Jurençás!
(Addenda o 26/03/2012)
(Atualizado o 13/03/2012)
(Corregido o 29/02/2012 as 21:30)
Ourense:
Resto da Galiza:
(Atualizado o 13/03/2012)
(Corregido o 29/02/2012 as 21:30)
Eis
um corto de Ben Falado, esse magnífico espaço documental da
Galega:
Efetivamente,
os antigos testemunhos do topónimo Jurençás remetem-nos claramente
ao antropónimo Gerontius, nome por exemplo dum general romano nado
em Hispánia, quem chegou a nomear um imperador à sua medida alô a
primeiros do século quinto. Os testemunhos antigos que conheço,
dous deles já mencionados no anterior espaço, som:
- uilla prenominata Geronzanes (1120, Carvoeiro),
- Gironçaes (1351, Doçom), e
- friigresia de san Pedro de Giroçaens (1274, Osseira).
Gerontius
é nome que nom conheço na documentaçom galega medieval, embora
conheço umha mulher de nome Geroncia num documento da
Catedral de Leom, do ano 960. Assemade, Gerontius é nome empregado
na Catalunha alto-mediévica (cf. o RAC I = Repertori d'Antropònims
Catalans, ISBN 84-7283-277-5). Gerontius é tamém nome que tem
produzido outros topónimos. Assi, Geronciana era o antigo
nome de Lorenzana, em Leom (ruim castelhanizaçom dum Leonês
*Yeronzana, reinterpretado como *Llorenzana < Lorenzana?). Por
outra banda, suspeito que o nosso Vilaronte, freguesia e lugar
do concelho de Foz, tem a sua orige no sintagma *Villa Gerontii
'Propriedade de Geróncio' > *Villaeronte (perda do /g/
intervocálico) > *Villaronte (crase do hiato) >
Vilaronte. Desconheço se é etimologia já previamente
proposta.
Agora,
antes de entrar em matéria botade-lhe umha olhadinha a esta relaçom
de topónimos e antropónimos:
Maternus:
Madarnás (Carvalhinho e Cartelhe, OU) / Maderne
(Fonsagrada e Lourençá, LU)
Maurecatus:
Morgadáns (Gondomar) / Morgade (moitos, por todo o
país)
Octavius:
Oitaváns (despovoado, Val do Dubra, AC) / Oitavém
(Fornelos de Montes, PO)
Guldericus:
Guldrigáns (Cúntis, PO) / Guldriz (vários)
Bertamirus:
Bertamiráns (Ames, AC) / Bertamil (Gontim e Friol, LU;
Carvalhinho, OU)
Salamirus:
Samiráns (Laracha, AC) / Samil (moitos)
Ranamirus:
Ramiráns, Ramirás e Ramiláns (vários) /
Ramil (moitos)
~o~o~o~
Voltemos
à Lorenzana leonesa. Deriva do sintagma latino villa
Gerontiana, onde Gerontiana é um adjetivo derivado do
nome Geróncio por médio do sufixo -ana. A toponímia desta forma
está espalhada penso que por todo o mundo romano, sendo bem
conhecida e frequente na Espanha. Temos por exemplo, e sem pretender
ser exaustivo:
- Áraba: Maturana, Antoñana, Erdoñana, Krispiñana, Mandojana, Leziñana, de nomes como Maturus, Antonius, Ordonius, Crispinus, Mandonius e Licinius.
- Ávila: Constanzana, Muñana, de Constantius, Munius
- Badajoz: Orellana, de Aurelius
- Burgos: Bascuñana, Cantabrana, Moriana, Montañana, Solarana, Martijana, Leciñana, de Basconius, Cantaber, Maurus, Montanus, Solarius, Martilius, Licinius.
- Cuenca: Bascuñana de San Pedro, Mariana, de Basconius, Marius.
- Guadalajara: Lupiana, Millana, de Lupius, Emilius.
- Leom: Campañá (Campañana), Lorenzana, Destriana, de Campanus, Gerontius, Dexter.
- La Rioja: Arenzana, Treviana, de Argentius, Trebius.
- Navarra: Fustiñana, de Faustinus.
- Astúrias: Antoñana, Oviñana, Joyana, Cornellana, Arcallana, Loriana, Cornellana, Oviñana, San Martin De Semproniana, Novellana, Marcellana, Bedriñana, de Antonius, Albinus, Iovius, Cornelius, Arcadius, Laurus, Coanius, Sempronius, Novellus, Marcellus, Veteranus.
- Segóvia: Orejana, de Aurelius.
Tamém
em áreas de longo domínio muçulmano: Trebujana (Cádis)
de Trebulius; Morellana
(Córdova) de Maurellus;
Montañana,
Sariñena
(Huesca) de Montanus,
Sarinius ou
Serenus; Serenyana,
Cornellana (Lleida) de
Serenus, Cornelius;
Frigiliana
(Málaga) de Fregellus;
Moriana,
Rusticana
(Múrcia) de Maurus,
Rusticus; Cariñena,
Leciñena,
Montañana
(Saragoça) de Carinius,
Licinius, Montanus.
Em Valência hai tamém outros rematados num /t/ nom etimológico,
como Ontinyent,
Carcaixent...
Na
nossa área linguística o grupo -ana evolve em -ãã, e depois -ã
em português, -á em galego oriental, e -ám em galego ocidental.
Assi, em Portugal temos Correlhã
( < Corneliana, 915, Tombo A de Santiago), em Ponte de Lima, e
pode que tamém Campanhã
( < *Campaniana) em Peso da Régua, Ourentã
( < *Aurentana) em Cantanhede, e Cordinhã
( < *Cordiniana) em Coimbra. Na Galiza som algo máis abondosos:
- Becerreá (concelho nas terras de Návia) < *Becerriana?
- Ortoá (freguesia de Sárria) < Ortolana (967, Samos), de Hortulanus.
- Dormeá (freguesia de Boimorto) < Dormiana (966, Sobrado), de Dormius.
- Lourençá (concelho nas Marinhas) < Laurentiana (934, Celanova), de Laurentius.
- Tourinhám (freguesia de Mugia) < Tauriniana (942, Celanova), de Taurinus.
- Rubiá (concelho em Valdeorras) < *Rufiana, de Rufus.
Junto
a moitos outros topónimos que nom sei bem se atribuir a umha
formaçom de genitivo, ou a um derivado adjetival como estes aqui
apresentados: Martinhám, Marinhám, Cortinhám, Madrinhám,
Rufinhám, Padrinhám. Outros, como Savinhao, procedem de
formas tipo territorio/pago Sabiniano. O valor destas
construçons era ainda bem compreendido no século VII, quando
Valério do Berço escrevia, ao respeito dum castelo chamado
Rufiniana:
“nos confins
do território do Berço, entre outros mosteiros, e perto dum castelo
ao que o seu velho fundador puxo por nome Rufiana”
Usualmente
este mosteiro perto de Rufiana é tomada por ser San
Pedro de Montes, em Leom, mais pergunto-me se nom poderia ser
o nosso Rubiá, em Valdeorras, a só 10 quilómetros do local de
Castropetre, chamado por Valério Castro Petrense,
~o~o~o~
Se
Gerontius originou o topónimo Lorenzana em Leom, na Galiza
originou o nosso Jurenças, e pode que tamém o nosso
Vilaronte.
Vilaronte
dizíamos que tinha a sua orige num sintagma em genitivo, numha
modalidade toponímica que na Galiza e Portugal foi produtiva ao
menos entre os séculos VI (com seguridade, villa
Gomedei, na
Divisio Theodemiri, e pode que tamém o monasterio Maximi
dos bretons, no mesmo documento) e máis o século IX, quando um
certo número de documentos ainda pom em relaçom alguns topónimos
com possessores vivos, ou quando menos lembrados. Por exemplo,
é bem conhecida e pouco suspeitosa a doaçom feita polo rei Silo a
um abade chamado Sperautan, dumhas terras entre o Eo e o Masma, em
775; depois, durante o século X, vários serám os documentos que
fagam referência à igreja, nom localizada, de San Martinho de
Sparautani, cumha forma genitiva já fóssil.
Estes
genitivos que atopámos na nossa toponímia nom som sempre genitivos
latinos standard. O genitivo latino comum dos nomes rematados
em -a é -ae (1ª declinaçom, vogal temática a); o dos nomes
rematados em -us é -i (2ª declinaçom, vogal temática o); e dos
nomes rematados em -o é -onis (3ª declinaçom). Na Galiza e máis
em amplas zonas da Romania, e por influxo germánico, moitas verbas
novas -e moitos antropónimos- procedentes das línguas germánicas
vam seguir a declinaçom consonántica. Esta tendência evidencia-se
por exemplo nos escritos de Hidácio Isidoro de Sevilha, quem sigue a Hidácio ao construir o genitivo do nome
suevo Massilia como Massiliae, e tamén
emprega Suintilae para o genitivo do godo Suintila,
assi como Masdrae, e Liuvae;
mais tamém emprega -umha única vez- Recchilanis como
genitivo do nome do rei suevo Rechila.
Bem, as formas
flexivas que aguardaríamos achar na nossa toponímia, já pola sua
tradiçom latina ou pola sua tradiçom germánica, seriam:
- -us / -i: Como por exemplo, Maurus / Mauri, Pompeianus / Pompeiani
- -a / -anis ou -ae: Réquila / Requilánis (ou Réquile, com -e < -ae)
- -o / -onis: Sílo / Silónis
- -as / -atis: Geremias / Geremiátis, Andreas / Andreátis
Contodo,
na documentaçom galega, leonesa e portuguesa alto-medieval (mais
este do que vou falar é um fenómeno máis amplo, com respeito ao
seu ámbito geográfico: na documentaçom catalá alternam os
genitivos em -onis/-oni, Mironis/Mironi, mais só atopo Agilani,
Bradilani, etc.) as formas de genitivo comummente empregadas som algo
distintas, e caracterizam-se fundamentalmente pola ausência do -s
final:
- -us / -i: Maurus / Mauri, Pompeianus / Pompeiani
- -a / -ani, ou -e em nomes femininos rematados em -a: Requila / Requilani, mais nos nomes femininos: Gilvira / Gilvire
- -o / -oni: Silo / Siloni
- -s / ti: Geremias / Geremiati, Andreas / Andreati, Elias / Eliati
E
daí topónimos como Moure ou Mor, Pompeám,
Vila Siom, Requiám, Gilvir, Germeade. Ilhade. A
minha suspeita é que o -s final adquiriu um valor primário de marca
de plural, o que junto coa abundáncia de nomes que formavam o seu
genitivo com -i e -ni, levou ás outras desinências de genitivo,
pode que já no século VII ou VIII, a se reduzir a umha marca -i,
-ni, -ti. É notável que na nossa documentaçom medieval, as formas
genitivas em -nis (ou -nes) som quase desconhecidas, a nom ser como
topónimos já fósseis, no entanto a desinência -ni tinha deslocado
totalmente a -nis. Assi, num documento de Sobrado do ano 818 já
temos um uso como ''que mihi concesserunt per scripturam filii
Rikilani'', onde filii Rikilani é traduzível como 'os filhos de
Ríckila'; o mesmo podemos dizer dum dos documentos originais mais
antigos preservados na Galiza (é o pergaminho número 494 do Arquivo
do Reino de Galicia, editado por
Carlos Sáez, ISBN 84-8138-597-2), datado o ano 883: ali junto
com genitivos esperáveis como 'duas filias Gaudiosi', 'filio
Frumildi', 'filia Sonifrede', 'filie Guduige',
'fili Ostosie' temos tamém, em linha co exposto, 'inde duos
filios Tequiloni', e incluso o sintagma 'filios de
Spintilo'. No entanto, em documento de Samos do 902 temos o
topónimo ''villa Domni Adilani'' 'vila de Don Ádila' (é
actualmente Aiám, em Reiriz, Samos), fazendo referência a um filho
(Ádila) do fundador do lugar em tempos do rei Froilám I (757-768).
Era já umha forma genitiva fóssil, dado o resultado actual.
Por
certo, por vezes explicam-se estes genitivos em -ni de nomes
germánicos como devidos a umha reformulaçom do paradigma destes
nomes: assi, de Froila teríamos um novo nominativo Froilanus,
e de Froilanus o genitivo Froilani; mais esta teoria
nom pode dar conta dos genitivos femininos em -ni, tipo Froiloni:
“ipsam prefatam uilla Iliobre que uobis concedimus habemus eam de
quondam parentum nostrorum, Uistrari et Froiloni, et
Armentari et Ilduarie” (964, Sobrado), já que nunca
se da o nome **Froilonus aplicado a umha mulher; tampouco pode
explicar topónimos como Germeade < *Germiati (Germias), Andreade
< *Andreati (Andreas), Ilhade < *Eliati (Elias), Tomade <
Tomati (Thomas), se somo como penso genitivos, etc... E por suposto
nom explica a prática desapariçom dos genitivos em -onis e -anis
dos usos escritos, substituídos por -oni e -ani, mais nom na
toponímia, que preserva usos pretéritos. Máis bem penso que som os
novos genitivos em -ni, junto cos acusativos em -ne, os que levárom
aos notários a representar
novos nominativos fictícios (coido que nom estám presentes na
toponímia): Froilanus, Arianus, Riquilanus.
Remito-me ao CODOLGA para afirma que o número destas formas é
escasso se o comparamos cos nominativos “autênticos” Froila,
Arias, Riquila, etc.
Prosseguimos.
Sintagmas como poderia ser ''filii Rikilanis'', cumha
desinência de genitivo germánica ou germanizada, nom se atopa já
na nossa documentaçom do século VIII em adiante (senom só ''filii
Rikilani'' e similar) nem semelha ser já produtiva para esse
tempo (cf. a devandita igreja de Sparautani, que
nom de Sparautanis, topónimo originado nesse século VIII).
Poderíamos contar co contra-exemplo de Guimarães, se é fundaçom
do século IX do conde galego Vímara Peres como se tem sugerido,
mais penso que está afirmaçom nom tem mais base que a inércia de
juntar umha figure e um lugar de grande releváncia para a história
de Portugal. Contodo (e como havemos ver) um bom número de
topónimos, fundamentalmente galegos e portugueses, têm sido
formados por médio destas desinências rematadas em -s,
razoavelmente numha data anterior a esse século VIII em que estas
desinências já nom som empregadas polos notários e escribas na
redacçom dos seus documentos. Mais na toponímia do noroeste da
península ibérica é usualmente máis comum este segundo tipo,
digamos que sem 's': Fronte a topónimos como Requián (na
Pastoriça, em Cambre, Palas de Rei, Betanços, A Estrada, Ourol,
Parada de Sil, Teo), Riquián (Viveiro), e Receá
(Frades e Messia), todos dum genitivo Requilani, temos
do primitivo Requilanis só Requiáns em Crecente e
Requiás em Muinhos. Mais fronte a dúzias de Guimarães,
Guimaráns, Guimarás, Gimarás, Jumarás
(por metátese germánica, wi ↔ ju), temos tam só umha dezena de
Guimarám, Jimarám
~o~o~o~
Voltemos
a Jurençás. O peculiar do topónimo nom é tanto o
antropónimo que o origina, canto que o sufixo (tónico) -anes
polo que se deriva. Este sufixo, como indica Dieter Kremer na página
18 de Toponímia de España (PatRom 24, ISBN
978-3-11-023348-3), deve ter a sua orige numha desinência de
genitivo germánica, aquela empregada para a derivaçom de
antropónimos que se declinavam pola declinaçom fraca, consonántica.
Como exemplos antigos destes topónimos temos Uimaranes (911,
GFA), villa Keizanes (931, Tombo de Celanova), Sindilanes
(934, TdeC), Itilanes (946, PMH), villa Atanes (950,
TdeC), villa Quindilanes (992, TdeC), villa Frogianes
(1007, TdeC), villa Riquilanes (1024, TdeCelanova), villa
Guandilanes (1050, Liber Fidei)... Temos pois, à luz da
informaçom diacrónica da que dispomos, umha evoluçom -anes >
-ães (português, e galego medieval), e daí -áns / -ás / -ais,
no ocidente / centro / oriente do país.
Desboto
já a outra opçom apontada por Kremer, fazendo derivar estes
topónimos dum acusativo plural -anos, como no caso de Lebosandaos,
em Bande (Lovesendanos em 1076, Tombo de Celanova), ou
Framilanos (1029, TdeC), por ser esses topónimos harina de
otro costal, nom distintos de
Faramontaos,
Sarriaos,
Marinhaos,
etc. Estes topónimos estám formados sobre outros topónimos ou
apelativos: Samos
< Samanos
(785, Tombo de Samos), Cumbraos
< Colimbrianos
(803, T. de Sobrado), Toldaos
< Toldanos (849, T.
de Samos), Faramontaos
< Foramontanos
(921, colecçom diplomática de Ribas de Sil), Meiraos
< Meiranos (973, T.
de Samos)... Lebosandaos ou Framilanos
fam referência, na minha opiniom, a gentes procedentes de Lebosende
(Leiro, Ourense), e dum Framil
dos moitos da nossa terra ou incluso de alhures.
Sigamos.
Eis umha ampla selecçom de topónimos procedentes de antropónimos
em genitivo germánico,
antigo, ou com -s, mais lembremos primeiro que -anes
da no ocidente do país -áns,
no centro -ás, e no
oriente -ais, todos
dumha forma medieval -ães
(> ais / -ãas > -ás / -áns), ainda preservada em Portugal;
lembremos tamém que no entanto em Portugal ou no ocidente da Galiza,
as terminaçons -anos e -anes confluem, no centro e oriente da nossa
terra mantêm resultados diversos e plenamente discerníveis (-anos >
-aos ou -aus, fronte a -anes > -ás e -ais). No entanto, em Zamora
e Leom, -anes ( < -anis) mantém-se. Todos os antropónimos
propostos como étimo dos topónimos som germánicos, ao meu ver.
Assemade, máis dos topónimos portugueses propostos já foram
estudados por Piel, numha longa série de artigos publicados nos anos
'30 e '40 no Boletim
de Filologia.
Concordo com el em máis das adscriçons a um nome ou outro, e som
devedor nas evoluçons fonéticas por el propostas, porém nom
concordo coa sua idea de serem uns topónimos genitivos de
antropónimos com declinaçom consonántica, outros derivados de
patronímicos, e outros simples “plurais”. Bem certo é que Piel
nesse momento nom tivera acesso a fontes documentais galegas, só a
portuguesas (o asterisco marca aquelas formas que nom conheço na
documentaçom galego-portuguesa medieval, ainda que moitos ou todos
eles têm formas idênticas ou similares documentadas no Förstemann):
-
AntropónimoTopónimosAdalaAdães (Barcelos, BR) < Adalanes (1024, Onomástico)Adães (Chaves, VR)Adães (Ol. De Azeméis, AV)(*Athalanis > *Adalanes > *Adaanes > Adães)Cf. Adá, Adai < *Adalani*AffaAfães (Celorico de Basto, BR)Agila / Egila / IgilaAjáns (Ordes, Crunha)Lás (Sam Cibrao) (freguesia, San Amaro, Ourense) < Sancti Cripriani de Ellanes 1220, San Çibraao de Eilaaes (1283, Dozón)Geás (Lóvios, Ourense)Giás (labradio, Arteijo, Crunha)Inhás (Sam Jorge) (freguesia, Oleiros, Crunha)+villa de Egilanes (1013, PMH)(Giás < *(E)gilanes; Inhás < *Iiães < *Igilanis)Cf. Giá < Santa Maria de Giae (1331, Lugo s. XIV) < Egilani (966, Sobrado)- - AndilaAndrás (San Lourenço) (freguesia, Vilanova de Arousa, Pontevedra)Andrães (Marco de Canaveses, PO)Andrães (Vila Real, VR)(*Andilanis > *And'lanes > *Andrães)Cf. Andeám < *AndilaniAnsilaAnciães (Felgueira, PO)Anciães (Ribeira da Pena, VR)Anciães (São Pedro do Sul, VI)Ansiães (Amarante, PO)Carrazeda de Ansiães (Carrazedo de Ansiães, BÇ)Cf. Anseám, Lamansiám*ArdecaArdegães (Maia, PO)+villa in Ardeganes (1092, Celanova): por Os Blancos, OurenseCf. Ardagám < *ArdecaniAriasAráns (Caniza, Pontevedra)Airães (Felgueira, PO) < Arianes (1099, Liber Fidei)Cf. Arám, Arém < *ArianiAttanAtás (Santa Maria) (freguesia, Qualedro, Ourense) < Atanes (950, Celanova)Atáns (terreo, Arteijo, Crunha)Atães (Gondomar, PO)Atães (Guimarães, BR)Atães (Vila Verde, BR)Cf. Atá, Atán < Atani 986, Vilatán < uilla Athani 974AttilaAtiães (Vila Nova de Gaia, PO)Atiães (Vila Verde, BR) < Atilanes (1071, Liber Fidei); e já Atianes (1102, Liber Fidei)Cf. Ateán, Atián < *AttilaniAvezaOuzás (Guitiriz, Lugo)Salouzáns (Estrada, Pontevedra) < *Sala AuezanisVilouzás (Paderne, Crunha) < *Villa AvezanisOzanes (Parres, Asturias)(*Auezánis > *Au'zánis > *Ouzanes > *Ouzães)Cf. Vilouzán, Ousá < *AvezaniBaldilaBaldráns (Santiago) (freguesia, Tui, Pontevedra) < Baldranes 1178Bardás (Narom, Corunha)Bardiás (Castro de Rei, Lugo)(*Baldilanis > *Bardilanis > *Bardiães)Cf. BardiámBaronzaPeranzais (Peranzanes, na regiom Berciana)Baronzás (Ginzo de Límia, Ourense) < Barunzanes 1165BarvaBarbáns (Ponteareas, Pontevedra)Barbáns (Tominho, Pontevedra)(*Barvanis)BerilaBerlais (terreo, Sárria, Lugo)Verlás (Rodeiro, Pontevedra) < Berlaes(*Berilanis > *Berlanes > *Berlães)Cf. Berlám, Berlai < *BerilaniBonizaBoiçás (Vilalva, Lugo)(*Bonizanis > *Boizães)Cf. Boizám < *BonizaniBrandilaBrandilanes (Fonfría, Zamora)Cf. Brandiám < *Brandilani*BurganBurgáns (Cambados, Pontevedra)Burgás (Chantada, Lugo)Burgás (Ourol, Lugo)Burgás (Santa Baia) (freguesia, Germade, Lugo) < Sancta Eulalia de Burganes 1128Burganes (Zamora)Burgães (Santo Tirso, PO)Burgães (Val de Cambra, AV)Cf. Burgán < *Burgani*CazaCaçás (Sam Juliám) (freguesia, Germade, Lugo < sanctus Iulianus ca Cazanes (1128, Mondoñedo) < Cazanes 1077Cazanes (Villaviciosa, Astúrias)Caçães (Paços de Ferreira, PO)Cf. Caçám < *Cazani*CervanCervás (Sam Pedro) (freguesia, Ares, Crunha) < San Pedro de Ceruaas (1390, Xelmirez)Cervães (Vila Verde, BR) < Cervanes (1120, Liber Fidei)Cf. Cervám < *Cervani*CottaCotães (Ponte de Lima, VC) < Cotanes (1078, Onomástico)Cotanes (zamora)Cf. Cotá, Cotán < *CottaniCutellaCotiães (Guimarães, BR)Cf. Cutián < *CottilaniDadila ou DanillaDeilás (Tavoada, Lugo)Delás (Lóvios, Ourense)Delães (Vila Nova de Famalição, BR)FaffilaFafiás (Vila de Cruzes, Pontevedra)Fefinháns (Cambados, Pontevedra)Fafiães (Marco de Canaveses, PO) < ? Fafilanes (1085, Onomástico)Fafiães (Maia, PO)Fafiães (Penafiel, PO)Fafiães (Bouças, PO)(*Faffilanis > *Fafiães; Para Fefinháns cf. Gondinháns)Cf. Fafiám < Fafilani (998, Chouçám)FandilaFandinhães (Marco de Canaveses, PO)Faquilo ou *FaquilaFacós (Lobeira, Ourense) < inter Fackilanes et Gaudilanes (1091, Celanova)Faquiães (Amares, BR)FradilaFraiás (Sam Pedro) (freguesia, Abadim, Lugo)Fraiás (cultivo, Castro de Rei, Lugo)(*Fradilanis > *Frailanes > *Fraiães)Cf. Fraiám < *FradilaniFroilaForjás (Rairiz de Veiga, Ourense)Forjás das Vinhas (Merca, Ourense)Forjás de Montes (Alhariz, Ourense)Freáns (Padrenda, Ourense) < Froilanes (954, Celanova)Freáns de Deva (Pontedeva, Ourense) < Froyaes de Tradeua (1324, 'Xelmirez')Freás (Castrelo de Minho, Ourense) < Froilanes 986Freás (Santa María) (Punxín, Ourense) < Freaas (1418, San Clodio)Freás da Canda (Pinhor, Ourense) < Froyaas (1334, Doçom)Freás de Eiras (Santa Maria) (Ramirás, Ourense) < Froianes (1043, Celanova); Villa Frogianes 1007; Froilanes (s.d., Celanova)Friáns (prados, Ribeira, Crunha)Friáns (Tominho, Pontevedra)Froiás (Bola, Ourense)Frollais (Sam Miguel) (Samos, Lugo) < Sancto Micaele de Frolanes (1058, Samos); Sancti Michaelis de Froilanes (1175, Samos)Frojais (Sam Brais) (Viana do Bolo, Ourense)Frojáns (prados, Vedra, Crunha)Frojáns (cultivo, Lousame, Crunha)Forjães (Esposende, BR)Forjães (Resende, VI)Forjães (Santo Tirso, PO)Friães (Amarante, PO)Friães (Arouca, AV)Friães (Maia, PO)Friães (Montalegre, VR)Friães (Paredes, PO)Friães (Vila do Conde, PO)Friães de Baixo (Santo Tirso, PO)(Em geral: Froilanes > Froianes > Froiães > Forjás / Freáns / ...)Cf. Freám < uillar Froilani (935, Sobrado), Bustofreám, DonfreámFrumistaFirmistáns (Ames, Crunha)Formistám < *Frumistani*GarfaGarfães (Vila Nova de Gaia, PO)GaudilaGabeás (mato, Pontenova, Lugo)Gabiás (mato, Parada de Sil, Ourense)Gabiás (rochedo, Parada de Sil, Ourense)Gabiais (valgada, Mesquita, Ourense)Gaiás (Lobeira, Ourense) < Gaudilanes 1101; villa Gaudilanes (1075, Celanova); villa quos vocitant Gaudilanes (1025, Celanova)Goiáns (Boiro, Crunha)Goiáns (Brión, Crunha) < Gaudianes (1176, TTO)Goiáns (Sam Sadurninho) (freguesia, Porto do Som, Crunha)Goiáns (Santo Estevo) (freguesia, Carvalho, Crunha)Goiás (Peroja, Ourense)Goiás (Toques, Crunha)Goiás (Sam Miguel) (freguesia, Lalim, Pontevedra) < Sam Migeel de Guayaes (1284, Osseira) < Goyaes (1248, Doçom)Goás (Sam Pedro) (freguesia, Abadim, Lugo)Gaiás (monte, Santiago de Compostela, Crunha)Os Gabiais (valgada, Mesquita, Ourense)Os Gabiás (mato, Teixeira, Ourense)Os Gaiás (prados, Verea, Ourense)Goães (Amares, BR)Goães (Vila Verde, BR)Gouvães (Sabrosa, VR)Gouvães da Serra (Vila Pouca de Aguiar, VR)Gouviães (Tarouca, VI) < Gouuianes (1162, Onomástico)(Gaudilanes > *Gauilanes > Gabiães / Gaiães / Gouiães; de Gouiães > *Gouviães, como audire > ouir > ouvir, e Goiães)Cf. Goián, Gaián, Gabián < *GaudilaniGomilaComeás (Monterroso, Lugo)Cumiáns (Laracha, Crunha)Gominhães (Guimarães, BR)Cf. Gomeám < *GomilaniUuadilaGolás (Corgo, Lugo) < Gualanes (1240, Vilar de Donas)Gorgolás? (Cultivo, SARRIA, LUGO) = *Gor GolásGuláns (Neves, Pontevedra)Guláns (Sam (freguesia, Ponte-Areas, Pontevedra)Golães (Fafe, BR)(*Uuadilanis > *Guadlanes > Guallanes > *Goalães)Cf. Golám, Golai < *Gollani < *Guadlani < *GuadilaniGuandilaGundiás (Nogueira de Ramuim, Ourense) < Gondianes (1214, Ribas de Sil) < Guandilanes (1180, Rocas)Gondiães (Cabeceira de Basto, BR)Gondiães (Guimarães, BR)Gondiães (Vila Verde, BR) < Guandilanis (1082, Liber Fidei); villa Guandilanes (1085, Liber Fidei)(*Uandilanis > Guandilanes > *Goandianes > Gondianes > Gondiães)GundilaGondrás (Cervo, Lugo)Gundiáns (prados, Lousame, Crunha)Gundiás (Alhariz, Ourense)Gundinháns (Caldas de Reis, Pontevedra)Gondenhães (Vila Nova de Gaia, PO)Cf. Gundiá, Gundiám, Cuntiám, Guntiám < uillam Guntilani (977, Sobrado)Gunta / GundaCondáns (Costa, Laracha, Crunha)Gontães (Vila Real, VR)Cf. Gondai, Gondám, Gontám, Gontá < *GunthaniGutaGodás de Cima (Carvalhinho, Ourense)Godás do Rio (Carvalhinho, Ourense)IkilaIçás (Coles, Ourense) < Izanes (1220, Ribas de Sil) < Yzilanes 986Cf. Içá < *IkilaniItilaIdães (Fafe, BR)Idães (Felgueiras, PO) < Eidiaes 1220 < villa Itilanes 946Cf. Eidiám < *Ediãe < *ItilaniLedilaLiáns (Oleiros, Crunha)(Proposta: *Ledilanis > *Leiães)LeubaLobás (Sam Vicente) (freguesia, Calvos de Randim, Ourense)Lobás (Santa Ougea) (freguesia, Carvalhinho, Ourense) < abbatissa Sancti Petri de Lobanes (1175, Rocas); Lobaas (1373, St. Cristina de Ribas de Sil)Loubáns (Ponte Areas, Pontevedra) < Uarcena de Liuuanes 963 (cf. Estudios Gallegos 2009)+Liobas (1487, St. Cristina de Ribas de Sil); Louuas (1261, St. Cristina de Ribas de Sil): por Bolmente, LU.+Luivanes (1061, Liber Fidei); in villa Luvanes sub alpe Barbuto territorio Bracarensi discurrente rivulo Catavo (1071, Liber Fidei): perto de Atiães (Vila Verde)Cf. Lobám < *LeubaniLubila / LiubilaMoldes (Sam Mamede) (freguesia, Boborás, Ourense) < San Mamede De Libraaes (1395, Sam Clódio); Sam Mamede de Livraas (1384, Osseira); Iglijas de Santa Ollaya de Vanga et de Sam Mamede de Libraas (1428, 'Xelmirez')Lubiáns (costa, Porto do Som, Crunha)Cf. Lubiám, Soutolubiám, Librám, Liviám*MaganMaganes (Cangas de Narcea, Astúrias)Magães (Marco de Canaveses, PO)Cf. Magám < Magani (947, GFA)*MalucaMalucanes (Zamora, perto de Benavente) < Malucanes (1206, Sobrado);Mougás (Santa Ugia) (freguesia, Óia, Pontevedra) < Mougaes (1184, Tui)(Malucanes > *Mauganes > *Mougães)Cf. Mougám, Mougá < *MalucaniMandilaMandrás (Celanova, Ourense) < Mandrianes 1011; Mandranes (1095, Celanova); Mandilanes (1095, Celanova); Mandilanes (1106, Celanova)Mandrás (Sam Pedro) (freguesia, San Cristovo de Cea, Ourense) < San Pedro de Mandraes (1330, Osseira)(Mandilanis > *Mand'lanes > Mandrães. Cf. András, Gondrás)Cf. Mandiá, Mandrá < *MandilaniManila / ManillaEstivada de Meiláns (matogueira, Muros, Crunha)Meilás (mato, Coirós, Crunha)Meilás (Sarreaos, Ourense)(*Manillanis > *Man'lanes > *Mailanes > *Meilães)Cf. Meilá, Meilán < uilla Manilani (998, Chouçám)MauranMouráns (terras, Lama, Pontevedra)Mourás (terras, Paradela, Lugo)Cal de Morás (mato, Viveiro, Lugo)Morás (Fene, Crunha)Morás (Sam Clemente) (freguesia, Jove, Lugo) < Sam Climente de Moraes (1378, 'Xelmirez')Morás (Santo Estevo) (freguesia, Arteijo, Crunha)Mouráns (terras, Ames, Crunha)Mouráns (cultivo, Vigo, Pontevedra)Mourás (Foz, Lugo)Mourães (Feira, AV)Cf. Morám, Mourám < *Maurani*MauricaMourigás (Rodeiro, Pontevedra) < Mauricanes 1093Morigães (Vila Verde, BR)Morigães (Marco de Canavases, PO)Cf. Morcá, Mouricám , Mourigám < *Mauric(c)ani*MaurilaMorlás (terras, Merca, Ourense)Morlás (Tavoada, Lugo)Cf. Morlám < *MaurilaniMedumaMiomás (Carvalhinho, Ourense) < Meomaes (1272, Osseira)Miomães (Resende, VI)Cf. Momám, Miomám < *MedumaniMerilaMerlães (Val de Cambra, AV)Cf. Merlám < *MerilaniMourentanMourentáns (Briom, Crunha)Cf. Mourentám < *MaurentaniNaustilaLustiás (Tavoada, Lugo) < Nustiaas (1402, Vilar de Donas)Cf. Nostiám < *Naustilani*Onca+villa de Oncanes (1005c, Celanova): por Cartelhe, Ourense.Cf. Castroncám < Uncani (933, Samos)PentaPintás (Calvos de Randim, Ourense)Pintanes (Villaviciosa, Asturias)Cf. Pintám < *PintaniQuintila / QuindilaCandás (Sam Martinho) (Rairiz de Veiga, Ourense) < Villa Quindilanes (992, Celanova)Candeás (cultivo, Cospeito, Lugo)Candrás (mato, Merca, Ourense)Fonte de Quintiáns (fonte, Vigo, Pontevedra)Quintiães (Barcelos, BR) < Quintilanis (1059, Onomástico)Cf. Quintiá, Quintiám, CandeámRimilaRemoães (Melgaço, VC)(*Rimilanis > *Remiães; i > o por causa do m)Cf. Romeám < Remian (1317, Lugo s. XIV)RiquilaRequiáns (terras, Crecente, Pontevedra)Requiás (Santiago) (freguesia, Muínhos, Ourense) < Riquilanes 1024Requiães (Barcelos, Br)Cf. Requiá, Requiám, Riquiám, Receá < *RiquilaniScapaEscapães (Cantanhede, CO)Escapães (St. María da Feira, AV)Segesta+in Seistanes suam portionem (1190, Meira): pola Terra Chá?(*Segistanes > Seistanes)Senta / SendaSantás (Tavoadela, Ourense) < Sentanes 1092Santães (Esposende, BR)Cf. Santá, Santám, Vila Santám, Xantám, Sandám, Sandá < *SentaniSindilaSaninháns (Mondariz, Pontevedra)Veiga de Santiás (terras, Boqueijom, Crunha)Portelo de Zantiás (terras, Moanha, Pontevedra)Sandiás (Chantada, Lugo)Sandiás (Santo Estevo) (Sandiás, Ourense) < Sindilanes (934, Celanova)Santiáns (terras, Catoira, Pontevedra)Santiáns (terras, Lousame, Crunha)Santiáns (terras, Porto do Som, Crunha)Santiás (terras, Cangas, Pontevedra)Sandiães (Barcelos, BR)Sandiães (Penalva do Castelo, VI)Sandiães (Ponte de Lima, VC) < Sancti Mametis de Sindianes 1169Sandiães (Val de Cambra, AV)Sandrães (Guimarães, BR)Cf. Sandiám, Santiám, Sindrám < Sindilani (976, St. Cristina de Ribas de Sil)Suabila / Sabila+et inde sicut vadit per viam ad portam a Savilaes a iuso (1259, Oseira) – Santa Marinha do Castro, CarballedoSabiám < *SuabilaniSunilaSolláns (Teo, Crunha)Soalhães (Marco de Canaveses, PO)Soalhães (Vila Nova de Famalição, BR) < villa Sunilanes 1013Cf. Solhám, Soilám, Seilám, Ceilám < *SunilaniTeudilaTibiáns (Tordóia, Crunha)Tibiás (Sam Bernaldo) (Pereiro de Aguiar, Ourense)Tribás (Touro, Crunha)Tribás (Sam Martinho) (Pantom, Lugo) < San Martino de Trivaas (1397, Osseira) < Sancti Martini de Tiulanes 1224Teibães (Fafe, BR)Mire e Parada de Tibães (Braga, BR)(*Teudilanis > *Tevilanes / Tivlanes > *Tibiães / *Tibrães)Cf. Tiviám < *Teudilani*UaiffaGueifães (Maia, PO) < villa Gueifanes 1258UimaraGuimarás (mato, Ribadavia, Ourense)Gimarás (Alfoz, Lugo)Guimaráns (Ames, Crunha)Guimaráns (Avanha, Crunha)Guimaráns (cultivo, Briom, Crunha)Guimaráns (Vedra, Crunha)Guimaráns (terras, Lóvios, Ourense)Guimarás (Begonte, Lugo)Guimarás (terras, Castro de Rei, Lugo)Guimarás (Corgo, Lugo)Guimarás (Muras, Lugo)Guimarás (Outeiro de Rei, Lugo)Guimarás (cultivo, Palas de Rei, Lugo)Guimarás (Pantóm, Lugo) < Vimaranes (1074, Samos); Guimaranes (1174, Ourense)Guimarás (Paradela, Lugo)Guimarás (cultivo, Sarria, Lugo) < Vimaranes 1089Guimarás (Alhariz, Ourense)Guimarás (cultivo, Bande, Ourense)Guimarás (Esgos, Ourense)Guimarás (Irijo, Ourense)Guimarás (Pinhor, Ourense) < Guimaraes (1265, Osseira); Guimeraens (1280, Oseira)Guimeráns (Meis, Pontevedra)Prados de Jamarás (monte, Alfoz, Lugo)Veiga de Gimarás (prados, Lourençá, Lugo)Jamirás (Celanova, Ourense)Gemerás (mato, Coirós, Crunha)Gemerás (Messia, Crunha)Gemerás (Vila Santar, Crunha)Gimarás (Guitiriz, Lugo)Gimarás (mato, Viveiro, Lugo)Jumarás (cultivo, Cospeito, Lugo)Guimarães (Baião, PO)Guimarães (Viseu, VI)Guimarães (Guimarães, BR) < Uimaranes (961, TA)Guimarães de Tavares (Mangualde, VI)Quinta de Vimarães (Coimbra, CO)Quinta Nova de Guimarães (Águeda, AV)(umha formas procedem de Uimara, outros dumha forma alternante Gimara, por metátese wi → ju)Cf. Guimerám, Gimerá, JamaráUisterlaQuistiláns (Ames, Crunha)+Guistilanes (1220, Onomástico)(*Uisterlanes > *Guistellanes > *Guistelães)Cf. Vestilám, Guistilám, Quistilám < UisterlaniUizaPedraguiçás (terras, Horriós, Ourense)Cf. Guiçám < *UizaniUldilaOldrões (Penafiel, PO) < Uldranis 1258VincilaVenceáns (Santo Tomé) (freguesia, Entrimo, Ourense)Cf. Vinciá < *Vincilani
Note-se
que moi poucos destes topónimos têm preservado até hoje o primeiro
dos seus componentes, tam só Vilouzás < *villa Auezanis,
e Salouzáns < *Sala Auezanis, se estas etimologias som
correctas. Isto poderia ser outro indício da sua maior antiguidade,
se os comparamos cos topónimos formados como genitivos em -ni. Por
outra banda, e como tamém indica
Kremer, o extraordinário dalguns topónimos derivados de formas
medievais rematadas em -anis é que esta desinência germánica nom
deveria servir para a formaçom de genitivos de nomes pertencentes a
outras declinaçons. Mais isto é o que temos:
-
AlvarusAs Albaráns (terras, Porto do Som, Crunha)Alvarães (Celorico de Basto, BR)Alvarães (Viana do Castelo, VC)(*Aluaranes > Alvarães)Cf. Alvar < AlvariAluittus+Alvitaes (1258, Onomástico): em Portugal.(*Aluittanis > Alvitães)Cf. Alvite, Vilalvite... < *AluittiAnsulfusEnxofães (Cantanhede, CO)(*Ansulfanes > *Ansuffanes > *Ansufães)Cf. Anxeriz < *AnsericiBertamirusBertamiráns (Ames, Crunha)Cf. Bertamil < *Bertamiri*CagiatusCajadães (Oliveira de Frades, VI)+territorio Castelle, pope aulam sancti Mametis, in villa que vocatur Cagitanes et alia Grova. (1163, Oseira): em Moldes, Boborás.Cf. Cajade, Gajade < *CagiatiErmericus+Ermoriganes (1085, Liber Fidei): em PortugalCf. Esmoris, Esmoriz, Almariz, Armariz < ErmericiErmuigiusEsmojães (Espinho, AV) < Ermuganes (1102, Liber Fidei)(*Ermuigianes > Ermujanes > *Ermojães)ErmulfusAlmofães (Vila Nova de Famalição, BR)Cf. Almorfe < Ermolfi (c. 948, Celanova)*FaldigiusFaldejães (Ponte de Lima, VC)Faldigens (Amarante, PO)(*Faldigianes > *Faldijanes > Faldejães)GuldericusGuldrigáns (Cúntis, Pontevedra)(*Guldericanes > *Guldrigães)Cf. Guldris, Guldriz < *GuldericiMiroMiráns (Rianjo, Crunha)Cf. Mirom, Vilamirom, Vilarmirom < *Mironi, Mirós < *MironisMundericusMondreganes (Cebanico, Leom)(*Mundericanes > Mondreganes)Cf. Mondariz, Mondriz < *MundericiNinniNináns (Briom, Crunha)Ninães (Barcelos, BR)Ninães (Vila Nova de Famalicão, BR)(*Ninnanis > Ninães)Cf. Nine < *NinniNunniNonás (Boborás, Ourense) < coutos de sam Mamede et Nonaes et de Vanga (1357, Osseira); < Nunaes (1201, Osseira)(*Nunnanis > *Nunães)Cf. Vila Nune < *villa NunniPippiPipás (terras, Teixeira, Ourense)(*Pippanis > *Pipães)Cf. Pepe, Pipe < *PippiPoresindusPresandães (Alijó, VR)(*Poresindanes > *Presendães)RanemirusSan Pedro De Ramirás (Ramirás, Ourense) < Ramiranes S. X; Ramiranes (1145, Celanova); Ramiraas (1445, St. Cristina de Ribas De Sil)Ramiláns (mato, Porto do Som, Crunha)Ramiráns (Estrada, Pontevedra)Ramiráns (Porrinho, Pontevedra)Ramirás (matogueira, Celanova, Ourense)Ramirás (Ourense, Ourense)(*Ranemiranes > *Ran'miranes > Ramiranes)Cf. Ramil < Ranimiri (919, TA)ReccaredusRecardães (Águeda, AV) < Recardanes (981, PMH)(*Reccaredanes > Recar'danes)Cf. Recaré, Recarea, Recarei < ReccarediRomaricusRomarigães (Paredes de Coura, VC)(*Romaricanes > Romarigães)Cf. Romaris, Romariz < Romarici (934, Celanova)SabaricusSarabigões (Arouca, AV)(*Sabaricanes > *Savarigães)Cf. Sabaris, Sabariz, Xabariz, Xavariz... < SabariciSalamirusSamiráns (Laracha, Crunha) < Salamiranes (1145, Sobrado)(Salamiranes > *Saamirães)Cf. Saamil, Samil < Salamiri (858, Sobrado)SindamundusSamodães (Lamego, VI) < Sendamondanes 1059(Proposta *Sendamondanes > *Send'mondanes > *Senmondanes > *Semondães)Cf. Salamonde < Sendamondi 1105 (Revista Nalgures, 3)Sigeredusin loco qui dicitur Sygeraes in parrochia sancti Iohannis de Barram (1268, Osseira); cabo essa ponte do Arinteiro et contra a villa de Sigiraes et de Senderiz, ontrre essa ponte et una pena que y esta grande, o qual couto dizia que estava de mao destra commo pasavan a dita ponte viindo do Arinteyro contra Sigiraes (1305, Osseira); huna nossa casa de Sigiraas con todas suas perteenças (1355, Oseira), Item da Casa Nova de Sigiraas VI libras (1473, Xelmirez): em Barrám, Pinhor(*Sigeredanes > *Sigereanes > Sigerães)Cf. Sigirei, Xigirei < *SigerediUiliatusGuilhadães (St. María da Feira, AV)(*Uiliatanes > *Guiliadanes)Cf. Gulhade, Guilhade < *Uiliati
Estes
nomes de arriba deveram formar o seu genitivo pola segunda declinaçom, e consequentemente, as formas rematadas em -anis nom
podem ser propriamente genitivos. Mais tampouco aparentam derivar
doutros topónimos: note-se que som derivados do nominativo ou do
acusativo de antropónimos, nom dum topónimo expressado em genitivo.
Quer-se dizer, temos Guldrigáns, Romarigães,
Mondreganes, Recardães... de Guldericus, Romaricus,
Mundericus e Reccaredus; e nom **Guldriçáns, **Romariçães,
**Mondrizanes, ou **Recarães, como poderíamos aguardar se estes
topónimos forem derivados históricos dos respectivos topónimos em
genitivo (a nom ser que a sua formaçom seja contemporánea do
próprio estabelecimento do topónimo orige). Isto é em si um
indício máis de serem estes topónimos provavelmente formaçons
primarias, adjectivais, e nom nomes étnicos secundários derivados
de topónimos pré-existentes. Entom, tanto máis surpreendente é
quando esta desinência serve para formar topónimos derivados de
nomes latinos, ou (provavelmente) nom germánicos, como por exemplo:
-
AntoniusAntoñanes (Bustillo del Páramo, Leom)Antonhães (Braga, BR) < Antonianes (1101, Liber Fidei)(*Antonianis)Cf. Vilarantom < *uillare AntoniiBelleccoBalocás (Santiso, Crunha) < Ballokanes (1025, Santiago); Ballocanes (1380, Belvis)(*Belleccanis > *Bellecanes > Ballocanes)Cf. Belecoi, Belocom < *BellecconiBraulioBrolhães (Lousada, PO) < Braulanes (1220, Onomástico)(*Braulianis > *Broulianes > Brolhães)Cf. Broulhom, Brolhom < *BraolioniChristophorusCrastovães (Águeda, Av) < Christovalanes (981, PMH)(*Christophoranis > Christovalanes > *Crestovaães)Cf. Cristoble < *CristovaliCordiniusCordiñanes (Posada de Valdeón, Leom)FlaviusChavães (Baião, PO)Chavães (Tabuaço, VI)Chaviães (Melgaço, VC)(*Flavianis > Chaviães)Cf. Agruchave, Vilachave, Chave < *FlaviiGratiusGrazanes (Cangas de Onís, Astúrias)(*Gratianis)Cf. Grade < *GratiiIustusJustáns (Sam Martinho) (freguesia, Ponte Caldelas, Pontevedra)Justás (Santiago) (freguesia, Cospeito, Lugo) < Santiago de Iustaas (1368, Lugo S. XIV)(*Iustanis > *Justães)Cf. Arejuste, Vilajuste, Soutojuste, Castrejuste, Juste < *IustiMartinusMartinhães (Vila do Conde, PO)(*Martinianis)Cf. Martim, Vilamartim < *MartiniMaternusMadarnás (Santo Tomé) (freguesia, Carvalhinho, Ourense) < Madarnaes (1275, San Clodio)Madarnás (Cartelhe, Ourense)(*Maternanis > *Madernães)Cf. Maderne < *MaterniMaurecatusMorgadáns (Santiago) (freguesia, Gondomar, Pontevedra) < Morgadanes 1170; ? Ecclesia S. Mariae de Morgadanes Integra (1156, Tui)+Maurgatanes: in villa que vocatur Maurgatanes sub monte civitate Terroso (…) inter Ave et Catavo prope littore maris predicto Maurgatanes (1106, Liber Fidei) : na Povoa de Varzim (Portugal)(*Maurecatanis > Maurgatanes > *Morgadães)Cf. Mourigade, Morgade < *MaurecatiOctaviusOs Oitaváns (terras, Val do Dubra, Crunha)(*Octavianis > *Oitaviães)Cf. Oitavém < *Octaviani (como Arém < *Ariani)PalmaciusPalmasães (Amarante, PO)(*Palmacianis)Cf. Palmás, Palmaz < *PalmaciiRebeliusRevilhães (Amarante, PO) < Reuelianes (985, PMH)Cf. Rebel, Rebelhe, Revelhe < *Revelii , Revelhom < *RevelioniSagatusSegadães (Albergaría, AV)Segadães (São Pedro Do Sul, Vi)+Sagadaas: per portellam de araon & per illam de Sagatanes & intrat in Mineum (1095, Tui); portu de Sagatanes (1169, Tui); o casal de Ssagadaas que he enna feligresia de San Pedro de Torre (1370, Tui): em Valença do Minho.Cf. Segade < *SagatiSeniorO agro de Senhoráns de Sam Cibrán (mato, Catoira, Pontevedra)Senhoráns (Vimianço, Crunha)Senhoráns (Estrada, Pontevedra)(*Senioranis > *Seniorães)Cf. Senhor, Vilasenhor < *SenioriVitalisVidayanes (Zamora)(*Vitalianis > Vidayanes)Cf. Vidal, Vila Vidal < *Vitali
Listage à que engado Barbadás, em Ourense, por sugerência de Uttaris (Graças!), derivado dum moi provável *Barbatanis, do nome latino Barbatus.
É
notável a ausência, nesta relaçom, de nomes típicos da nobreza
dos períodos do reino de Oviedo e de Leom, tipo Didacus,
Pelagius, Velascus, Ansuri, Exemenus,
Gutierre, Munniu, Sanctius, Ouueco,
Sarracinus... Isto pode ser um outro indício da antiguidade
destes topónimos. Por outra banda, junto com estes topónimos
procedentes dumha desinência, ou dum sufixo tónico -anes, temos
outros procedentes dum sufixo -anes átono: Marantes
(Santiago) < Marantanes, Temes (Carvalhedo) <
Taemanes. A sua orige é
diversa.
~o~o~o~
Com
respeito à distribuiçom, para Leom, Zamora ou Astúrias temos umha
densidade de menos dum destes topónimos cada 1000 km2, dato moi
notável especialmente no caso Asturiano, que tem umha densidade
toponímica de todo ponto equivalente à galega. Na Galiza, Lugo da
umha densidade aproximada de 5/1000 km2; Crunha 7/1000 km2;
Pontevedra 8/1000 km2; Ourense 11/1000km2. Em Braga e Porto, e tendo
em conta que nom disponho de inventários toponímicos exaustivos
para Portugal, a densidade alcança os 15/1000 km2, baixando em
Coimbra a valores similares aos de Astúrias, Zamora e Leom. Em
porcentage, usando os inventários de freguesias de Astúrias, Galiza
e Portugal, e de núcleos de povoaçom (do INE) de Zamora e Leom,
obtenho os seguintes dados (a terceira coluna, com fins comparativos,
remete a topónimos -freguesias, e núcleos- derivados de genitivos
de nomes rematados nos três elementos germánicos mais
característicos -mêrjaz, -rîkjaz e -wulfaz, donde -mil/-mir,
-riz/-ris, -ulfe/-ufe):
- Distrito / ProvínciaFreguesias / núcleos (-anes)Freg. / núcleos (-fe, -riz, -mil)Aveiro3/207 = 1,4%3/207 = 1,4%Braga19/515 = 3,7%24/515 = 4,7%Bragança2/299 = 0,7%4/200 = 1,4%Coimbra0/209 = 0%3/209 = 1,4%Guarda0/336 = 0%3/336 = 0,9%Porto7/387 = 1,8%10/387 = 2,6%Viana do Castelo5/290 = 1,7%11/290 = 3,8%Vila Real4/267 = 1,5%5/267 = 1,9%Viseu5/372 = 1,3%7/372 = 1,9%Crunha7/932 = 0,8%13/932 = 1,4%Lugo8/1264 = 0,6%43/1264 = 3,4%Ourense16/916 = 1,7%23/916 = 2,5%Pontevedra7/666 = 1,1%11/666 = 1,7%Astúrias3/856 = 0,4%4/856 = 0,5%Leom4/1434 = 0,3%4/1434 = 0,3%Zamora4/520 = 0,8%5/520 = 1,0%
Outro
dato. Se tomamos todas aquelas freguesias cujos topónimos procedem
de nomes germánicos formados co elemento -ila, e comparamos aquelas
derivados de genitivos em -anis com aquelas derivadas de genitivos em
-ani (ou de acusativos em -ane), temos:
Portugal:
-ilanis (21):
Andrães, Ansiães 2, Atiães, Forjães, Goães 2, Golães,
Gominhães, Gondiães 2, Gouvães 2, Gouviães, Idães, Tibães,
Mondrões, Quintiães, Remoães, Sandiães, Soalhães
-ilani (7):
Aião, Baião, Deilão, Farminhão, Angeão, Fraião, Requião.
Ourense:
-ilanis (10): Candás, Freás 2, Frojais, Lás, Mandrás, Requiás, Sandiás,
Tibiás, Venceáns
-ilani (0)!
-ilani (0)!
Resto da Galiza:
-ilanis (11): András, Baldráns, Fraiás, Frollais, Goás, Goiáns 2, Goiás, Guláns, Liáns, Tribás
-ilanis (30): Anseám 2, Budiám, Candeám, Cutiám 2, Eidiám, Fafiám 2, Frameám, Franqueám, Freám, Giá, Goiám 2, Gomeám, Judám, Librám, Mandiá, Meilám 2, Merlám 2, Morlám, Morquintiám, Nullám, Requiám, Romeám, Sindrám, Teilám
-ilanis (30): Anseám 2, Budiám, Candeám, Cutiám 2, Eidiám, Fafiám 2, Frameám, Franqueám, Freám, Giá, Goiám 2, Gomeám, Judám, Librám, Mandiá, Meilám 2, Merlám 2, Morlám, Morquintiám, Nullám, Requiám, Romeám, Sindrám, Teilám
-
G. bracarense + N Lusit.G. Lucense-ilanis: 31 freguesias-ilanis: 11 freguesias-ilani: 7 freguesias-ilani: 30 freguesias-mil, riz, fe: 93 freguesias-mil, riz, fe: 57 freguesias
Ao
marge de qualquer outra interpretaçom, é umha diferença notável.
Compre fazer notar tamém que os genitivos de nomes compostos, polo
geral formados pola segunda declinaçom latina, som neutros ao
respeito desta distribuiçom: Assi, em Lugo temos um alto número de
topónimos formados com genitivos em -i e -ani, no entanto em Braga
temos um número incluso máis alto de nomes de lugar formados com genitivos
em -i e -anis. Polo já expressado, e dado que o genitivo em -anis já
quase nom é empregado na documentaçom medieval galego-portuguesa, nem tam sequer naquela dos
séculos VIII ou IX, nem é produtivo na toponímia, entom penso que os anteriores dados falam dumha
maior antiguidade média da toponímia de orige antroponímica
portuguesa e ourensá, ao sul do Minho, com respeito à toponímia
ao norte deste rio, ainda em formaçom no século VIII e IX (outra
vez, Sprautani, Aián < villa Domni Adilani,
etc). Notavelmente, essa possibilidade de ser a toponímia do sul
mais antiga, de média, que a do norte é moi pouco compatível cum cenário de
repoavoaçom ou reocupaçom de espaços ligados co xurdimento do
reino de Oviedo, coas novidades expandindo-se de de norte a sul dos
séculos VIII a X.
~o~o~o~
Em suma:
1º)
Os topónimos procedentes de genitivos em -anis, germanizantes,
juntos com outros topónimos formados com -anis como sufixo de posse,
podem-se atopar com notabilíssima frequência no distrito de Braga,
mantendo umha moi alta presença no resto das terras da antiga
Galécia bracarense (Porto, Viana, Vila Real, Ourense, sul de
Pontevedra) e do norte da Lusitánia (Aveiro e Viseu). Mantém ainda
umha certa frequência no norte da atual Galiza (Lugo, Crunha), em
Bragança e máis em Zamora, sendo já testemunhal em Asturias, Leom,
Coimbra ou Guarda. É na prática a geografia do reino Suevo, segundo
descrita polo Paroquial Suevo, e nom é a geografia do reino
de Oviedo, nem do reino de Leom. Aliás, note-se que entre Braga e
Astúrias ou Coimbra a frequência desta toponímia cae numha enteira
orde de magnitude (que-se dizer, em Braga é 10 vezes máis frequente
que em Astúrias ou Coimbra).
2º)
Linguisticamente, a antroponímia presente em geral nestes topónimos
de possessor é de todo ponto compatível, e por vezes coincidente,
coa antroponímia sueva conhecida, caracterizada polo seu aspecto
marcadamente oriental (preservaçom de /e:/, emprego dos
hipocorísticos masculino -ilan e -eca, fronte ao germánico
ocidental -ilon-, -eco: Hermerico, Requila, Agiulfus,
Maldras, Framtan, Frumarius, Rechimundus,
Remismundus, Wittimerus, Adoricus, Nitigisius,
Anila, Neufila, Ildericus, Ariamirus,
Theudomirus, Miro, Audeca, Siseguntia,
Eburicus, Malaricus, Sunila...) Apenas algum nome como
Pantardus, seguido na idade media por Gen(n)ardus, aproximam a
antroponímia dos suevos aos povos germánicos ocidentais. Por outra
banda, e em particular, os antropónimos dos que se derivam estes
topónimos som fundamentalmente nomes nom compostos, de declinaçom
consonántica (Uimara, Sindila, Leuba,
Riquila...); junto com nomes nom compostos e doutra declinaçom
(Miro, Pippi), e nomes compostos (Renamiro, Sigeredo,
Viliatus...). Mais surpreendente ainda é a presença de nomes
nom germánicos (Antonius, Christophorus,
Gerontius...),
o que amossa umha extensom do uso da desinência, tornando-se um
sufixo indicador de posse, nom dissimilar do latino -ana, ou -anum.
3º)
Temporalmente, estes topónimos já se mencionam, em forma fóssil,
na documentaçom máis antiga da nossa alta idade média: Uimaranes
(911, GFA), villa Keizanes (931, Tombo de Celanova),
Sindilanes (934, TdeC), Itilanes (946, PMH), villa
Atanes (950, TdeC), villa Quindilanes (992, TdeC)... Por
outra banda, as desinências de genitivo -anis e -onis, estavam já
fora de uso nos diplomas do século VIII e IX, no entanto os novos
topónimos de possessor em formaçom naquel momento já se construíam
como acusativo, ou entorno à desinência com
valor genitivo -ani
(Aiám < villa Domni Adilani, Sperautani), mesmo num ciclo de
dubitável autenticidade mais que tem sido usado com frequência para
explicar esta toponímia, como é o do bispo Oduario de Lugo, os
novos topónimos som formados como genitivos em -i (Vilamarce era
Villamarci, de Marcus; Benade era Benati, de Bennato),
-ae (e nom de -anis ou -anes: Atám
em Pamtom é Santi Stephani vallis Athanae),
-ani (Frameám era Villa Framiliani, Meilám
era villa Manilani), genitivos
em -ti (Tomade era Tomati
, e nom **Tomatis), mais nunca em -anis ou -onis. Consequentemente,
o limite temporal superior para a formaçom destes topónimos é o
século VIII, quando já temos notícias fiáveis (Silo, por exemplo)
e nom fiáveis (Oduário) do emprego doutros recursos. Dada a
distribuiçom espacial destes topónimos, umha explicaçom via um
episódio de repovoaçom nesse mesmo século VIII é difícil e
improvável (o norte de Portugal foi repovoado na segunda metade do
século IX) .
~o~o~o~
Penso
que distribuiçom espacial e temporal destes topónimos, junto co seu
contido linguístico, casam co seguinte modelo: a toponímia de
genitivo (-anis, em particular) nasce e triunfa como moda numha área
capitalina, Braga, entre os séculos V e VII, capital do reino suevo e
metrópole da Galécia (esta mesma Galécia estava acrescentada até
meados do século VII co norte da Lusitánia, regiom depois
reincorporada à obediência de Mérida). Espalha-se depois por todo
o território dependente desta capital, perdendo contodo força
segundo se afastava do centro, e esvaecendo-se (salvo erro ou
omissom) alêm das fronteiras políticas do reino. Por outra banda,
nalgum momento, quer por cruze co sufixo latino -ana (que foi
empregado para a derivaçom de topónimos de posse, tipo villa
Antoniana 'Vila de António'), quer devido à apariçom dum novo
genitivo em -ani, a desinência -anis adquiriu role próprio como
sufixo, com igual valor que o devandito sufixo latino -ana. Este uso
penso que explica topónimos como Bertamiráns, Senhoráns,
Crastovães, Jurençás ou Antonhães.
As
outras duas possibilidades para explicar esta antroponímia, mais ou
menos propostas por Piel no seu dia, nom me seduzem:
a)
Umha possibilidade passa por assumir que a toponímia de possessor em
genitivo do noroeste da península ibérica é um efeito da
repovoaçom. É possível, mais documentalmente a repovoaçom do
norte de Portugal é um processo do século IX, quando a desinência
-anis estava fora de uso. Nom se explica tampouco a densidade desta
toponímia: máxima em Braga e decaindo até desaparecer máis ou
menos nas fronteiras do reino suevo. Esta possibilidade ignora
assemade o ''villa Gomedei'' do Paroquial Suevo.
b)
Outra possibilidade: esta toponímia seria anterior, do século VII,
devendo-se a umha ocupaçom goda do território, ou si se quer, das
grandes propriedades. Lamentavelmente, nom hai prova documental ou
arqueológica desta ocupaçom ou deslocamento. Por isso, e já que
linguisticamente nom hai motivo para exigir umha presença goda, esta
teoria resulta anti-económica pois está baseada numha hipótese
adicional nom demonstrada (a imigraçom goda) e supérflua (os
suevos em si podem explicar tempo, espaço e material linguístico).
ADDENDA:
Já nas actas dos Concílios de Toledo, no século VII, é possível detectar o emprego maioritário de genitivos em -ani, polo geral nas próprias referências aos reis (quando o antropónimo era apropriado a este uso) e tamém nas listages de bispos assistentes e ausentes, quando abades ou presbíteros assinam as actas no nome do seu representado, cujo nome é expressado sempre em genitivo, ao modo de “Leopardus abbas agens vicem Aurelii Asturicensis episcopi”:
~o~o~o~
Já nas actas dos Concílios de Toledo, no século VII, é possível detectar o emprego maioritário de genitivos em -ani, polo geral nas próprias referências aos reis (quando o antropónimo era apropriado a este uso) e tamém nas listages de bispos assistentes e ausentes, quando abades ou presbíteros assinam as actas no nome do seu representado, cujo nome é expressado sempre em genitivo, ao modo de “Leopardus abbas agens vicem Aurelii Asturicensis episcopi”:
*
Concílio V de Toledo: “videlicet
ut omni benignitate omnique firmitate circa omnem posteritatem
principis nostri Chintilani
regis”
* Concílio VI de Toledo:
“gloriosi Chintilani
regis”, e com dativo reformulado sobre a mesma base: “et
gratias agimus christianissimo et gloriosissimo Chintilano
principi nostro” (noutros
manuscritos, “Chintilani principi nostro”)
* Concílio VII de Toledo: “Mattacellus
diaconus agens vicem domini mei Dudilani
episcopi Malacitanae ecclesiae”
* Concílio X de Toledo: “Argefredus
abbas agens vicem Egilani
episcopi Oxomensis ecclesiae”
* Concílio XI de Toledo: “anno
quarto excellentissimi ac religiosi Wambani
principis”
* Concílio XIII de Toledo: “Secorius
abbas agens vicem Gaudilani
Emporitani episcopi”; “Vincomalus diaconus agens vicem Attilani
Pampilonensis espicopi”; “Tuentius presbyter agens vicem
Riccilani
Accitani episcopi”
* Concílio XIV de Toledo: “Reccesindus
abbas, agens vicem domini mei Liuvani
episcopi Bracarensis ecclesiae (…) Joannes diaconus, cognomento
Involatus, vicem agens domini mei Sarmatani
episcopi Valentinae ecclesiae”
*
No III Concílio de Braga: “In
nomine domini incipit concilium Bracarense quod factum est sub anno
quarto gloriosi domini nostri VVambani
regis”
Como contra-exemplos
temos:
*
nas actas do VIII Concílio (de 653): “Godescalcus
presbyter Egilanis
episcopi ecclesiae Oxomensis”
* Concílio XV de Toledo: “Sexaginta
unius episcoporum, habitum anno primo serenissimi et othodoxi
Egicanis
principis”
* Concílio XVI de Toledo:”Dum
anno sexto inclyti et orthodoxi domini et principis nostri Egicanis”
~o~o~o~
O
máis relevante é contodo que nos poucos documentos preservados
daquel século VII no seu formato original, as chamadas pizarras
visigóticas
e uns poucos fragmentos de pergaminho, a única forma genitiva já em
uso é -ani:
*
No Preceptum
Medemae,
um fragmento de pergaminho de 696, temos o emprego do genitivo
Witizani:
“Datum
sub die quarto /7 ...as ...feliciter nono et secundo regno
gloriosissimorum /8 [dominorum nostrorum Egicani et Wi]tizani
regum. (cruz) Medema subscripsi.”
*
Tamém
num fragmento dumha pizarra
visigótica
do ano 691, de Pelayos (Salamanca), temos o texto “in
ano quart[o] nostri Egicani
re[gis]”.
*
Moi
interessante é outra, achada em Diego Álvaro (Ávila) e datada nos
primeiros anos do século VII (a edicióm completa, por Isabel Velázquez Soriano em Las Pizarras Visigodas: Edición, Crítica y Estudio), por quanto aparentemente apresenta a alocuçom ou testemunho
literal dum tal Unigildus:
“P
Profesio
de ser[uitute]ego
Vnigild(us)? de locum Langa Tomanca, dum uenisse ad loc[um - - -] tum
lirigiare ad domo
Froilani, ego adduxsi
teste ipse Froila fraude ad domo
Desideri, dum istare
in domo Desideri, sit ueniens Froila et dix(it) mici: "leua,
leuita, et uadam(us) ad domo Busani et Fasteni
[ ] sucisit fuim(us) ad domo
Busauni [. . ?] unam
ra[- - - ] pro Froilane et dixsit nouis: "uadam(us) ad fragis,
ad uinias p[o]stas et pono te ibi in fragis et leuaui de domo
Desideri p[- - -]rales
duos, dolabra una”
*
Noutra (o nome germánico Amara
já foi inventariado por Förstemann) de mediados do século VII:
“[P
- - -] in cor(um) presenti[a - - -]
uicari Amarani
(ue)l? [- - -]fredi, Argeredi”
~o~o~o~
É
interessante tamém comparara coas crónicas asturianas do século
IX. Así, na crónica de Afonso III, na sua redacçom Rotense, temos
“consubrino Bambani
regi”, “ob causam fraudis filiorum Uitizani”,
“filiorum Uitizani”,
“Pelagius quidam, spatarius Uitizani
et Ruderici regum”, “Oppanem quendam, Toletane sedis episcopum,
filium Uitizani
regis”, “de tempore Uitizani
“, “Adefonsus Froilani
filius “, mais “post
Egicanis discessum “
Na
outra variante da mesma crónica, a conhecida como ad Sebastianum:
“CRONICA
UISEGOTORUM A TEMPORE UUAMBANI
REGIS USQUE NUNC IN TEMPORE GLORIOSI GARSEANI REGIS”, “ad tempore
gloriosi Uuambani
regis”, “post Egicani
discessum “in peccatis Uuittizani
“, “Filii uero Uuittizani
“, “filiorum Uuittizani
fraude detecti”, “Pelagium filium quondam Faffilani
ducis “, “filium Uuittizani
regis “, “Post Faffilani
interitum “, “tempore Egicani
et Uittizani princeps
militie fuit”, “Post Froilani
interitum consubrinus eius Aurelius filius Froilani
“, “Froilani
regis “, “filius uidelicet Froilani
“ mais “consubrino Uuambanis”.
Na
crónica Albeldense: “primum
Uuambani principis
regni annum”, “In Spania Attanagildus Agilani
tirannizat “Adefonsus Froilani
filius”, “filios Uittizani
regis”. Mais “filiam
Eruigii coniuratione Uambanis
abiecit.”, “Pelagium
filium Fafilanis”,
“Sancio rex filius Garseanis
regis”, “Sancio Garseanis”
(na antroponímia navarra e castelá o genitivo -anis aparenta estar
melhor preservado que na ocidental).
~o~o~o~
Quer-se dizer: já no século VII -anis
foi relegada por -ani, sendo usual tam só em documentos saídos das
grandes scriptoria (e isto é o que me sugirem os dados
anteriores). Isto
é um indício máis de ser a toponímia em -anis anterior ao século VII, no entanto a toponímia em -ani pode ser
contemporánea ou posterior. Pola sua banda, os genitivos em -i, da
segunda declinaçom (tipo Recimil, Gosende, Baltar, Martim, ou
Constante) nom achegam infomaçom a este respeito, podendo ter-se
formado com anterioridade (seguro para villa Gomedei, no século VI
como moi tarde) ou a posteriori (seguro para Sperautani, hoje topónimo extinto, nos últimos
anos do século VIII, etc.)
Magnífico! “Xa non hai máis pra onde ir”!
ResponderEliminarSería interesante estudar a distribución destes antrotopónimos con máis detalle, a nivel de comarcas ou terras medievais. Creo que dese xeito incluso se podería fiar máis fino e clarificar o tema das posibles repoboacións ou ocupacións do territorio; porque a distribución, desde logo, non é uniforme.
Grazas, ademais, por aclararme a orixe do antigo nome da parroquia de Moldes (Librás), un enigma para min ata a lectura do teu traballo. E, por último, coido que non se pode eliminar a posibilidade dun zootopónimo para Lobás, incluso a relación co antropónimo latino “Lupus” e non co xermánico “Leuva”, non che parece?
En fin, unha boa aperta e noraboa.
Con franqueza, parece un dos mellores traballos de lingüística feitos sobre a Galiza ata o de agora. Máis polo miúdo podería dar para unha excepcional tese doutoral. Non se pode máis que dicir; BRAVO, BRAVÍSIMO!; a calidade deste artigo é inmensamente superior a moitos artigos que se teñen escrito en papel, e quando digo moitos digo a gran maioría. Parabéns ao autor.
ResponderEliminarCarai. Graças, moitas graças. Fico um pouco sem palavras :-) Amo este material topnomástico e tenho trabalhado moito nel. Frutos: desde logo, meu! Nas propostas cortei polo caminho que me parecia máis aquelado, tanto máis naquelas para as que nom atopei documentaçom antiga. Em particular, sobre Moldes, o passo Libilanis > *Lib'lanes > Librães (com dissimilaçom l → r, ou com rotacismo bl → br) penso que é raçoável. Lobás pode doadamente proceder de *Lubanis ou *Lupanis.
ResponderEliminarE si, hai moita estructura aí :-)
Ou *Lupales > *Lobales > *lobanes! Nom caira!
ResponderEliminarMagnífica entrada e magnífico blogue !!!
ResponderEliminarSó facer dúas anotacións:
1) Non esquezas as formas galegas dos topónimos bercianos: Campañana é Campañá e Peranzanes, Peranzáis
2) O topónimo ourensán Barbadás tal vez derive do nome persoal latino Barbatus.
Apertas e a noraboa !!
Non sei se deberías engandir o topónimo Rabáns, praia, terras e casas no Hío, Cangas, que aparecía documentado como "Rabadanes" nun documento do que agora non me lembro pero que vin citado na Historia de Cangas de Marinelli...
ResponderEliminarMoitas graças a todos :-) Engado ASAP as formas autóctones dos topónimos bercianos. Totalmente de acordo tamém em ser Barbadás provavelmente um derivado de Barbatus. Nom incorporei na relaçom um bo número de topónimos para os que nom soubem atinar cumha boa etimologia (penso em Poutás < Pautanes, Giadás < Giadanes...) Graças por esse Rabáns tam interessante!
ResponderEliminarantes de mais parabéns ao autor pelo(s) textos, foi uma leitura que fiz com todo o prazer. Queria apenas adicionar uma nota referente ao cálculo da distribuição de toponimos por km que me parece insuficiente. Sendo que a densidade populacional varia bastante na península não seria mais correcto pensar as coisas em termos de percentagem total dos topónimos? É certo que qualquer zona da galiza ou minho terá sempre mais incidência de topónimos que em leão pela simples razão que tem mais populações, lugares e aldeias. Não nos podemos esquecer que a galiza tem a maior densidade de povoados por km2 em toda a peninsula, logo o maior nr de toponimos em geral.
ResponderEliminarSaudaçons e graças. Bom, som dados complementares. É bem certo, contodo, que as densidades por km^2 só resultam autenticamente informativa quando contamos com inventários toponímicos completos (dos que eu nom disponho) e homogéneos. Por isso já empreguei percentagens nas tábuas: número total de freguesias ou núcleos de povoaçom pertencentes a estes conjuntos, partido polo total de freguesias ou núcleos de povoaçom do distrito ou província. Por exemplo: para Zamora, onde o Instituto Nacional de Estadística (da Espanha) indica que existem tam só 520 núcleos habitados, temos que só 5 destes têm nomes que (provavelmente) derivem de genitivos de nomes germánicos rematados em -u(l)fe, -mil ou -riz (Triufe, Castromil, Samir, Villageriz, Formariz). Por outra banda, na Astúrias, que tem umha povoaçom dispersa em múltiplos (quase 7000) núcleos e lugares agrupados em paróquias (856), temos só 4 paróquias (menor percentage que em Zamora, consequentemente: Villagrufe, Almurfe, Aramil, Villatresmil) mais 16 lugares e aldeas (Villagrufe, Almurfe, Cerveriz, Villagomil, Sabariz, Salamir, Preximir, Frejulfe, Contriz x 2, Villarmil, Otariz, Reiriz, Villatriz, Villatresmil, Siñeriz), o que implica umha maior percentage de topónimos por km^2.
ResponderEliminarNo que respeita a esta toponímia, moitos dos concelhos da Galiza e do norte de Portugal têm percetages, densidades, e números absolutos bem máis altos que os destas duas províncias.
Saúde!
Onde escrivim "umha maior percentage de topónimos por km^2" lea-se "umha maior densidade"!
ResponderEliminarPor certo, aquí en Francia observo unha cousa curiosa que creo que ten moito a ver co que comentas neste post: a riquísima toponimia francesa derivada de antropónimos latinos de posesor en -anus adoita dar topónimos derivados dunha forma xenitiva en -anis, e non en -ani como sería de agardar.
ResponderEliminarComo exemplo a cidade de Orléans, que deriva de Aurelianis, forma xenitiva de AVRELIANVS, en vez do agardado e reguar xenitivo Aureliani. E como Orléans, centos de topónimos en toda a área lingüística de oïl... Eu creo que, se o comparamos cos datos galegos que aportas, é ben curioso. ¿Haberá algunha relación? Lembremos que as linguas de oïl desenvolvéronse tamén cun fortísimo superestrato xermánico (franco)...
Ola, pois, de princípio semelha moi interessante o que indicas! Haveria que juntar vários destes topónimos junto coa sua história. Com respeito à sua possível orige/história/etimologia... Por nom me andar com andrómenas, e sem mais conhecimentos do tema, nom me atrevo a aventurar a sua orige. Saúde!
ResponderEliminarOla outra vez; con respecto á "possível orige/historia/etimologia" do exemplo de aprente xenitivo incongruente Aurelianis>Orléans, déixoche o texto da monumental Toponymie générale de la France que trata do dito topónimo (espero que poidas lelo ben, pois é un pouco pequeno): http://www.imagebam.com/image/7ade1f184615702%22%20target=%22_blank%22
ResponderEliminarComo podes ver, o étimo deste topónimo (e outros moitos semellantes, algúns con estritos paralelos en Galicia) non é explicado como unha forma xenitiva "aberrante" Aurelianis en vez do regular Aureliani, senón como un locativo/ablativo plural Aurelianis, co sentido de "Onda os habitantes de Aureliana"; ou sexa, que eses aparentes xenitivos discordantes de antropónimos en -ANUS esixen un estadio previo do tipo (Villa) Aureliana, do que Aurelianis sería o seu locativo (do adxectivo Aureliana, non de Aurelianus); esta explicación xa a deran toponimistas franceses tan reputados como Ernest Nègre, Rostaing, Baudot e seguramente outros.
Creo que é interesante esa óptica. Lonxe de que -anis acabase actuando como unha desinencia para forma topónimos de nomes latinos (do tipo Antonius > Antonhães ou Maternus > Madarnás), estariamos pola contra (segundo os toponimistas franceses) ante locativos: Antonius > (Villa) Antoniana > Antoniana > Antonianis 'o lugar onde viven os habitantes do lugar chamado Antoniana' > Antonhães.
Esta maneira de entender os feitos é certamente interesante e non estaría de máis comprobar ata qué punto é digna de ser aceptada ou de desbotala.
Saúdos.
Ola (Car?). É umha outra possibilidade aberta. Contodo, para Orléans < Aurelianis (de Aureliana) vejo que contamos cumha boa documentaçom, que fai desta explicaçom umha teoria plenamente económica. Para o nosso caso, esta possibilidade nem conta cum apoio documental, penso (é dizer, nom temos derivado evidente em -anis dum anterior em -ana: Lourençá nunca gerou um **Laurentianis); nem explica a ausência desta toponímia em Burgos, Palência, etc... havendo abundância de toponímia derivada de antropónimo+-ana; nem pode explicar, por exemplo, a multiplicidade de Guimaráns, Sandiás, Goiáns, sem haver **Guimarana, **Sindilana, **Gaudilana.
ResponderEliminarO que é umha boa explicaçom na França nom tem porque o ser aqui, e vice-versa.
Saúdos.
...Tanto máis nom havendo umha continuidade geográfica do fenómeno.
ResponderEliminarUmha adenda a jeito de comentário: Na crónica de Hidacio lemos, num episódio já perto do 470 AD: "Ulyxippona a Suevis occupatur, cive suo qui illic praeerat, tradente Lusidio. Hac re cognita Gothi qui venerant, invadunt et Suevos depraedantur, pariter et Romanos ipsis in Lusitaniae regionibus servientes." o que se pode traduzir "Lisboa é ocupada polos suevos, entregada polo seu dirigente Lusidio. Isto conhecido, os godos que vinheram, invadem, e saqueam tanto aos suevos como aos romanos que a estes serviam nas regions da Lusitánia".
ResponderEliminarAinda que poucas vezes se pom de manifesto, os suevos já eram fazendeiros e grandes proprietários no século V, e nom só um fato de galafates. De facto nom poucos dos seus ataques (Coimbra, Lleida, a Tarraconense) remata co cativeiro das gentes previamente depredadas: 'Irrupta per dolum Ilerdensi urbe, acta est non parva captivitas', 'et grandi ad Gallaeciam captivitate deducta', 'Conimbrica in pace decepta diripitur: domus destruuntur cum aliqua parte murorum, habitatoribusque captis atque dispersis, et regio desolatur et civitas.')
Umha boa época para que os lugares começaram a se chamar Sindilanis, ou Recimiri.
Cativeiro (ou servidume) e posterior traslado forçoso à Galécia, donde talvez tamém Rebordaos/Rebordáns/Rebordães/Rebordões < Roboretanos, Bardaos/Bardás/Bardáns < Barretanos, Cumbraos < Colimbrianos.
ResponderEliminarO Santiás de Cangas aparece sempre documentado como Centeás (na parte seseante do Morrazo). Tamén o Zantiás de Domaio (na parte non seseante do Morrazo). Creo seren, logo, 'campos de centeo', non antropónimos de posesor.
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