquita, Ourense)
Os Gabiás (mato, Teixeira, Ourense)
Os Gaiás (prados, Verea, Ourense)
Goães (Amares, BR)
Goães (Vila Verde, BR)
Gouvães (Sabrosa, VR)
Gouvães da Serra (Vila Pouca de Aguiar, VR)
Gouviães (Tarouca, VI) < Gouuianes (1162, Onomástico)
(Gaudilanes > *Gauilanes > Gabiães / Gaiães / Gouiães; de Gouiães > *Gouviães, como audire > ouir > ouvir, e Goiães)
Cf. Goián, Gaián, Gabián < *Gaudilani
Gomila
Comeás (Monterroso, Lugo)
Cumiáns (Laracha, Crunha)
Gominhães (Guimarães, BR)
Cf. Gomeám < *Gomilani
Uuadila
Golás (Corgo, Lugo) < Gualanes (1240, Vilar de Donas)
Gorgolás? (Cultivo, SARRIA, LUGO) = *Gor Golás
Guláns (Neves, Pontevedra)
Guláns (Sam (freguesia, Ponte-Areas, Pontevedra)
Golães (Fafe, BR)
(*Uuadilanis > *Guadlanes > Guallanes > *Goalães)
Cf. Golám, Golai < *Gollani < *Guadlani < *Guadilani
Guandila
Gundiás (Nogueira de Ramuim, Ourense) < Gondianes (1214, Ribas de Sil) < Guandilanes (1180, Rocas)
Gondiães (Cabeceira de Basto, BR)
Gondiães (Guimarães, BR)
Gondiães (Vila Verde, BR) < Guandilanis (1082, Liber Fidei); villa Guandilanes (1085, Liber Fidei)
(*Uandilanis > Guandilanes > *Goandianes > Gondianes > Gondiães)
Gundila
Gondrás (Cervo, Lugo)
Gundiáns (prados, Lousame, Crunha)
Gundiás (Alhariz, Ourense)
Gundinháns (Caldas de Reis, Pontevedra)
Gondenhães (Vila Nova de Gaia, PO)
Cf. Gundiá, Gundiám, Cuntiám, Guntiám < uillam Guntilani (977, Sobrado)
Gunta / Gunda
Condáns (Costa, Laracha, Crunha)
Gontães (Vila Real, VR)
Cf. Gondai, Gondám, Gontám, Gontá < *Gunthani
Guta
Godás de Cima (Carvalhinho, Ourense)
Godás do Rio (Carvalhinho, Ourense)
Ikila
Içás (Coles, Ourense) < Izanes (1220, Ribas de Sil) < Yzilanes 986
Cf. Içá < *Ikilani
Itila
Idães (Fafe, BR)
Idães (Felgueiras, PO) < Eidiaes 1220 < villa Itilanes 946
Cf. Eidiám < *Ediãe < *Itilani
Ledila
Liáns (Oleiros, Crunha)
(Proposta: *Ledilanis > *Leiães)
Leuba
Lobás (Sam Vicente) (freguesia, Calvos de Randim, Ourense)
Lobás (Santa Ougea) (freguesia, Carvalhinho, Ourense) < abbatissa Sancti Petri de Lobanes (1175, Rocas); Lobaas (1373, St. Cristina de Ribas de Sil)
Loubáns (Ponte Areas, Pontevedra) < Uarcena de Liuuanes 963 (cf. Estudios Gallegos 2009)
+Liobas (1487, St. Cristina de Ribas de Sil); Louuas (1261, St. Cristina de Ribas de Sil): por Bolmente, LU.
+Luivanes (1061, Liber Fidei); in villa Luvanes sub alpe Barbuto territorio Bracarensi discurrente rivulo Catavo (1071, Liber Fidei): perto de Atiães (Vila Verde)
Cf. Lobám < *Leubani
Lubila / Liubila
Moldes (Sam Mamede) (freguesia, Boborás, Ourense) < San Mamede De Libraaes (1395, Sam Clódio); Sam Mamede de Livraas (1384, Osseira); Iglijas de Santa Ollaya de Vanga et de Sam Mamede de Libraas (1428, 'Xelmirez')
Lubiáns (costa, Porto do Som, Crunha)
Cf. Lubiám, Soutolubiám, Librám, Liviám
*Magan
Maganes (Cangas de Narcea, Astúrias)
Magães (Marco de Canaveses, PO)
Cf. Magám < Magani (947, GFA)
*Maluca
Malucanes (Zamora, perto de Benavente) < Malucanes (1206, Sobrado);
Mougás (Santa Ugia) (freguesia, Óia, Pontevedra) < Mougaes (1184, Tui)
(Malucanes > *Mauganes > *Mougães)
Cf. Mougám, Mougá < *Malucani
Mandila
Mandrás (Celanova, Ourense) < Mandrianes 1011; Mandranes (1095, Celanova); Mandilanes (1095, Celanova); Mandilanes (1106, Celanova)
Mandrás (Sam Pedro) (freguesia, San Cristovo de Cea, Ourense) < San Pedro de Mandraes (1330, Osseira)
(Mandilanis > *Mand'lanes > Mandrães. Cf. András, Gondrás)
Cf. Mandiá, Mandrá < *Mandilani
Manila / Manilla
Estivada de Meiláns (matogueira, Muros, Crunha)
Meilás (mato, Coirós, Crunha)
Meilás (Sarreaos, Ourense)
(*Manillanis > *Man'lanes > *Mailanes > *Meilães)
Cf. Meilá, Meilán < uilla Manilani (998, Chouçám)
Mauran
Mouráns (terras, Lama, Pontevedra)
Mourás (terras, Paradela, Lugo)
Cal de Morás (mato, Viveiro, Lugo)
Morás (Fene, Crunha)
Morás (Sam Clemente) (freguesia, Jove, Lugo) < Sam Climente de Moraes (1378, 'Xelmirez')
Morás (Santo Estevo) (freguesia, Arteijo, Crunha)
Mouráns (terras, Ames, Crunha)
Mouráns (cultivo, Vigo, Pontevedra)
Mourás (Foz, Lugo)
Mourães (Feira, AV)
Cf. Morám, Mourám < *Maurani
*Maurica
Mourigás (Rodeiro, Pontevedra) < Mauricanes 1093
Morigães (Vila Verde, BR)
Morigães (Marco de Canavases, PO)
Cf. Morcá, Mouricám , Mourigám < *Mauric(c)ani
*Maurila
Morlás (terras, Merca, Ourense)
Morlás (Tavoada, Lugo)
Cf. Morlám < *Maurilani
Meduma
Miomás (Carvalhinho, Ourense) < Meomaes (1272, Osseira)
Miomães (Resende, VI)
Cf. Momám, Miomám < *Medumani
Merila
Merlães (Val de Cambra, AV)
Cf. Merlám < *Merilani
Mourentan
Mourentáns (Briom, Crunha)
Cf. Mourentám < *Maurentani
Naustila
Lustiás (Tavoada, Lugo) < Nustiaas (1402, Vilar de Donas)
Cf. Nostiám < *Naustilani
*Onca
+villa de Oncanes (1005c, Celanova): por Cartelhe, Ourense.
Cf. Castroncám < Uncani (933, Samos)
Penta
Pintás (Calvos de Randim, Ourense)
Pintanes (Villaviciosa, Asturias)
Cf. Pintám < *Pintani
Quintila / Quindila
Candás (Sam Martinho) (Rairiz de Veiga, Ourense) < Villa Quindilanes (992, Celanova)
Candeás (cultivo, Cospeito, Lugo)
Candrás (mato, Merca, Ourense)
Fonte de Quintiáns (fonte, Vigo, Pontevedra)
Quintiães (Barcelos, BR) < Quintilanis (1059, Onomástico)
Cf. Quintiá, Quintiám, Candeám
Rimila
Remoães (Melgaço, VC)
(*Rimilanis > *Remiães; i > o por causa do m)
Cf. Romeám < Remian (1317, Lugo s. XIV)
Riquila
Requiáns (terras, Crecente, Pontevedra)
Requiás (Santiago) (freguesia, Muínhos, Ourense) < Riquilanes 1024
Requiães (Barcelos, Br)
Cf. Requiá, Requiám, Riquiám, Receá < *Riquilani
Scapa
Escapães (Cantanhede, CO)
Escapães (St. María da Feira, AV)
Segesta
+in Seistanes suam portionem (1190, Meira): pola Terra Chá?
(*Segistanes > Seistanes)
Senta / Senda
Santás (Tavoadela, Ourense) < Sentanes 1092
Santães (Esposende, BR)
Cf. Santá, Santám, Vila Santám, Xantám, Sandám, Sandá < *Sentani
Sindila
Saninháns (Mondariz, Pontevedra)
Veiga de Santiás (terras, Boqueijom, Crunha)
Portelo de Zantiás (terras, Moanha, Pontevedra)
Sandiás (Chantada, Lugo)
Sandiás (Santo Estevo) (Sandiás, Ourense) < Sindilanes (934, Celanova)
Santiáns (terras, Catoira, Pontevedra)
Santiáns (terras, Lousame, Crunha)
Santiáns (terras, Porto do Som, Crunha)
Santiás (terras, Cangas, Pontevedra)
Sandiães (Barcelos, BR)
Sandiães (Penalva do Castelo, VI)
Sandiães (Ponte de Lima, VC) < Sancti Mametis de Sindianes 1169
Sandiães (Val de Cambra, AV)
Sandrães (Guimarães, BR)
Cf. Sandiám, Santiám, Sindrám < Sindilani (976, St. Cristina de Ribas de Sil)
Suabila / Sabila
+et inde sicut vadit per viam ad portam a Savilaes a iuso (1259, Oseira) – Santa Marinha do Castro, Carballedo
Sabiám < *Suabilani
Sunila
Solláns (Teo, Crunha)
Soalhães (Marco de Canaveses, PO)
Soalhães (Vila Nova de Famalição, BR) < villa Sunilanes 1013
Cf. Solhám, Soilám, Seilám, Ceilám < *Sunilani
Teudila
Tibiáns (Tordóia, Crunha)
Tibiás (Sam Bernaldo) (Pereiro de Aguiar, Ourense)
Tribás (Touro, Crunha)
Tribás (Sam Martinho) (Pantom, Lugo) < San Martino de Trivaas (1397, Osseira) < Sancti Martini de Tiulanes 1224
Teibães (Fafe, BR)
Mire e Parada de Tibães (Braga, BR)
(*Teudilanis > *Tevilanes / Tivlanes > *Tibiães / *Tibrães)
Cf. Tiviám < *Teudilani
*Uaiffa
Gueifães (Maia, PO) < villa Gueifanes 1258
Uimara
Guimarás (mato, Ribadavia, Ourense)
Gimarás (Alfoz, Lugo)
Guimaráns (Ames, Crunha)
Guimaráns (Avanha, Crunha)
Guimaráns (cultivo, Briom, Crunha)
Guimaráns (Vedra, Crunha)
Guimaráns (terras, Lóvios, Ourense)
Guimarás (Begonte, Lugo)
Guimarás (terras, Castro de Rei, Lugo)
Guimarás (Corgo, Lugo)
Guimarás (Muras, Lugo)
Guimarás (Outeiro de Rei, Lugo)
Guimarás (cultivo, Palas de Rei, Lugo)
Guimarás (Pantóm, Lugo) < Vimaranes (1074, Samos); Guimaranes (1174, Ourense)
Guimarás (Paradela, Lugo)
Guimarás (cultivo, Sarria, Lugo) < Vimaranes 1089
Guimarás (Alhariz, Ourense)
Guimarás (cultivo, Bande, Ourense)
Guimarás (Esgos, Ourense)
Guimarás (Irijo, Ourense)
Guimarás (Pinhor, Ourense) < Guimaraes (1265, Osseira); Guimeraens (1280, Oseira)
Guimeráns (Meis, Pontevedra)
Prados de Jamarás (monte, Alfoz, Lugo)
Veiga de Gimarás (prados, Lourençá, Lugo)
Jamirás (Celanova, Ourense)
Gemerás (mato, Coirós, Crunha)
Gemerás (Messia, Crunha)
Gemerás (Vila Santar, Crunha)
Gimarás (Guitiriz, Lugo)
Gimarás (mato, Viveiro, Lugo)
Jumarás (cultivo, Cospeito, Lugo)
Guimarães (Baião, PO)
Guimarães (Viseu, VI)
Guimarães (Guimarães, BR) < Uimaranes (961, TA)
Guimarães de Tavares (Mangualde, VI)
Quinta de Vimarães (Coimbra, CO)
Quinta Nova de Guimarães (Águeda, AV)
(umha formas procedem de Uimara, outros dumha forma alternante Gimara, por metátese wi → ju)
Cf. Guimerám, Gimerá, Jamará
Uisterla
Quistiláns (Ames, Crunha)
+Guistilanes (1220, Onomástico)
(*Uisterlanes > *Guistellanes > *Guistelães)
Cf. Vestilám, Guistilám, Quistilám < Uisterlani
Uiza
Pedraguiçás (terras, Horriós, Ourense)
Cf. Guiçám < *Uizani
Uldila
Oldrões (Penafiel, PO) < Uldranis 1258
Vincila
Venceáns (Santo Tomé) (freguesia, Entrimo, Ourense)
Cf. Vinciá < *Vincilani

Note-se que moi poucos destes topónimos têm preservado até hoje o primeiro dos seus componentes, tam só Vilouzás < *villa Auezanis, e Salouzáns < *Sala Auezanis, se estas etimologias som correctas. Isto poderia ser outro indício da sua maior antiguidade, se os comparamos cos topónimos formados como genitivos em -ni. Por outra banda, e como tamém indica Kremer, o extraordinário dalguns topónimos derivados de formas medievais rematadas em -anis é que esta desinência germánica nom deveria servir para a formaçom de genitivos de nomes pertencentes a outras declinaçons. Mais isto é o que temos:





Alvarus
As Albaráns (terras, Porto do Som, Crunha)
Alvarães (Celorico de Basto, BR)
Alvarães (Viana do Castelo, VC)
(*Aluaranes > Alvarães)
Cf. Alvar < Alvari
Aluittus
+Alvitaes (1258, Onomástico): em Portugal.
(*Aluittanis > Alvitães)
Cf. Alvite, Vilalvite... < *Aluitti
Ansulfus
Enxofães (Cantanhede, CO)
(*Ansulfanes > *Ansuffanes > *Ansufães)
Cf. Anxeriz < *Anserici
Bertamirus
Bertamiráns (Ames, Crunha)
Cf. Bertamil < *Bertamiri
*Cagiatus
Cajadães (Oliveira de Frades, VI)
+territorio Castelle, pope aulam sancti Mametis, in villa que vocatur Cagitanes et alia Grova. (1163, Oseira): em Moldes, Boborás.
Cf. Cajade, Gajade < *Cagiati
Ermericus
+Ermoriganes (1085, Liber Fidei): em Portugal
Cf. Esmoris, Esmoriz, Almariz, Armariz < Ermerici
Ermuigius
Esmojães (Espinho, AV) < Ermuganes (1102, Liber Fidei)
(*Ermuigianes > Ermujanes > *Ermojães)
Ermulfus
Almofães (Vila Nova de Famalição, BR)
Cf. Almorfe < Ermolfi (c. 948, Celanova)
*Faldigius
Faldejães (Ponte de Lima, VC)
Faldigens (Amarante, PO)
(*Faldigianes > *Faldijanes > Faldejães)
Guldericus
Guldrigáns (Cúntis, Pontevedra)
(*Guldericanes > *Guldrigães)
Cf. Guldris, Guldriz < *Gulderici
Miro
Miráns (Rianjo, Crunha)
Cf. Mirom, Vilamirom, Vilarmirom < *Mironi, Mirós < *Mironis
Mundericus
Mondreganes (Cebanico, Leom)
(*Mundericanes > Mondreganes)
Cf. Mondariz, Mondriz < *Munderici
Ninni
Nináns (Briom, Crunha)
Ninães (Barcelos, BR)
Ninães (Vila Nova de Famalicão, BR)
(*Ninnanis > Ninães)
Cf. Nine < *Ninni
Nunni
Nonás (Boborás, Ourense) < coutos de sam Mamede et Nonaes et de Vanga (1357, Osseira); < Nunaes (1201, Osseira)
(*Nunnanis > *Nunães)
Cf. Vila Nune < *villa Nunni
Pippi
Pipás (terras, Teixeira, Ourense)
(*Pippanis > *Pipães)
Cf. Pepe, Pipe < *Pippi
Poresindus
Presandães (Alijó, VR)
(*Poresindanes > *Presendães)
Ranemirus
San Pedro De Ramirás (Ramirás, Ourense) < Ramiranes S. X; Ramiranes (1145, Celanova); Ramiraas (1445, St. Cristina de Ribas De Sil)
Ramiláns (mato, Porto do Som, Crunha)
Ramiráns (Estrada, Pontevedra)
Ramiráns (Porrinho, Pontevedra)
Ramirás (matogueira, Celanova, Ourense)
Ramirás (Ourense, Ourense)
(*Ranemiranes > *Ran'miranes > Ramiranes)
Cf. Ramil < Ranimiri (919, TA)
Reccaredus
Recardães (Águeda, AV) < Recardanes (981, PMH)
(*Reccaredanes > Recar'danes)
Cf. Recaré, Recarea, Recarei < Reccaredi
Romaricus
Romarigães (Paredes de Coura, VC)
(*Romaricanes > Romarigães)
Cf. Romaris, Romariz < Romarici (934, Celanova)
Sabaricus
Sarabigões (Arouca, AV)
(*Sabaricanes > *Savarigães)
Cf. Sabaris, Sabariz, Xabariz, Xavariz... < Sabarici
Salamirus
Samiráns (Laracha, Crunha) < Salamiranes (1145, Sobrado)
(Salamiranes > *Saamirães)
Cf. Saamil, Samil < Salamiri (858, Sobrado)
Sindamundus
Samodães (Lamego, VI) < Sendamondanes 1059
(Proposta *Sendamondanes > *Send'mondanes > *Senmondanes > *Semondães)
Cf. Salamonde < Sendamondi 1105 (Revista Nalgures, 3)
Sigeredus
in loco qui dicitur Sygeraes in parrochia sancti Iohannis de Barram (1268, Osseira); cabo essa ponte do Arinteiro et contra a villa de Sigiraes et de Senderiz, ontrre essa ponte et una pena que y esta grande, o qual couto dizia que estava de mao destra commo pasavan a dita ponte viindo do Arinteyro contra Sigiraes (1305, Osseira); huna nossa casa de Sigiraas con todas suas perteenças (1355, Oseira), Item da Casa Nova de Sigiraas VI libras (1473, Xelmirez): em Barrám, Pinhor
(*Sigeredanes > *Sigereanes > Sigerães)
Cf. Sigirei, Xigirei < *Sigeredi
Uiliatus
Guilhadães (St. María da Feira, AV)
(*Uiliatanes > *Guiliadanes)
Cf. Gulhade, Guilhade < *Uiliati

Estes nomes de arriba deveram formar o seu genitivo pola segunda declinaçom, e consequentemente, as formas rematadas em -anis nom podem ser propriamente genitivos. Mais tampouco aparentam derivar doutros topónimos: note-se que som derivados do nominativo ou do acusativo de antropónimos, nom dum topónimo expressado em genitivo. Quer-se dizer, temos Guldrigáns, Romarigães, Mondreganes, Recardães... de Guldericus, Romaricus, Mundericus e Reccaredus; e nom **Guldriçáns, **Romariçães, **Mondrizanes, ou **Recarães, como poderíamos aguardar se estes topónimos forem derivados históricos dos respectivos topónimos em genitivo (a nom ser que a sua formaçom seja contemporánea do próprio estabelecimento do topónimo orige). Isto é em si um indício máis de serem estes topónimos provavelmente formaçons primarias, adjectivais, e nom nomes étnicos secundários derivados de topónimos pré-existentes. Entom, tanto máis surpreendente é quando esta desinência serve para formar topónimos derivados de nomes latinos, ou (provavelmente) nom germánicos, como por exemplo:


Antonius
Antoñanes (Bustillo del Páramo, Leom)
Antonhães (Braga, BR) < Antonianes (1101, Liber Fidei)
(*Antonianis)
Cf. Vilarantom < *uillare Antonii
Bellecco
Balocás (Santiso, Crunha) < Ballokanes (1025, Santiago); Ballocanes (1380, Belvis)
(*Belleccanis > *Bellecanes > Ballocanes)
Cf. Belecoi, Belocom < *Bellecconi
Braulio
Brolhães (Lousada, PO) < Braulanes (1220, Onomástico)
(*Braulianis > *Broulianes > Brolhães)
Cf. Broulhom, Brolhom < *Braolioni
Christophorus
Crastovães (Águeda, Av) < Christovalanes (981, PMH)
(*Christophoranis > Christovalanes > *Crestovaães)
Cf. Cristoble < *Cristovali
Cordinius
Cordiñanes (Posada de Valdeón, Leom)
Flavius
Chavães (Baião, PO)
Chavães (Tabuaço, VI)
Chaviães (Melgaço, VC)
(*Flavianis > Chaviães)
Cf. Agruchave, Vilachave, Chave < *Flavii
Gratius
Grazanes (Cangas de Onís, Astúrias)
(*Gratianis)
Cf. Grade < *Gratii
Iustus
Justáns (Sam Martinho) (freguesia, Ponte Caldelas, Pontevedra)
Justás (Santiago) (freguesia, Cospeito, Lugo) < Santiago de Iustaas (1368, Lugo S. XIV)
(*Iustanis > *Justães)
Cf. Arejuste, Vilajuste, Soutojuste, Castrejuste, Juste < *Iusti
Martinus
Martinhães (Vila do Conde, PO)
(*Martinianis)
Cf. Martim, Vilamartim < *Martini
Maternus
Madarnás (Santo Tomé) (freguesia, Carvalhinho, Ourense) < Madarnaes (1275, San Clodio)
Madarnás (Cartelhe, Ourense)
(*Maternanis > *Madernães)
Cf. Maderne < *Materni
Maurecatus
Morgadáns (Santiago) (freguesia, Gondomar, Pontevedra) < Morgadanes 1170; ? Ecclesia S. Mariae de Morgadanes Integra (1156, Tui)
+Maurgatanes: in villa que vocatur Maurgatanes sub monte civitate Terroso (…) inter Ave et Catavo prope littore maris predicto Maurgatanes (1106, Liber Fidei) : na Povoa de Varzim (Portugal)
(*Maurecatanis > Maurgatanes > *Morgadães)
Cf. Mourigade, Morgade < *Maurecati
Octavius
Os Oitaváns (terras, Val do Dubra, Crunha)
(*Octavianis > *Oitaviães)
Cf. Oitavém < *Octaviani (como Arém < *Ariani)
Palmacius
Palmasães (Amarante, PO)
(*Palmacianis)
Cf. Palmás, Palmaz < *Palmacii
Rebelius
Revilhães (Amarante, PO) < Reuelianes (985, PMH)
Cf. Rebel, Rebelhe, Revelhe < *Revelii , Revelhom < *Revelioni
Sagatus
Segadães (Albergaría, AV)
Segadães (São Pedro Do Sul, Vi)
+Sagadaas: per portellam de araon & per illam de Sagatanes & intrat in Mineum (1095, Tui); portu de Sagatanes (1169, Tui); o casal de Ssagadaas que he enna feligresia de San Pedro de Torre (1370, Tui): em Valença do Minho.
Cf. Segade < *Sagati
Senior
O agro de Senhoráns de Sam Cibrán (mato, Catoira, Pontevedra)
Senhoráns (Vimianço, Crunha)
Senhoráns (Estrada, Pontevedra)
(*Senioranis > *Seniorães)
Cf. Senhor, Vilasenhor < *Seniori
Vitalis
Vidayanes (Zamora)
(*Vitalianis > Vidayanes)
Cf. Vidal, Vila Vidal < *Vitali
Listage à que engado Barbadás, em Ourense, por sugerência de Uttaris (Graças!), derivado dum moi provável *Barbatanis, do nome latino Barbatus

É notável a ausência, nesta relaçom, de nomes típicos da nobreza dos períodos do reino de Oviedo e de Leom, tipo Didacus, Pelagius, Velascus, Ansuri, Exemenus, Gutierre, Munniu, Sanctius, Ouueco, Sarracinus... Isto pode ser um outro indício da antiguidade destes topónimos. Por outra banda, junto com estes topónimos procedentes dumha desinência, ou dum sufixo tónico -anes, temos outros procedentes dum sufixo -anes átono: Marantes (Santiago) < Marantanes, Temes (Carvalhedo) < Taemanes. A sua orige é diversa.

~o~o~o~

Com respeito à distribuiçom, para Leom, Zamora ou Astúrias temos umha densidade de menos dum destes topónimos cada 1000 km2, dato moi notável especialmente no caso Asturiano, que tem umha densidade toponímica de todo ponto equivalente à galega. Na Galiza, Lugo da umha densidade aproximada de 5/1000 km2; Crunha 7/1000 km2; Pontevedra 8/1000 km2; Ourense 11/1000km2. Em Braga e Porto, e tendo em conta que nom disponho de inventários toponímicos exaustivos para Portugal, a densidade alcança os 15/1000 km2, baixando em Coimbra a valores similares aos de Astúrias, Zamora e Leom. Em porcentage, usando os inventários de freguesias de Astúrias, Galiza e Portugal, e de núcleos de povoaçom (do INE) de Zamora e Leom, obtenho os seguintes dados (a terceira coluna, com fins comparativos, remete a topónimos -freguesias, e núcleos- derivados de genitivos de nomes rematados nos três elementos germánicos mais característicos -mêrjaz, -rîkjaz e -wulfaz, donde -mil/-mir, -riz/-ris, -ulfe/-ufe):
Distrito / Província
Freguesias / núcleos (-anes)
Freg. / núcleos (-fe, -riz, -mil)
Aveiro
3/207 = 1,4%
3/207 = 1,4%
Braga
19/515 = 3,7%
24/515 = 4,7%
Bragança
2/299 = 0,7%
4/200 = 1,4%
Coimbra
0/209 = 0%
3/209 = 1,4%
Guarda
0/336 = 0%
3/336 = 0,9%
Porto
7/387 = 1,8%
10/387 = 2,6%
Viana do Castelo
5/290 = 1,7%
11/290 = 3,8%
Vila Real
4/267 = 1,5%
5/267 = 1,9%
Viseu
5/372 = 1,3%
7/372 = 1,9%
Crunha
7/932 = 0,8%
13/932 = 1,4%
Lugo
8/1264 = 0,6%
43/1264 = 3,4%
Ourense
16/916 = 1,7%
23/916 = 2,5%
Pontevedra
7/666 = 1,1%
11/666 = 1,7%
Astúrias
3/856 = 0,4%
4/856 = 0,5%
Leom
4/1434 = 0,3%
4/1434 = 0,3%
Zamora
4/520 = 0,8%
5/520 = 1,0%
Outro dato. Se tomamos todas aquelas freguesias cujos topónimos procedem de nomes germánicos formados co elemento -ila, e comparamos aquelas derivados de genitivos em -anis com aquelas derivadas de genitivos em -ani (ou de acusativos em -ane), temos:

Portugal:
-ilanis (21): Andrães, Ansiães 2, Atiães, Forjães, Goães 2, Golães, Gominhães, Gondiães 2, Gouvães 2, Gouviães, Idães, Tibães, Mondrões, Quintiães, Remoães, Sandiães, Soalhães
-ilani (7): Aião, Baião, Deilão, Farminhão, Angeão, Fraião, Requião.

Ourense:
-ilanis (10): Candás, Freás 2, Frojais, Lás, Mandrás, Requiás, Sandiás, Tibiás, Venceáns
-ilani (0)!

Resto da Galiza:
-ilanis (11): András, Baldráns, Fraiás, Frollais, Goás, Goiáns 2, Goiás, Guláns, Liáns, Tribás
-ilanis (30): Anseám 2, Budiám, Candeám, Cutiám 2, Eidiám, Fafiám 2, Frameám, Franqueám, Freám, Giá, Goiám 2, Gomeám, Judám, Librám, Mandiá, Meilám 2, Merlám 2, Morlám, Morquintiám, Nullám, Requiám, Romeám, Sindrám, Teilám


G. bracarense + N Lusit.
G. Lucense
-ilanis: 31 freguesias
-ilanis: 11 freguesias
-ilani: 7 freguesias
-ilani: 30 freguesias
-mil, riz, fe: 93 freguesias
-mil, riz, fe: 57 freguesias

Ao marge de qualquer outra interpretaçom, é umha diferença notável. Compre fazer notar tamém que os genitivos de nomes compostos, polo geral formados pola segunda declinaçom latina, som neutros ao respeito desta distribuiçom: Assi, em Lugo temos um alto número de topónimos formados com genitivos em -i e -ani, no entanto em Braga temos um número incluso máis alto de nomes de lugar formados com genitivos em -i e -anis. Polo já expressado, e dado que o genitivo em -anis já quase nom é empregado na documentaçom medieval galego-portuguesa, nem tam sequer naquela dos séculos VIII ou IX, nem é produtivo na toponímia, entom penso que os anteriores dados falam dumha maior antiguidade média da toponímia de orige antroponímica portuguesa e ourensá, ao sul do Minho, com respeito à toponímia ao norte deste rio, ainda em formaçom no século VIII e IX (outra vez, Sprautani, Aián < villa Domni Adilani, etc). Notavelmente, essa possibilidade de ser a toponímia do sul mais antiga, de média, que a do norte é moi pouco compatível cum cenário de repoavoaçom ou reocupaçom de espaços ligados co xurdimento do reino de Oviedo, coas novidades expandindo-se de de norte a sul dos séculos VIII a X.

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Em suma:
1º) Os topónimos procedentes de genitivos em -anis, germanizantes, juntos com outros topónimos formados com -anis como sufixo de posse, podem-se atopar com notabilíssima frequência no distrito de Braga, mantendo umha moi alta presença no resto das terras da antiga Galécia bracarense (Porto, Viana, Vila Real, Ourense, sul de Pontevedra) e do norte da Lusitánia (Aveiro e Viseu). Mantém ainda umha certa frequência no norte da atual Galiza (Lugo, Crunha), em Bragança e máis em Zamora, sendo já testemunhal em Asturias, Leom, Coimbra ou Guarda. É na prática a geografia do reino Suevo, segundo descrita polo Paroquial Suevo, e nom é a geografia do reino de Oviedo, nem do reino de Leom. Aliás, note-se que entre Braga e Astúrias ou Coimbra a frequência desta toponímia cae numha enteira orde de magnitude (que-se dizer, em Braga é 10 vezes máis frequente que em Astúrias ou Coimbra).

2º) Linguisticamente, a antroponímia presente em geral nestes topónimos de possessor é de todo ponto compatível, e por vezes coincidente, coa antroponímia sueva conhecida, caracterizada polo seu aspecto marcadamente oriental (preservaçom de /e:/, emprego dos hipocorísticos masculino -ilan e -eca, fronte ao germánico ocidental -ilon-, -eco: Hermerico, Requila, Agiulfus, Maldras, Framtan, Frumarius, Rechimundus, Remismundus, Wittimerus, Adoricus, Nitigisius, Anila, Neufila, Ildericus, Ariamirus, Theudomirus, Miro, Audeca, Siseguntia, Eburicus, Malaricus, Sunila...) Apenas algum nome como Pantardus, seguido na idade media por Gen(n)ardus, aproximam a antroponímia dos suevos aos povos germánicos ocidentais. Por outra banda, e em particular, os antropónimos dos que se derivam estes topónimos som fundamentalmente nomes nom compostos, de declinaçom consonántica (Uimara, Sindila, Leuba, Riquila...); junto com nomes nom compostos e doutra declinaçom (Miro, Pippi), e nomes compostos (Renamiro, Sigeredo, Viliatus...). Mais surpreendente ainda é a presença de nomes nom germánicos (Antonius, Christophorus, Gerontius...), o que amossa umha extensom do uso da desinência, tornando-se um sufixo indicador de posse, nom dissimilar do latino -ana, ou -anum.

3º) Temporalmente, estes topónimos já se mencionam, em forma fóssil, na documentaçom máis antiga da nossa alta idade média: Uimaranes (911, GFA), villa Keizanes (931, Tombo de Celanova), Sindilanes (934, TdeC), Itilanes (946, PMH), villa Atanes (950, TdeC), villa Quindilanes (992, TdeC)... Por outra banda, as desinências de genitivo -anis e -onis, estavam já fora de uso nos diplomas do século VIII e IX, no entanto os novos topónimos de possessor em formaçom naquel momento já se construíam como acusativo, ou entorno à desinência com valor genitivo -ani (Aiám < villa Domni Adilani, Sperautani), mesmo num ciclo de dubitável autenticidade mais que tem sido usado com frequência para explicar esta toponímia, como é o do bispo Oduario de Lugo, os novos topónimos som formados como genitivos em -i (Vilamarce era Villamarci, de Marcus; Benade era Benati, de Bennato), -ae (e nom de -anis ou -anes: Atám em Pamtom é Santi Stephani vallis Athanae), -ani (Frameám era Villa Framiliani, Meilám era villa Manilani), genitivos em -ti (Tomade era Tomati , e nom **Tomatis), mais nunca em -anis ou -onis. Consequentemente, o limite temporal superior para a formaçom destes topónimos é o século VIII, quando já temos notícias fiáveis (Silo, por exemplo) e nom fiáveis (Oduário) do emprego doutros recursos. Dada a distribuiçom espacial destes topónimos, umha explicaçom via um episódio de repovoaçom nesse mesmo século VIII é difícil e improvável (o norte de Portugal foi repovoado na segunda metade do século IX) .

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Penso que distribuiçom espacial e temporal destes topónimos, junto co seu contido linguístico, casam co seguinte modelo: a toponímia de genitivo (-anis, em particular) nasce e triunfa como moda numha área capitalina, Braga, entre os séculos V e VII, capital do reino suevo e metrópole da Galécia (esta mesma Galécia estava acrescentada até meados do século VII co norte da Lusitánia, regiom depois reincorporada à obediência de Mérida). Espalha-se depois por todo o território dependente desta capital, perdendo contodo força segundo se afastava do centro, e esvaecendo-se (salvo erro ou omissom) alêm das fronteiras políticas do reino. Por outra banda, nalgum momento, quer por cruze co sufixo latino -ana (que foi empregado para a derivaçom de topónimos de posse, tipo villa Antoniana 'Vila de António'), quer devido à apariçom dum novo genitivo em -ani, a desinência -anis adquiriu role próprio como sufixo, com igual valor que o devandito sufixo latino -ana. Este uso penso que explica topónimos como Bertamiráns, Senhoráns, Crastovães, Jurençás ou Antonhães.

As outras duas possibilidades para explicar esta antroponímia, mais ou menos propostas por Piel no seu dia, nom me seduzem:
a) Umha possibilidade passa por assumir que a toponímia de possessor em genitivo do noroeste da península ibérica é um efeito da repovoaçom. É possível, mais documentalmente a repovoaçom do norte de Portugal é um processo do século IX, quando a desinência -anis estava fora de uso. Nom se explica tampouco a densidade desta toponímia: máxima em Braga e decaindo até desaparecer máis ou menos nas fronteiras do reino suevo. Esta possibilidade ignora assemade o ''villa Gomedei'' do Paroquial Suevo.
b) Outra possibilidade: esta toponímia seria anterior, do século VII, devendo-se a umha ocupaçom goda do território, ou si se quer, das grandes propriedades. Lamentavelmente, nom hai prova documental ou arqueológica desta ocupaçom ou deslocamento. Por isso, e já que linguisticamente nom hai motivo para exigir umha presença goda, esta teoria resulta anti-económica pois está baseada numha hipótese adicional nom demonstrada (a imigraçom goda) e supérflua (os suevos em si podem explicar tempo, espaço e material linguístico). 



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ADDENDA:
Já nas actas dos Concílios de Toledo, no século VII, é possível detectar o emprego maioritário de genitivos em -ani, polo geral nas próprias referências aos reis (quando o antropónimo era apropriado a este uso) e tamém nas listages de bispos assistentes e ausentes, quando abades ou presbíteros assinam as actas no nome do seu representado, cujo nome é expressado sempre em genitivo, ao modo de “Leopardus abbas agens vicem Aurelii Asturicensis episcopi”:



* Concílio V de Toledo: “videlicet ut omni benignitate omnique firmitate circa omnem posteritatem principis nostri Chintilani regis”

Concílio VI de Toledo: “gloriosi Chintilani regis”, e com dativo reformulado sobre a mesma base: “et gratias agimus christianissimo et gloriosissimo Chintilano principi nostro” (noutros manuscritos, “Chintilani principi nostro”)

Concílio VII de Toledo: “Mattacellus diaconus agens vicem domini mei Dudilani episcopi Malacitanae ecclesiae
Concílio X de Toledo: “Argefredus abbas agens vicem Egilani episcopi Oxomensis ecclesiae
Concílio XI de Toledo: “anno quarto excellentissimi ac religiosi Wambani principis
Concílio XIII de Toledo: “Secorius abbas agens vicem Gaudilani Emporitani episcopi”; “Vincomalus diaconus agens vicem Attilani Pampilonensis espicopi”; “Tuentius presbyter agens vicem Riccilani Accitani episcopi
Concílio XIV de Toledo: “Reccesindus abbas, agens vicem domini mei Liuvani episcopi Bracarensis ecclesiae (…) Joannes diaconus, cognomento Involatus, vicem agens domini mei Sarmatani episcopi Valentinae ecclesiae
* No III Concílio de Braga: “In nomine domini incipit concilium Bracarense quod factum est sub anno quarto gloriosi domini nostri VVambani regis

Como contra-exemplos temos:
* nas actas do VIII Concílio (de 653): “Godescalcus presbyter Egilanis episcopi ecclesiae Oxomensis
Concílio XV de Toledo: “Sexaginta unius episcoporum, habitum anno primo serenissimi et othodoxi Egicanis principis
Concílio XVI de Toledo:”Dum anno sexto inclyti et orthodoxi domini et principis nostri Egicanis

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O máis relevante é contodo que nos poucos documentos preservados daquel século VII no seu formato original, as chamadas pizarras visigóticas e uns poucos fragmentos de pergaminho, a única forma genitiva já em uso é -ani:

* No Preceptum Medemae, um fragmento de pergaminho de 696, temos o emprego do genitivo Witizani: “Datum sub die quarto /7 ...as ...feliciter nono et secundo regno gloriosissimorum /8 [dominorum nostrorum Egicani et Wi]tizani regum. (cruz) Medema subscripsi.
* Tamém num fragmento dumha pizarra visigótica do ano 691, de Pelayos (Salamanca), temos o texto “in ano quart[o] nostri Egicani re[gis]”.
* Moi interessante é outra, achada em Diego Álvaro (Ávila) e datada nos primeiros anos do século VII (a edicióm completa, por Isabel Velázquez Soriano em Las Pizarras Visigodas: Edición, Crítica y Estudio), por quanto aparentemente apresenta a alocuçom ou testemunho literal dum tal Unigildus:
P Profesio de ser[uitute]ego Vnigild(us)? de locum Langa Tomanca, dum uenisse ad loc[um - - -] tum lirigiare ad domo Froilani, ego adduxsi teste ipse Froila fraude ad domo Desideri, dum istare in domo Desideri, sit ueniens Froila et dix(it) mici: "leua, leuita, et uadam(us) ad domo Busani et Fasteni [ ] sucisit fuim(us) ad domo Busauni [. . ?] unam ra[- - - ] pro Froilane et dixsit nouis: "uadam(us) ad fragis, ad uinias p[o]stas et pono te ibi in fragis et leuaui de domo Desideri p[- - -]rales duos, dolabra una”

* Noutra (o nome germánico Amara já foi inventariado por Förstemann) de mediados do século VII:
[P - - -] in cor(um) presenti[a - - -] uicari Amarani (ue)l? [- - -]fredi, Argeredi”

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É interessante tamém comparara coas crónicas asturianas do século IX. Así, na crónica de Afonso III, na sua redacçom Rotense, temos “consubrino Bambani regi”, “ob causam fraudis filiorum Uitizani”, “filiorum Uitizani”, “Pelagius quidam, spatarius Uitizani et Ruderici regum”, “Oppanem quendam, Toletane sedis episcopum, filium Uitizani regis”, “de tempore Uitizani “, “Adefonsus Froilani filius “, mais post Egicanis discessum

Na outra variante da mesma crónica, a conhecida como ad Sebastianum: “CRONICA UISEGOTORUM A TEMPORE UUAMBANI REGIS USQUE NUNC IN TEMPORE GLORIOSI GARSEANI REGIS”, “ad tempore gloriosi Uuambani regis”, “post Egicani discessum “in peccatis Uuittizani “, “Filii uero Uuittizani “, “filiorum Uuittizani fraude detecti”, “Pelagium filium quondam Faffilani ducis “, “filium Uuittizani regis “, “Post Faffilani interitum “, “tempore Egicani et Uittizani princeps militie fuit”, “Post Froilani interitum consubrinus eius Aurelius filius Froilani “, “Froilani regis “, “filius uidelicet Froilani “ mais “consubrino Uuambanis”.

Na crónica Albeldense: “primum Uuambani principis regni annum”, “In Spania Attanagildus Agilani tirannizat “Adefonsus Froilani filius”, “filios Uittizani regis”. Mais “filiam Eruigii coniuratione Uambanis abiecit.”, “Pelagium filium Fafilanis”, “Sancio rex filius Garseanis regis”, “Sancio Garseanis” (na antroponímia navarra e castelá o genitivo -anis aparenta estar melhor preservado que na ocidental).

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Quer-se dizer: já no século VII -anis foi relegada por -ani, sendo usual tam só em documentos saídos das grandes scriptoria (e isto é o que me sugirem os dados anteriores). Isto é um indício máis de ser a toponímia em -anis anterior ao século VII, no entanto a toponímia em -ani pode ser contemporánea ou posterior. Pola sua banda, os genitivos em -i, da segunda declinaçom (tipo Recimil, Gosende, Baltar, Martim, ou Constante) nom achegam infomaçom a este respeito, podendo ter-se formado com anterioridade (seguro para villa Gomedei, no século VI como moi tarde) ou a posteriori (seguro para Sperautani, hoje topónimo extinto, nos últimos anos do século VIII, etc.)

Comentarios

  1. Magnífico! “Xa non hai máis pra onde ir”!

    Sería interesante estudar a distribución destes antrotopónimos con máis detalle, a nivel de comarcas ou terras medievais. Creo que dese xeito incluso se podería fiar máis fino e clarificar o tema das posibles repoboacións ou ocupacións do territorio; porque a distribución, desde logo, non é uniforme.

    Grazas, ademais, por aclararme a orixe do antigo nome da parroquia de Moldes (Librás), un enigma para min ata a lectura do teu traballo. E, por último, coido que non se pode eliminar a posibilidade dun zootopónimo para Lobás, incluso a relación co antropónimo latino “Lupus” e non co xermánico “Leuva”, non che parece?

    En fin, unha boa aperta e noraboa.

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  2. Con franqueza, parece un dos mellores traballos de lingüística feitos sobre a Galiza ata o de agora. Máis polo miúdo podería dar para unha excepcional tese doutoral. Non se pode máis que dicir; BRAVO, BRAVÍSIMO!; a calidade deste artigo é inmensamente superior a moitos artigos que se teñen escrito en papel, e quando digo moitos digo a gran maioría. Parabéns ao autor.

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  3. Carai. Graças, moitas graças. Fico um pouco sem palavras :-) Amo este material topnomástico e tenho trabalhado moito nel. Frutos: desde logo, meu! Nas propostas cortei polo caminho que me parecia máis aquelado, tanto máis naquelas para as que nom atopei documentaçom antiga. Em particular, sobre Moldes, o passo Libilanis > *Lib'lanes > Librães (com dissimilaçom l → r, ou com rotacismo bl → br) penso que é raçoável. Lobás pode doadamente proceder de *Lubanis ou *Lupanis.

    E si, hai moita estructura aí :-)

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  4. Ou *Lupales > *Lobales > *lobanes! Nom caira!

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  5. Magnífica entrada e magnífico blogue !!!

    Só facer dúas anotacións:

    1) Non esquezas as formas galegas dos topónimos bercianos: Campañana é Campañá e Peranzanes, Peranzáis

    2) O topónimo ourensán Barbadás tal vez derive do nome persoal latino Barbatus.

    Apertas e a noraboa !!

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  6. Non sei se deberías engandir o topónimo Rabáns, praia, terras e casas no Hío, Cangas, que aparecía documentado como "Rabadanes" nun documento do que agora non me lembro pero que vin citado na Historia de Cangas de Marinelli...

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  7. Moitas graças a todos :-) Engado ASAP as formas autóctones dos topónimos bercianos. Totalmente de acordo tamém em ser Barbadás provavelmente um derivado de Barbatus. Nom incorporei na relaçom um bo número de topónimos para os que nom soubem atinar cumha boa etimologia (penso em Poutás < Pautanes, Giadás < Giadanes...) Graças por esse Rabáns tam interessante!

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  8. antes de mais parabéns ao autor pelo(s) textos, foi uma leitura que fiz com todo o prazer. Queria apenas adicionar uma nota referente ao cálculo da distribuição de toponimos por km que me parece insuficiente. Sendo que a densidade populacional varia bastante na península não seria mais correcto pensar as coisas em termos de percentagem total dos topónimos? É certo que qualquer zona da galiza ou minho terá sempre mais incidência de topónimos que em leão pela simples razão que tem mais populações, lugares e aldeias. Não nos podemos esquecer que a galiza tem a maior densidade de povoados por km2 em toda a peninsula, logo o maior nr de toponimos em geral.

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  9. Saudaçons e graças. Bom, som dados complementares. É bem certo, contodo, que as densidades por km^2 só resultam autenticamente informativa quando contamos com inventários toponímicos completos (dos que eu nom disponho) e homogéneos. Por isso já empreguei percentagens nas tábuas: número total de freguesias ou núcleos de povoaçom pertencentes a estes conjuntos, partido polo total de freguesias ou núcleos de povoaçom do distrito ou província. Por exemplo: para Zamora, onde o Instituto Nacional de Estadística (da Espanha) indica que existem tam só 520 núcleos habitados, temos que só 5 destes têm nomes que (provavelmente) derivem de genitivos de nomes germánicos rematados em -u(l)fe, -mil ou -riz (Triufe, Castromil, Samir, Villageriz, Formariz). Por outra banda, na Astúrias, que tem umha povoaçom dispersa em múltiplos (quase 7000) núcleos e lugares agrupados em paróquias (856), temos só 4 paróquias (menor percentage que em Zamora, consequentemente: Villagrufe, Almurfe, Aramil, Villatresmil) mais 16 lugares e aldeas (Villagrufe, Almurfe, Cerveriz, Villagomil, Sabariz, Salamir, Preximir, Frejulfe, Contriz x 2, Villarmil, Otariz, Reiriz, Villatriz, Villatresmil, Siñeriz), o que implica umha maior percentage de topónimos por km^2.
    No que respeita a esta toponímia, moitos dos concelhos da Galiza e do norte de Portugal têm percetages, densidades, e números absolutos bem máis altos que os destas duas províncias.
    Saúde!

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  10. Onde escrivim "umha maior percentage de topónimos por km^2" lea-se "umha maior densidade"!

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  11. Por certo, aquí en Francia observo unha cousa curiosa que creo que ten moito a ver co que comentas neste post: a riquísima toponimia francesa derivada de antropónimos latinos de posesor en -anus adoita dar topónimos derivados dunha forma xenitiva en -anis, e non en -ani como sería de agardar.
    Como exemplo a cidade de Orléans, que deriva de Aurelianis, forma xenitiva de AVRELIANVS, en vez do agardado e reguar xenitivo Aureliani. E como Orléans, centos de topónimos en toda a área lingüística de oïl... Eu creo que, se o comparamos cos datos galegos que aportas, é ben curioso. ¿Haberá algunha relación? Lembremos que as linguas de oïl desenvolvéronse tamén cun fortísimo superestrato xermánico (franco)...

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  12. Ola, pois, de princípio semelha moi interessante o que indicas! Haveria que juntar vários destes topónimos junto coa sua história. Com respeito à sua possível orige/história/etimologia... Por nom me andar com andrómenas, e sem mais conhecimentos do tema, nom me atrevo a aventurar a sua orige. Saúde!

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  13. Ola outra vez; con respecto á "possível orige/historia/etimologia" do exemplo de aprente xenitivo incongruente Aurelianis>Orléans, déixoche o texto da monumental Toponymie générale de la France que trata do dito topónimo (espero que poidas lelo ben, pois é un pouco pequeno): http://www.imagebam.com/image/7ade1f184615702%22%20target=%22_blank%22
    Como podes ver, o étimo deste topónimo (e outros moitos semellantes, algúns con estritos paralelos en Galicia) non é explicado como unha forma xenitiva "aberrante" Aurelianis en vez do regular Aureliani, senón como un locativo/ablativo plural Aurelianis, co sentido de "Onda os habitantes de Aureliana"; ou sexa, que eses aparentes xenitivos discordantes de antropónimos en -ANUS esixen un estadio previo do tipo (Villa) Aureliana, do que Aurelianis sería o seu locativo (do adxectivo Aureliana, non de Aurelianus); esta explicación xa a deran toponimistas franceses tan reputados como Ernest Nègre, Rostaing, Baudot e seguramente outros.
    Creo que é interesante esa óptica. Lonxe de que -anis acabase actuando como unha desinencia para forma topónimos de nomes latinos (do tipo Antonius > Antonhães ou Maternus > Madarnás), estariamos pola contra (segundo os toponimistas franceses) ante locativos: Antonius > (Villa) Antoniana > Antoniana > Antonianis 'o lugar onde viven os habitantes do lugar chamado Antoniana' > Antonhães.
    Esta maneira de entender os feitos é certamente interesante e non estaría de máis comprobar ata qué punto é digna de ser aceptada ou de desbotala.
    Saúdos.

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  14. Ola (Car?). É umha outra possibilidade aberta. Contodo, para Orléans < Aurelianis (de Aureliana) vejo que contamos cumha boa documentaçom, que fai desta explicaçom umha teoria plenamente económica. Para o nosso caso, esta possibilidade nem conta cum apoio documental, penso (é dizer, nom temos derivado evidente em -anis dum anterior em -ana: Lourençá nunca gerou um **Laurentianis); nem explica a ausência desta toponímia em Burgos, Palência, etc... havendo abundância de toponímia derivada de antropónimo+-ana; nem pode explicar, por exemplo, a multiplicidade de Guimaráns, Sandiás, Goiáns, sem haver **Guimarana, **Sindilana, **Gaudilana.
    O que é umha boa explicaçom na França nom tem porque o ser aqui, e vice-versa.
    Saúdos.

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  15. ...Tanto máis nom havendo umha continuidade geográfica do fenómeno.

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  16. Umha adenda a jeito de comentário: Na crónica de Hidacio lemos, num episódio já perto do 470 AD: "Ulyxippona a Suevis occupatur, cive suo qui illic praeerat, tradente Lusidio. Hac re cognita Gothi qui venerant, invadunt et Suevos depraedantur, pariter et Romanos ipsis in Lusitaniae regionibus servientes." o que se pode traduzir "Lisboa é ocupada polos suevos, entregada polo seu dirigente Lusidio. Isto conhecido, os godos que vinheram, invadem, e saqueam tanto aos suevos como aos romanos que a estes serviam nas regions da Lusitánia".

    Ainda que poucas vezes se pom de manifesto, os suevos já eram fazendeiros e grandes proprietários no século V, e nom só um fato de galafates. De facto nom poucos dos seus ataques (Coimbra, Lleida, a Tarraconense) remata co cativeiro das gentes previamente depredadas: 'Irrupta per dolum Ilerdensi urbe, acta est non parva captivitas', 'et grandi ad Gallaeciam captivitate deducta', 'Conimbrica in pace decepta diripitur: domus destruuntur cum aliqua parte murorum, habitatoribusque captis atque dispersis, et regio desolatur et civitas.')

    Umha boa época para que os lugares começaram a se chamar Sindilanis, ou Recimiri.

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  17. Cativeiro (ou servidume) e posterior traslado forçoso à Galécia, donde talvez tamém Rebordaos/Rebordáns/Rebordães/Rebordões < Roboretanos, Bardaos/Bardás/Bardáns < Barretanos, Cumbraos < Colimbrianos.

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  18. O Santiás de Cangas aparece sempre documentado como Centeás (na parte seseante do Morrazo). Tamén o Zantiás de Domaio (na parte non seseante do Morrazo). Creo seren, logo, 'campos de centeo', non antropónimos de posesor.

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