Território Pestomarcos


Entre os povos prerromanos galegos que som citados polos autores clássicos, uns dos máis salientáveis, e que com melhor precisom é situado na geografia do país, som os Célticos Praestamaricos. O seu nome, Celticos, liga-os ao outros povo de igual nome, os Célticos Supertamaricos, mais tamém aos Célticos chamados Nérios, os Artabros, e a todos os habitantes da costa galega, desde o Morraço e até as Astúrias, todos eles da gente ou naçom Céltica, segundo testemunho de Pompónio Mela. O seu apelido, Praestamaricos, situa-os antes do rio Támara, actual Tambre (mais nom pode explicar-se desde o latim PRAE 'antes').


De Fror na Area


Isto nos dim os autores clássicos a propósito dos Postmarcos; comecemos polo navegante gaditano Pompónio Mela:


'Partem quae prominet Praesamarchi habitant, perque eos Tamaris et Sars flumina non longe orta decurrunt, Tamaris secundum Ebora portum, Sars iuxta turrem Augusti titulo memorabilem. (P. Mela, CHOROGRAPHIA LIBER III.7)


'Na parte que sobressai habitam os Praesamarchi, e por entre eles correm os rios Tambre e Sar, que nom nascem longe; o Tambre polo porto Ebora, o Sar junto a Torre de Augusto, monumento memorável.'


Máis conciso é Plínio o Velho:


'promunturium Celticum, amnes Florius, Nelo. Celtici cognomine Neri et super Tamarci, quorum in paeninsula tres area Sestianae Augusto dicatae, Copori, oppidum Noeta, Celtici cognomine Praestamarci, Cileni. ex insulis nominandae Corticata et Aunios.


'promontorio Celtico. Rios Florio e Nelo. Celicos chamados Nerios e Supertamarcos, em cuja península estám as tres Aras Sestianas adicadas a Augusto. Cóporos. Cidade de Noega. Celticos chamados Praestamarcos. Cilenos. Fora as ilhas chamadas Cortegada e nos.'


Logo, temos que aguardar ao Paroquial Suevo -um documento absolutamente excepcional- para voltar a ter notícias desta gente, já no século VI. Ali, Pestemarcos já nom é umha gente, mais umha das dioceses ou igrejas dependentes da igreja de Íria (Padrom, Crunha), antecessora da actual de Compostela; de feito, a maior peculiaridade que tem a distribuiçom dada para Íria é que boa parte das circunscriçons levam o nome das antigas unidades tribais galegas: Pestomarcos, Coporos, Celticos, Lapatiancos... Na copia do Liber Fidei de Braga temos estes territórios, ordenados de sul a norte e de oeste a leste:


'Morracio, Saliense, Contenos, Celenos, Metacios, Mercia, Pestemarcos, Coporos, Celticos, Brecanticos, Prutencos, Plucios, Besaucos, Trafrancos, Lapatiencos et Arros.' (CODOLGA: Braga 569)


Morracio é o Morraço; Saliense é o Salnês ( ˂ *Territorium Salinense 'Terra das Salinas'), Contenos é Cuntis; Mercia é Merça (Vila de Cruzes); Celenos eram os habitantes da área de Caldas-Vila Garcia e chegarom a ter bispo próprio no século V, quando um seu bispo de nome Exuperantius acode a um Concílio conta os priscilianistas, em Toledo; os Coporos habitabam de Iria a Lugo, mais desaparecem na alta idade média; Celticos som os Supertamaricos e Nerios de Carnota e Fisterra; Bergantinhos chega como comarca até o dia de hoje; Plucios é a terra medieval de Pruzos, entre os rios Mandeo e Lambre; Besoucos dali ao Júvia; Transancos é a terra de Ferrol; Lapatiancos é Labacengos, é já os menciona Ptolomeu; os Arros já som mencionados por Plínio. Por exclusom, os Metacios deviam habitar no norte da actual província de Pontevedra, e os Prutencos nas comarcas de Corunha-Betanços-Curtis, antigo território de Brigantia.


De Fror na Area


É dizer: Celenos, Coporos, Praestamarcos, Celticos, Lapatiancos e Arros remíten-se a unidade tribais já conhecidas dos autores clássicos; Contenos, Metacios, Prutencos, Plucios, Trasancos, Besoucos... parecem divisons de outros grupos maiores. Os Brigantinos parecem ser os sucessores de Artabros e Arotrebas. Morracio e Mercia parecem autênticos nomes geográficos ou topónimos, e nom etnónimos como os anteriores. Só Salnês é umha verba latina nom indígena. É dizer, para fins do século VI, quando se elabora a Divisio Theudemiri, todo o ocidente da Galiza presenta-se moi pouco romanizada (e moi pouco germanizada).


Voltando a Pestemarcos, hei tratar primeiro a própria evoluçom deste adjectivo. Assi, a forma recolhida por Mela, Praesamarchi, pode explicar-se desde a forma de Plínio Praestamarci por simples conversom de /st/ ˃ /ss/, que se da nas línguas célticas insulares e penso que em galo, mais nom de forma geral nas línguas célticas ibéricas, ainda que podemos suspeitar umha certa tendência (Na Pobra do Caraminhal temos um Lessom que tem provavelmente a mesma orige que os vários Lestom do ocidente da província as Crunha). Além disso, o topónimo medieval evolue regularmente da forma apontada por Plinio:


*Praestamarici ˃ Praestamarci (Plínio) ˃ *Prestamarci ˃ Pestamarci (dissimilaçom dos erres) ˃ Pestomarci (dissimilaçom a..a ˃ o..a)


Já na idade média som moitas as citaçons que temos deste território, especialmente no Tombo ou Livro de Registo do mosteiro de Tojos Outos, em Lousame (aqui pode ser consultado ***), mais tamém em documentos de Santiago e de Sobrado. Antes de entrar a analisar estas citas, gostaria de explicitar quais som os extremos e confins deste Território na Idade Média, e quais som os seus referentes geográficos:


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A) Confins e Geografia:


A terra de Posmarcos vem confinada ente os rios Tambre, ao norte, e Ulha ao sul:

'commissum Pistomarcos ab integro secundum illud obtinuit Lucidus Vimarani, de Ulia in Tamare [Ulha e Tambre]' (TA 934)


Polo leste o derrego do território nom é tam evidente, e podemos situa-lo no rio Sar -como afirma Mela-, ou melhor nos confins do val da Amaia, regada polo Sar. Com seguridade, os célticos praestamarcos tinham por vizinhos aos cóporos, polo oriente.


O território vem marcado por dous grandes maciços montanhosos, Iroiti (hoje montes Iroite, Barança e Curota) e Luania, entre os que temos os vales das terras dos concelhos de Lousame e Boiro, onde na idade média parecia concentrar-se o máis da povoaçom, que tamém habitava a estreita faixa costeira da península. Outros montes que na Idade Média som empregados como referente para situar villas e propriedades som os montes, alguns já extintos como orónimos, Adaulfi, Meda, Burleo, Cabal Sicco, Culou, Ceume ou Teira, Gironia, Grayadi e Meda. Entre os rios que vém recolhidos nas fontes temos o Sara (Sar), Tamara (Tambre), Traua, Gamo (Coronho) e Donabria (Brea). E máis o Uaza (Róis) afluente do Sar, e o Bunia do Trava.


De Comissos medievais

-As Areas de Corruvedo-


De Comissos medievais

-O canhom do Rio Barbança-



Por outra banda, na idade média achamos mencionado nom só o grande território de Pestemarcos (coincidente coas actuais comarcas administrativa de Barbança e Noia, que os locais consideram umha única comarca, Barbança, compreendendo os concelhos de Ribeira, Pobra do Caraminhal, Boiro, Rianjo, Porto Doçom, Nóia e Lousame), senom tamém alguns territórios que som parte integrante do anterior:


  • Território Nevare: no Porto Doçom e Lousame, as freguesias de Noal, Nebra, Goiáns e Cambonho.

  • Território Nóia: em boa medida coincidente co actual concelho de Nóia.

  • Território Luania: território que se estendia polas Serras e montes que separam a península do Barbança do val do rio Sar, e cuja máxima altura som os quase 700 metros de altura do pico Muralha. Cubria aproximadamente as seguintes freguesias: Luanha em Briom; Vila Cova e Fruíme em Lousame; e Augas Santas, Ermedelo, Leronho, Sam Mamede de Róis, e Urdilde em Róis.


E máis outros territórios que resultam limítrofes com outros, como:


  • Território Cornanda / Vesecio: limítrofe co território de Célticos e coa Amaia, inclue as freguesias de Cornanda, Luanha, Viceso e Ons, em Briom.

  • Territorio Valleirom: limitrofe com Iria e Amaia, inclue as freguesias de Ervogo (Herbogo), Bujám e Augas Santas em Róis.


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B) Documentos:


B.1) Mencións genéricas, e regiom de Lousame:


In Pistomarcos. ecclesia sce. Xpistine in Lestone [Santa Cristina de Barro, Nóia] scm. Saturninum in Grana. [Sam Sadurninho de Goiáns, Porto Doçom] scm. Uincentium in Neuare [Sam Vicenço de Noal, perto de Santa Maria de Nebra, Porto do Som]. (CODOLGA: Santigo 830)


Nos três seguintes Pistomarcos é definido como comissum, condado e território, definido segundo fora obtido por um certo Lucido Guimarám, entre o Tambre e o Ulha.


commissum Pistomarcos ab integro secundum illud obtinuit Lucidus Vimarani, de Ulia in Tamare [Ulha e Tambre] (TA 934)


comitatum nuncupatum Pistomarcos ab omni integritate secundum illud obtinuerat Lucidus Uimarani (TA 961)


in territorio Pistomarcos, uillam cui dicitur Uernimes [Berrimes, Lousame, Lousame] (Sobrado 955)


O actual Berrimes foi Vernimes no passado (derivado do celtico *wern- 'salgueiro'? Hai vários Berredo, aparentemente abundanciais, na Galiza), tendo evoluído o grupo /rn/ por assimilaçom em /rr/. Por outra banda Cês foi Celis.


in Pistomarcos, uilla que dicitur Uernimes [Berrimes, Lousame, Lousame], aliam ibidem Louio [Loje, Santa Cristina de Barro, Nóia] que mihi debitam manet de proprios domnos per scripturas firmitatis, uilla que dicunt Curigito [Croído, Lousame, Lousame] que fuit de nostro seruitiale Felix et ecclesiam sancti Christofori mediam que dicunt Celis [Cês, Lousame, Lousame] (Sobrado 966)


in Pistomarcos, uilla Louio [Loje, Santa Cristina de Barro, Nóia], uilla Uernimes [Berrimes, Lousame, Lousame], uilla Curugito [Croído, Lousame, Lousame] et ecclesia sancti Christofori, quam dicunt Celis [Cês, Lousame, Lousame] (Sobrado 971)


ad Avium, Morracium, Saliniense, terra Termarum, terra de Arcubus, Iliense, Pistomarchus, Amahe et alii Montes, Plucios, Trasancos, Lavacengos, Arrones, Nemitos, Bisaucos (TB 1110)


exceptis quibusdam mediam de Caneda et infantadigo de Pistomarcos (Sobrado 1118)


kartam uendicionis de porcionibus meis hereditatum que habent jacencia in territorio Pistomarchis subtus monte Adaulfe discurrente fluuio Traua [***] prope aulam Sancti Johannis babtiste de Lausame [Sam Joám de Lousame, Lousame], loco certo de villis prenominatis Cerquites [Cerquides, Sam Joám de Lousame, Lousame] Superior et d’Inferior et in illa de Birrili similiter de Jusano. (TTO 1144)


monasterii Sanctorum Justi et Pastoris [Sam Justo de Tojos Outos, Lousame] quorum baselica in Luania Morte, territorio Nogia, fundata esse cernitur, (TTO 1145)


Et similiter totam nostram porcionem de ecclesia Sancti Mametis [Sam Mamede de Róis, Róis] cum omnibus suis directuris. Damus etiam uobis totam hereditatem de Guyna Aras in villa Monimenta [Moimenta, Macenda, Boiro] cum sua populacione. Item similiter totam hereditatem que fuit de Cide in villa Lausame [Lousame, Lousame] et in villa Curuido [Croído, Lousame, Lousame] ubi dicunt Berufi IIIa et IIIIa et VIa de tota ipsa Villa Franca cum tota sua uoce intus et foris cum IIIa integra de Margido [Magide?, Sam Joám de Lousame, Lousame],, et est tres quartas integras de medietate de prado. (TTO 1154)


in territorio Pestomarchos subtus monte Adulfi inter duos ribulos Merron et Palla concurrencia ad aulam Sancti Johannis de Lausame [Sam Joám de Lousame, Lousame], locum certum ubi dicent Verrimes [Berrimes, Sam Joám de Lousame, Lousame]. (TTO 1166)


in territorio Pistomarchos in villa Cerquides [Cerquides, Sam Joám de Lousame, Lousame] sub aula Sancti Iohannis [Cerquides, Sam Joám de Lousame, Lousame] iuxta fluuium Tamar. (TTO 1176)


Ciuitate ipsa. in Giro. in Ameya. in Yria et in Pistomarchis cum possessione ecclesie sce. Crucis et prepositura cautate de Yria (CODOLGA: Santiago 1177)


hereditate quam habemus in villa Uesares [Béxeres, Sam Martinho de Lesende, Lousame] que habet iacencia in territorio de Pistomarcis concurrente ad ecclesiam Sancti Martini de Elsende [Sam Martinho de Lesende, Lousame] subtus monte Luania [Luanha] discurrente fluuio Traua; (TTO 1187)


hereditate nostra propria quam habemus in territorio Pistomarciis juxta fluuium Traua sub aula Sancti Johannis de Lausame [Sam Joám de Lousame, Lousame] in loco certo in villa Cirquides [Cerquides, Sam Joám de Lousame, Lousame] Minore in casale de Berilli. (TTO 1191)


A freguesia de Sam Martinho de Lesende era na Idade Média Elisindi ˂ *Hildisindi, genitivo latino do antropónimo germánico *Hildiswenþaz ou *Hildisenþaz.


hereditatis mee quam habeo in territorio Pistomarcos sub monte Culou discurrentibus fluuiis Traua et Bonia recurrente ad ecclesiam Sancti Martini de Elisindi [Sam Martinho de Lesende, Lousame] in villis de Vesares [Béxeres, Sam Martinho de Lesende, Lousame] (TTO 1195)


hereditate quantamcumque habemus uel habere debemus tam de auolencia quam de ganancia in villa Uesares [Béxeres, Sam Martinho de Lesende, Lousame] et in Quintanas [Quintáns, Sam Martinho de Lesende, Lousame] que habet iacenciam in territorio Pestomarcis concurrente ad ecclesiam Sancti Martini de Elsendi [Sam Martinho de Lesende, Lousame] discurrente fluuio Traua subtus monte Luania; (TTO 1210)



B.2) Regiom de Boiro:


in territorio Pistomarchos erga aulam Sancti Vincencii de Sespaone [Sam Vicenço de Sespom, Boiro] vendo uobis et dono ab integro porcionem meam integram tam de auolencia quomodo de ganancia in uillas et hereditatibus Saa [Sar, Sam Vicenço de Sespom, Boiro] et Danaria [Deira, Sam Vicenço de Sespom, Boiro] (TTO 1140)


pro quibus habet mea germana uillam Ferrarios [Ferreiros, Sespom, Boiro] in Pistomarcos et alias. (Santiago 1151)


A evoluçom Ezenio ˃ Enseño / Ensenho é similar a, por exemplo, enxame ˂ latim EXAMINEM, enxerto ˂ latim ENXERTUM:


hereditatem propriam que habes in terra Pestomarchos villas prenominatas Ezenio [Ensenho, Cures, Boiro] et Carinio [Carinho, Castro, Boiro], et habes eas per mandacionem de Didacus Muniz cum populacionibus suis atque directuriis, et aliam quam habes in villa dicta Vesares [Béxeres, Sam Martinho de Lesende, Lousame] (TTO 1153)


hereditate mea propria quam habemus in Pistomarchis loco certo in villa Carinio [Carinho, Castro, Boiro] concurrente ad ecclesiam Sancte Eolalie de Vorio [St. Báia de Boiro, Boiro] (TTO 1156)


hereditate nostra propria quam habemus de parte parentum nostrorum in terra Pistomarchis, locis nominatis in ecclesia Sancti Saluatoris de Comogio [Comojo, Boiro, Boiro] et in villa Logio [Lojo, Boiro, Boiro] et in uillare de Baucis (TTO 1161)


hereditatem integram terciam uidelicet partem integram de tota similiter hereditate quam habu˂i˃t auus meus Didacus Afonso in villa Logio [Lojo, Boiro, Boiro], in villare de Bouzas que dicitur hereditas donega cum omnibus suis directuris et exitibus intus et foris per suos terminos antiquos, id est per murum de Mauraria usque ad nemus Dauaro et per fontem Inquaeruda et per testadas de Noual sub monte Sauili. Similiteret terciam illam de Bauzas per suos terminos antiquos. Igitur damus uobis proanimabus nostris ut supra diximus terciam integram de medietate tocius ecclesie Sancti Saluatoris de Comogio [Comojo, Boiro, Boiro] que fuit de auo meo Didaco Adefonso que dicitur hereditas donega cum tota sua uoce que ad ipsam ecclesiam pertinet intus et foris.Et uendimus uobis aliam nostram hereditatem ut supra diximus terciam scilicetintegram de tota hereditate que fuit de Didaco Afonso in villa Logio et in villare de Bauzas pro solidis Cm quos nobis pro ea dedistis; et iste hereditates iacent in terra Pistomarchis sub monte Yroute sub aula Sancti Saluatoris de Comogio, currente fluuio Gamo [Coronho]. (TTO 1161)


Os nomes dos ríos da comarca tém mudado notavelmente. O actual rio de Coronho era o rio Gamo; e o actual rio Brea foi Donobria ˃ Dobrea, e suponho que *'do Brea'. Hoje no lugar onde a estrada comarcal passa o rio Coronho, moi perto do centro de Boiro, temos este particular cruzeiro, nom sei se naïf ou burlesco.


De Comissos medievais


quantam habeo in ipsis locis de auolencia et de ganancia ex aqua de Doauria [Brea] usque ad cautum Nini [Nine, Sespom, Boiro] et usque ad Neyxon [Neixom, Sespom, Boiro] per suos terminos antiquos, et cetera; et ipsa hereditas est in territorio Pistomarchis sub aula Sancti Vincencii martiris de Sispooa. [Sam Vicenço de Sespom, Boiro] (TTO 1165)


Em Neixom temos dous afamados castros costeiros. Eis um par de images:


De Comissos medievais

-O Castro Pequeno do Neixom-


De Comissos medievais


De Comissos medievais

-Sol-por no Castro Grande de Neixom-


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De Comissos medievais



hereditatem habeo in terra Pistomarchos concurrente ad ecclesiam Sancti Johannis [Sam Joám de Macenda, Boiro] sub monte Yrocti [Iroite] in villa Monimenta [Moimenta, Sam Joám de Macenda, Boiro] (TTO 1166)


in territorio Pistomarchos in villa Uesares [Béxeres, Sam Martinho de Lesende, Lousame] sub aula Sancti Martini sub monte Luania [Luanha] currente fluuio Traua [***] (TTO 1176)


et in villa Sarnian [Cernám, Augas Santas, Róis] et in uilla Ferreyros [Ferreiros, Sespom, Boiro] et Treuoncio [Trevonços, Sespom, Boiro] in Pistomarchis (TTO 1176)


Sespom (oficialmente, Cespón) era Sespalona ˃ Sespoon. É pra mim um topónimo impenetrável, hermético. Com seguridade, um composto, mais nom sei em que língua. Na seguinte image, igreja matriz de Sespom, com elementos románicos.


De Comissos medievais


Dono uobis atque concedo pro anima uiri mei comitis domni Nunonis Petri VIam integram de tota ecclesia Sancti Vincencii de Sespalona [Sam Vicenço de Sespom, Boiro] cum omnibus suis directuris, et cetera, sicut dedit iam uobis aliam Viam integram de ipsa ecclesia comitissa domna Sancia Fernandi, germana mea, quam ecclesiam ego et ipsa habuimus ex parte ˂patre˃ nostro comite domno Fernando Petri; et est ipsa ecclesia in terra Pistomarcos inter fluuium Donabriam [Brea] et villam Daneriam [Deira, Sam Vicenço de Sespom, Boiro] prope litus maris. (TTO 1177)


Goiáns era Goyaes, forma já bem evoluída do antropónimo germánico Gaudila:

*(villa) *Gaudilanis ˃

*Godilanes (/aw/ ˃ /o:/ germánica) ˃

*Goilanes (perda do d intervocálico) ˃

*Goianes (perda do l intervocálico) ˃

Goyães (perda do n intervocálico com nasalizaçom) ˃

*Goyããs (assimilaçom de vocais em hiato) ˃

Goiáns (desnasalizaçom vocálica e recriaçom de nasal em posiçom implosiva, típica do galego ocidental; df. ganado ˃ gããdo ˃ gando).

Soe-se dizer que o galego está máis perto do latim que o espanhol, que é o primeiro é máis conservador que o segundo. Só é certo parcialmente, já que em geral o galego tem sido máis transformador que o castelám.


uestram hereditatem de villa Goyaes [Goiáns, Boiro, Boiro] in Pistomarchos iusta litus maris (TTO 1177)


ecclesie Sancti Vincencii de Sespalona [Sam Vicenço de Sespom, Boiro] vobis supradicto domno abbati et omni conuentu\i/ monachorum et predicto monasterio ab integro leto animo ad salutem anime mee gratis dono et concedo imperpetuum habituram cum omnibus suis directuris et appendiciis et gananciis in terra et in mari et in omnibus locis ubicumque fuerit uox predicte ecclesie ab antiquo et nouo tempore; que ecclesia est sita in territorio Pistomarchos circa litus maris, discurrente riuulo Duauria [Brea] sub monte Iroute [Iroite] (TTO 1177)


O monte Iroite é o principal cúmio da comarca; perto da sua cima temos toda umha necrópole megalítica, na que destaca a 'Casota do Páramo'. Numha das suas lages hai umha fermosa representaçom do deus céltico Lug (reconhecível por umha mam descomunal):


De Comissos medievais


De Comissos medievais


quas habeo in terra de Pistomarchis, vnam scilicet in Guileyro [Guilheiro, Sespom, Boiro] integram in filigresia Sancti Vincencii de Sespooa, et alia in Noal sub monte Iroite (TTO 1220)


hereditate propria quam habeo in territorio Pistumarchos prope ripam maris de Berrania [Barranha, Boiro, Boiro], preterfluente fluuio Gamo sub monte Salgeyroo, et recurrit ad ecclesiam Sancte Eolalie de Ouorio. Vendo uobis in villa de Carino (TTO 1223)


in Carrazido et in Ardileyra et in Biluzoo [Beluço, Bealo, Boiro], de Ascaua, de Silua Redonda sicut iacet obligata, et duas partes de quanta hereditate ipsa habebat in Pestomarchos(TTO 1228)


in territorio Pistomarchos in valle de Sancta Eolalia de Ouorio [Santa Báia de Boiro, Boiro] in villa Briom [Briom, Santa Báia de Boiro, Boiro] et in Palacios [Paços, Santa Báia de Boiro, Boiro] et in Birris [Berres, Santa Báia de Boiro, Boiro] et in Carino [Carinho, Castro, Boiro] (TTO 1241)


in territorio Pistomarchos sutus monte Salgeyroo discurrente riuulo Duaria concurrente ad aulam Sancti Vincencii in villa nominata Lamas [Lamas, Sespom, Boiro] et in totis villis et locis ubicumque pro me uadit uox de ipsa villa de Lamas per suos terminos antiquos (TTO 1245)


B.3) Regiom de Ribeira:


hereditate mea propria quam habeo de auolencia et de auorum meorum in territorio Pistomarchis in loco certo vocitato Finibus Terre sub monte Ceume prope litus maris, loco certo in ecclesia Sancte Marie de Oluaria [Santa Maria de Olveira, Ribeira] (TTO s. XII)


As terras de Corruvedo e Olveira, no concelho de Ribeira, forom conhecidas como Finibus Terrae 'Os Confins da Terra'. A seguinte foro, tomada desde o monte Faro (antigo monte Teira ou Ceume) amossa esta Fisterra do sul:


De Comissos medievais


Outra vista, desde o monte do Castro da Cidade:


De Comissos medievais


ecclesie Sancte Marie de Vluaria [Santa Maria de Olveira, Ribeira], que ecclesia est in terra de Pistomarchis in litore maris subtus monte Teyra [Faro]; (TTO 1168)


hereditate nostra propria quam habemus in ecclesia de Sancta Maria de Olueria [Santa Maria de Olveira, Ribeira] in terra Pistomarchos sub monte Ceyme [Faro] (TTO 1200)


hereditate nostra propria quam ego hab˂e˃o de parte matris mee in territorio Pistomarchos sub monte Teyra [Faro] concurrente ad ecclesiam Sancte Marie de Olueyra [Santa Maria de Olveira, Ribeira] in uilla nominata Spinarido [Espinheirido, Sam Pedro de Muro, Porto Doçom]. (TTO 1201)


De Comissos medievais

-Vista desde o Monte Teira-


Sancte Marie de Oluaria [St. Maria de Olveira, Ribeira]. Hanc igitur porcionem meam et de mea gente predicte ecclesie pro Dei amore et sancte Marie uirginis et omnium sanctorum et pro remedio anime mee et parentum meorum dono et concedo uobis et monasterio uestro, et cetera. Et dati mihi solidos XXII et unos sotulares pro robore. Habeatis uos igitur ipsam porcionem predicte ecclesie cum omnibus suis directuris, possideatis, et cetera. Et est ipsa ecclesia sita in terra Pistomarchos iuxta mare de Teyra que olim uocata est Finis Terre. (TTO 1219)


De Comissos medievais

-'Dolmen de Axeitos'-


Item en Olueyra de Pestomarcos teen os Tofinos herdades Espinaredo et en Reerit [Reiris, Olveira, Ribeira] et en Vylauerde et en outros lugares na fregegia. (TTO s. XIII)


Nos seguintes fragmentos da-se umha surpreendente informaçom: no passado a freguesia de Santa Ugia de Ribeira era a freguesia de Santa Ugia de Carreira (hoje Carreira é só Sam Paio de Carreira, limítrofe, nas terras interiores do concelho). A mudança de nome fai sentido: a freguesia de Ribeira recolhe as terras que estám na ribeira da ria de Arousa.


hereditate quantam habemus in villa que uocatur Dayam [Deám, Santa Ugia de Ribeira, Ribeira] in concurrencia Sancte Eugenie de Carraria [Santa Ugia de Ribeira, Ribeira] que est in terra Pistomarchos. (TTO 1200)


hereditate quanta ego habeo uel habere debeo in territorio Pistomarchis in loco certo Dayam Minore [Deám Pequeno, Santa Ugia de Ribeira, Ribeira] sub aula Sancte Eugenie [Santa Ugia de Ribeira, Ribeira] . (TTO 1213)


Eis umha image da Pedra das Cabras, nom longe do Deám Pequeno:


De Comissos medievais


B.3) Terras de Caamanho e do rio Sieira:


ecclesiam sancti Felicis de Syaria [Sam Fins de Sieira, Porto Doçom] in terra Pistomarchos (TTO 1158)


De hinc dono aliam meam hereditatem cum supradicta adhuc in territorio Pistomarchis in villa nomine Sparrelio [Esparrelhe, St. Maria de Caamanho, Porto Doçom] in ualle Calamanio [St. Maria de Caamanho, Porto Doçom] (TTO 1162)


hereditate quam habeo de mea auolencia in territorio Pistomarchos sub montibus Grayadi et Burleo currente per medium flumine Siaria [Sieira] intrante in mare. Dono siquidem uobis atque concedo vnam VIam integram de tota ecclesia Sancte Marie de Calamanio [St. Maria de Caamanho, Porto Doçom] cum omnibus suis directuris et appendiciis que ad ipsam ecclesiam pertinent uel pertinere debent per suos terminos et loca antiqua ex petra furada usque ad flumem Siariam (TTO 1169)


Caamanho é um fermoso topónimo sem duvida relacionado com outros como Camouco (Palas de Rei) e Caamouco (Ares), e poida que tamém com Cambre ˂ Calambre (Carvalho, Malpica e Cambre) e Calambre (Tápia, Astúrias). Do indo-europeu *kaləm- 'cana' (cf. latim CALAMUS, galês calaf 'cana'). Outro par interessante, na mesma linha de Caamanho / Caamouco, é Laranho / Larouco (do céltico *lār- ˂ Ie *plār- 'chám').


ecclesia Sancte Marine de de Junio [Santa Marinha de Junho, Porto Doçom] ad monasterium Sancti Iusti et uobis domno abba Petro eiusdem monasterii et omnibus fratribus presentibus et futuris ibi Deo seruientibus; et est ipsa ecclesia in territorio Pistomarchos sub castro Burleo iuxta fluuium Syaria [Sieira]. (TTO 1187)


De Comissos medievais


De Comissos medievais

-Vistas das terras da Serra do rio Barbança-


B.4) Terra de Nebra:


in terra de Neuar datis nobis hereditatem dictam Laranga [Laranga, Sam Vicenço de Noal, Porto Doçom] (TTO 1143)


quam ego habeo in territorio de Neuar sub aula Sancti Michaelis de Canbonio [Sam Joám de Cambonho, Lousame] in uilla nominata Ergeles [Arjelhas, Sam Joám de Cambonho, Lousame] (TTO 1209)


donacionem de tota mea hereditate tam de auolencia quam de ganancia quam habeo uel habere debeo in uillis nominatis videlicet Calo [Calo, St. Maria de Nebra, Porto Doçom] et Ieste [Ieste, St. Maria de Nebra, Porto Doçom] et Thores [Tores, St. Maria de Nebra, Porto Doçom] et in toto ipso ualle de Neuar, et iacent iste hereditates in territorio Neuarensi subtus monte Irocti et recurrunt ad ecclesiam Sancte Marie de Neuar [St. Maria de Nebra, Porto Doçom] (TTO 1220)


Ao suroeste de Nebra temos o afamado castro de Baronha:



De Comissos medievais


-Vista do castro-

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-Escadas de entrada ao segundo recinto-


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-Muros interiores-


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-O mar desde o alto do castro, e o castro desde o mesmo lugar-

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B.5) Terra de Nóia:


in Pistomarcos, uillam quam dicunt Lobio [Loje, Santa Cristina de Barro, Nóia] (Sobrado 966)


in terra de Nogia datis nobis villam quam dicunt Merou [Mirou, Santa Maria de Roo, Nóia] quam dedit nuper Veremudus Petriz monasterio uestro Sanctorum Justi et Pastoris per kartulam testamenti; et juxta aulam Sancte Christine de Nogia [Santa Cristina de Barro, Nóia] similiter datis nobis villam de Louio [Loje, Santa Cristina de Barro, Nóia] quam dedit comes domnus Fernandus Martino Anayaz dicto Regi et isdem Martinus Anayat dedit eam uobis et uestro monasterio; (TTO 1143)


in ualle Pestomarcos sub aula Sancte Christine de Noya [Santa Cristina de Barro, Nóia] iuxta fluuium Tamar in certo loco ubi dicent Geluir [Gilvir, Santa Cristina de Barro, Nóia] (TTO 1154)


No seguinte fragmento evidencia-se a substituçom dum topónimo prelatino, Leston, por outro romanço de orige árabe, Barro ˂ Barrio. Os mais dos lugares chamados Barro na Galiza nom significam 'lama', senom 'bairro'.


in territorio Pistomarchos sub aula sancte Christine de Nogia [Santa Cristina de Barro, Nóia], in primis hereditatem de villa Geluir [Gilvir, Santa Cristina de Barro, Nóia], quam ganaui de Cresconio Petriz, presbitero, integram, et quarta integra de villa Ponte de Jusana [Ponte, Santa Cristina de Barro, Nóia], quam ganauit Froyla Marinus, et totam hereditatem de Barrio [Santa Cristina de Barro, Nóia], dicta Leston, quam ganaui de Petro Arias et de sua uxore Marina Petri ubi sedet Ueremudus, seruicialis. Et de ecclesia Sancti Petri de Taliar [Sam Pedro de Tálhara, Lousame] mediam VIIIam integram cum hereditatibus et p˂r˃estracionibus suis omnibus que est diuisa de illa IIIIa de Oduario Martini qui eam ganauit cum ipsa Ardio Affonso, uxore sua. Similiter in ipsa ecclesia de Talar damus uobis totam nostram directuram tam de auolencia quam etiam de ganancia uel quam etiam habemus in placia certa per ubicumque esa inuenire potueritis tam infra terminos quam extra cum tota sua uoce. (TTO 1154)


hereditate mea quam habeo in territorio Pistomarchos inter fluuios Tamar et Traua concurrente ad ecclesiam Sancte Christine [Santa Cristina de Barro, Nóia] de Nogia in villa Ouzonio [Ousonho, Santa Cristina de Barro, Nóia] et in Nogia. (TTO 1161)


hereditatem quam habetis in territorio Noye in loco certo Moaldi et Barrio [Santa Cristina de Barro, Nóia] (TTO 1164)


hereditate mea quam habeo uel habere debeo in terra de Pistomarcis sub monte Luania discurrentem ad ecclesiam Sancte Marie de Roo [Santa Maria de Roo, Nóia] in villas nominatas Paradelas. (TTO 1199)


in territorio Pestomarchos subtus monte Loanie discurrente ribulo Tamar concurrente aula Sante Marie [Santa Maria de Roo, Nóia] uirginis loco certo villas nominatas scilicet Nimio [Nimo , anta Maria de Roo, Nóia], Pastoriza [Pastoriça, Santa Maria de Roo, Nóia], Molendino [Muínho, Santa Maria de Roo, Nóia], Villa Uerde [Vila Verde, Santa Maria de Roo, Nóia], Merou [Mirou, Santa Maria de Roo, Nóia]. (TTO 1204)


hereditate quantam ego habeo et habere debeo in terra de Pestomarchis sub aula Sancte Christine de Noia [Santa Cristina de Barro, Nóia] in villa nomine Aluariza [Alvariça, Santa Cristina de Barro, Nóia]. (TTO 1214)


hereditate nostra propria quam habemus in terra Pistomarchos sub monte Petra Longa iuxta fluuium Tamar discurrentem ad ecclesiam de Sancta Maria de Roo [Santa Maria de Roo, Nóia] in villis nominatis in casale de Agrelo [Agrelo, Santa Maria de Roo, Nóia] et in ambas Paradelas [Paradela, Santa Maria de Roo, Nóia] et in Villa Uiride. [Vila Verde, Santa Maria de Roo, Nóia](TTO 1218)


hereditatem meam quam habeo in terra de Pistomarchos subtus monte Colou iusta fluuium Traua discurrente ad ecclesiam Sancte Christine de Noye in villa nominata Oozonio [Ousonho, Santa Cristina de Barro, Nóia] (TTO 1221)


Outro topónimo prelatino extinto é o da antiga freguesia de Sam Martinho de Corença:


hereditate quam habeo in terra de Pistomarcos subtus monte Loania [Luanha] discurrentem ad ecclesiam Sancti Martini de Corenza [Sam Martinho de Nóia, Nóia] iuxta fluuium Tamar in locis certis villa Nimio [Nimo, Roo, Nóia] et in friigrigia de Roo scilicet quantum ibi habeo, et cetera. (TTO 1224)


hereditate propria quam habeo in terra de Pistomarchos sub monte de Orreo juxta fluuium Tamaris discurrente ad aulam Sancte Marie de Roo in loco certo in Agrelo qui dicitur de Casale. (TTO 1232)


hereditate habemus et habere debemus in territorio de Pistomarchis sub monte de Petra Longa et monte de Orro [Orro, Barro, Nóia] eu Piido concurrencia Tamare in filigresia Sancte Marie de Roo in villas nominatas scilicet in Villa Uiridi et in casale de Baamondo et in Agrello et in Roo et in Molino et ubicumque fuerit de uox de ipsas predictas villas; (TTO 1247)


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-St. Maria a Nova de Nóia-


B.6) Terra de Luanha:


O mosteiro de Tojos Outos (hoje igreja paroquial) acha-se nesta terra. Lembro que sendo um meninho, a vista que sempre buscava quando ia coa minha família de Santiago a Nóia era a desta igreja xurdindo de entre os carvalhos, coa sua fervença as costas. Hoje os eucaliptos tém estragado parcialmente esta paisage, mais nom o passeo pola beira do rio.


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hereditate mea propria quam habeo in territorio Luania in villa Ceruia [Sérvia, Vila Cova, Lousame] (TTO 1156)


in territorio Luanie, ecclesia Sancte Marie de Ordilde [St. Maria de Urdilde, Róis] (TTO 1163)


Urdilde, em Róis. O seu nome procede do genitivo latino do antropónimo germánico *Huzdegeldaz. É impossível saber se o rotacismo é germánico (provável) ou romanço (possível).


totam meam hereditatem de Neeronio [St. Maria de Leronho, Róis] tam de auolencia quam de ganancia nominata hereditate de Villar et de Ponte de Busto et aliam meam hereditatem in ipsa terra de Luania ubicumque inueniri potuerit; et hereditatem de Sautu in casal de Frumarigu et in casal de Cuseyro cum suis aliis hereditatibus quos habent isti casales foris, scilicet sub Castro et in Dunin et in Neerunu et in Luania; et terciam porcionem de ecclesia Sancti Mametis de Ruis [Sam Mamede de Róis, Róis]; et hereditatem meam de Furielus qui iacet in pignore pro VI solidis, et persolui iam ego inde solidum I. (TTO 1168)


hereditate nostra propria quam habemus in territorio Luania sub aula Sancti Uincencii de Aquis Sanctis [Sam Vicenço de Augas Santas, Róis] sub monte Meda concurrente riuulo Traua in villa nuncupata Villa Plana de Insula. [Vila Chá, Sam Vicenço de Augas Santas, Róis] (TTO 1175)


in territorio Luanie sub aula Sancti Uincentii in villa que dicitur Sarniam [Cernám, Sam Vicenço de Augas Santas, Róis] (TTO 1177)


nostra hereditate quanta nos habemus uel habere debemus de auolencia et de ganancia in territorio Luanie sub aula Sancte Eolalie de Villa Coua [Santa Báia de Vila Cova, Lousame] in certo loco villa Comparadi [Comparada, Santa Báia de Vila Cova, Lousame] . (TTO 1208)


Note-se que Minhortos (Porto Doçom) era Miortos. É outro caso de epêntese de nasal palatal desde unha /i/ em hiato (cf. minha <>Trinháns, que era na Idade Média Triaes.


tota mea hereditate quam habeo de mea auolencia in terra de Luania in villa nominata Ceruia [Sérvia, Vila Coba, Lousame] et de quanta habeo in Miortos [Sam Martinho de Minhortos, Porto Doçom] et de quanta habeo in Cambonio [Sam Joám de Cambonho, Lousame] (TTO 1211)


in terra de Luania sub monte de Meda in loco certo ubi dicunt Aldirit [Aldariz, Fruime, Lousame] (TTO 1217)


Iacet namque ista hereditas in territorio Luanie sub monte Gironia iuxta fluuium Traua in villa Comparadi [Comparada, Santa Báia de Vila Cova, Lousame] et recurrit ad ecclesiam Sancte Eulalie de Villa Coua [Santa Báia de Vila Cova, Lousame]. (TTO 1219)


in terra de Luania in villa nominata Ceruia [Sérvia, Santa Báia de Vila Cova, Lousame] sub monte Colou et sub monte Caual Sico inter duos fluuios, scilicet Bunia et Traua, concurrente ad aulam Sancte Eolalie de Villa Coua [Santa Báia de Vila Cova, Lousame]. (TTO 1237)


hereditate quam habemus ex parte auorum nostrorum et ex parte matris nostre Marie Petri in territorio de Luania sub aula Sancti Vincencii de Aquis Sanctis [Sam Vicenço de Augas Santas, Róis] in villa de Biadi [Beade, Sam Vicenço de Augas Santas, Róis] (TTO 1239)


in territorio de Pistomarchis subtus montis Culou et Kaual Sicco discurrente riuulo Traua concurrente ad aulam Sancte Eulalie de Villa Coua [Santa Báia de Vila Cova, Lousame] in villa nominata scilicet Ceruia in loco nominato Costela (TTO 1239)


hereditate in territorio de Pistomarchis subtus montis Culou et Kaual Sicco discurrente riuulo Traua concurrente ad aulam Sancte Eulalie de Villa Coua [Santaia de Vila Cova, Lousame] in villa nominata scilicet Ceruia [Sérvia, Santaia de Vila Cova, Lousame] in loco nominato Costela (TTO 1239)


de hereditatem meam propriam quem habeo in terretorio Loanie sub monte Oucto discurrente fluuio Tamaris, concurrente ad ecclesiam Sancti Juliani de Luanna [Sam Juliám de Luanha, Briom], in villare nominato Nauallon. (TTO 1255)


et quantam hereditatem dictum monasterium habet in Soniar [Sónhora] et in ambabus uillis de Doey [Duei, Sam Vicenço de Augas Santas, Róis] in terra de Loania (1271)


Vista das terras de Lousame desde o Monte Muralha, um dos cúmios do antigo Luanha.

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B.7) Terra de Viceso:


adicio ibi etiam uillam de Auna [St. Maria de Ons?, Briom], que est in Pistomarcos, in ripa Tamaris (TA 1028)


et ipsa hereditas habet iacenciam in villa Pousada [Pousada, Santa Maria de Viceso, Briom], territorio Besezo, concurrente ad ecclesiam Sancte Marie de Besezo [Santa Maria de Viceso, Briom] (TTO 1146)


concedimus hereditatem illam Sancti Iacobi que uocatur Villa Noua territorio Cornanda secus ecclesiam Sancte Marie [St. Maria de Cornanda, Briom] prope fluuium Tamar (TTO 1158)


hereditas mea propria quod ego habeo et abere debeo in territorio de Cornanda sutus Luana [Luanha] discurrente a fruuio quod dicitur Molinus [Moldes, St. Juliám de Luanha, Briom] in concurencia Sancte Marie de Cornanda [St. Maria de Cornanda, Briom] in loco predicto Pina Cornera (TTO 1163)


in territorio Besezo sub monte Luania [Luanha] sub aula Sancti Juliani de Luania [St. Juliám de Luanha, Briom] in villa Mato [Mato, St. Juliám de Luanha, Briom]. (TTO 1164)


hereditates quas habeo in ambos Uiogios [Viojo, St. Juliám de Luanha, Briom] et omnes alias meas hereditates quas habeo in terra de Pistomarchis (TTO 1218)


in territorio de Besezo a terminis videlicet de Rania Longa usque ad algaram de Luania [Luanaha] et usque ad Penam Maorem (TTO 1223)


et habet iacencia in terra Besecio subtus monte Loanie discurrente fluuio Tamar et fluuio Traua et concurrens ad ecclesie Sancti Juliani in villas que dicitur Ninanis [Nináns, St. Juliám de Luanha, Briom] et ubicumque uadit uox ecclesie Sancti Juliani de Luanie [St. Juliám de Luanha, Briom] (TTO 1228)


in terra Besezo subtus monte Luanie [Luanha] discurrente fluuio Tamar et fluuio Traua concurrentem ad ecclesie Sancti Iuliani [St. Juliám de Luanha, Briom] in villa que clamant Regoanis (TTO 1228)


B.7) Valeirom:


ecclesie Sancti Petri de Oruogo [Sam Pedro de Ervogo, Róis] minus IIIa de VIa; et de toto isto supradicto quinione conuenit uobis ex eo quartam integram, et est VIIIa porcio tocius ecclesie minus nona; et habet ipsa hereditate iacentia in terra de Valeyron. (TTO 1168)


Por suposto, a pronúncia local, tamém a minha, é com gheada, de jeito que se diz /erβoho/. O que me desagrada é comprovar como alguns funcionários tém criado artificialmente o apelido Herbojo.


mea porcione de ecclesia Sancti Petri de Oruogo [Sam Pedro de Ervogo, Róis], scilicet duodecimam integram cum omnibus adiunctionibus et cum media de ipsa casa quam fecit auunculus meus Froyla Iohannis, presbiter, quam ecclesiam habui ego Johannes Fernandi de auo meo Pelagio Froylat; et est ipsa ecclesia in terra de Valeyron subtus monte Luanie discurrente riuulo Vaza. (TTO 1198)


Sancti Johannis de Bugiam [Sam Joám de Bujám, Róis] cum quanto ad illam pertinet et pertinere debet et cum quanto ad prestitum hominis est, que octaua integra euenit mihi Marie Ordonii ex suscepcione abiorum et parentum meorum ex parte patris mei; et habet iacencia ipsa ecclesia in territorio Irie inter montem Pina Maa et montem Syam discurrente ribulo Sara. (TTO 1209)


Bujám / Buxám procede do antropónimo (penso que germánico, mais com algumhas reservas) Busian


quam ego habeo in terra de Iria in loco certo in ecclesia Sancti Iohannis de Bugiam [Sam Joám de Bujám, Róis] (1209)


et habet iacencia in terra Ualeiron subtus monte Loanie discurrente fluuio Portu concurrentem ad ecclesiam Sancti Johannis de Bugiam [Sam Joám de Bujám, Róis] in villa que uocitant Siluarredonda [Silva Redonda, Bujám, Róis]; vendimus uobis de una quarta integra de tota ipsa villa iamdicta que dicitur de Salnix (1228)


in terra Ualeyron subtus montem Loanie discurrente fluuio Uace concurrentem ad ecclesie Sancti Uincencii de Aquas Sanctas [Sam Vicenço de Augas Santas, Róis] in villas que clamant Figeiroa de unam medietatem de ipsa villa de Figeiroa [Figueiroa, Sam Vicenço de Augas Santas, Róis] que clamant de Ueraro [Bralo, Augas Santas, Róis] (TTO 1234)


et habet iacencia in terra Valleyron in Uerdua [Verduga, Sam Vicenço de Augas Santas, Róis] et in o Pineiro et in Ficairoa [Figueiroa, Sam Vicenço de Augas Santas, Róis] (TTO 1237)


Eu Pedro Diaz, iurado noteyro ena terra de Pestomarchos et de Valeyron (TTO 1283)


Nom tenho achado referencias directas as terras de Rianjo / Rianxo e da Pobra do Caraminhal. Provavelmente, eram do interesse directo da Sé santiaguesa. Teremos que seguir aguardando a ediçom do tombo C e demais.


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-Dorna em Rianjo; abaixo, barcas no porto-


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-Dorna e Gamela em Aguinho (Ribeira)-


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-Sol-por sobre a Curota-


-As Areas de Corruvedo-

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Comentarios

  1. Impresionante trabalho, que vou lendo aos poucos e assimilando muitas cousas e muitos dados. Permito-me fazer algumhas achegas, desde a que minha suprema ignorância, mas com a confiança que me dá o ter mui trabalhada a documentaçom do Tombo de Tojos Outos.

    Vejo que nom identificas FERVITO, mencionado no Tombo de Celanova, mas de certo que sabes que é o hodierno FÍRVADO, em Coiro (Maçaricos).

    O estranho topónimo SESPOM explica-o Báscuas (acho que em "Hidronimia y léxico paleoeuropeo") como SES-PALONA, relacionado segundo ele com a raiz *pal(l)a. A gente do lugar ainda hoje pronúncia com [ò] aberto, o qual guarda a memória do velho hiato que houvo no topónimo, como em LAMPOM (Lampaon em TTO), que está ali ao lado.

    O rio Coronho, com efeito, é em TTO "fluuio Gamo". É curioso, porém, que no lugar de Comojo ainda hoje lhe chamam a um tramo do Coronho "rio Ghamo" ou melhor "rio de Ghamo".

    A forma VERNIMES para BERRIMES deve ser má leitura ou cópia defectuosa, enquanto em TTO o radical de todas as atestaçons é *verr-: Uerrimes 1175, 1271; Uerrimis 1271; Verrimes 1166, 1175, 1189, 1289; Virrimes 1289; Virrines... E el terá a ver com a raiz hidronímica *wer-?

    Salutaçons e mais umha vez os meus parabéns por este espaço de sabência.

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  2. Moitas. Que bem escreves! :-)

    Interessantíssimo. Desconhecia o dado que sinalas da permanência do nome do rio Gamo em Comojo. De Sespom e Lampom, nom reparara mais confirmo que os locais pronunciam com o aberto.
    Com respeito a Vernimes, de certo que som só três documentos, todos do mosteiro de Sobrado, que assi o recolhem (anos 955, 966, e 971), mais acho que esta forma pode ser etimológica; por exemplo, a Correlhã de Portugal era Corneliana, na Idade Média. Tamém, o topónimo Verrande, em Ourense, tem boa etimologia, penso, no antropónimo latino Venerandi > *Ven'randi (nom é que eu tenha aqui umha prova a favor :-)

    Berrimes < Vernimes poderia estar relacionado co rio Vernesga < *Vernesica em Leom.

    Um saúdo.

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