BRIGS E BRIGĀ (III)
B.58.-
Santa Maria de DEIXEVRE / DEIXEBRE (freguesia
com 342 hab.- Oroso, Corunha)
Este
topónimo tem um bom étimo na forma *dexsiwo-brig-
> *dessiobre (perda de wau
entre vocais) >
*deisiibre (assimilaçom /yo/ > /ye/ >
/ii/?), onde o primeiro elemento é o proto-céltico *dexs(i)wo- 'à
direita; do sul; cara ao sul; bom' (Matasovic s.v.). Esta é a opçom
mantida por B. M. Prósper (Prósper 2002: 380), mais eu suspeito que
Deixevre pode ser topónimo derivado do genitivo dum nome comum na
Idade Média, Deiservus 'Servo de
Deus' (tenha-se em conta que na Galiza a toponímia derivada dum nome
de possessor é moito máis frequente que a toponímia céltica ou
pré-latina, ainda sendo esta moi importante) :
'Riquilani.
Gontoi. Deiscervo.
Vimara. Aloyto.' (CODOLGA: Celanova 996)
'Gulfario
Attiz cfr. Gundesindo Deiserviz ts. Menindo
Aniaz ts' (CODOLGA: Celanova 1005)
'similiter
et ego Deiservo et uxor mea Lovegodo'
(CODOLGA: Celanova 1013)
'Raiolo
ts. Baldesindo ts. Deiservo ts. Sando ts. Miro
ts.' (CODOLGA: Celanova 1013)
'Amorino
ts. Didaco ts. Deiservo ts. Vimara ts.
Tructemondo ts.' (CODOLGA: Celanova 1015)
O
genitivo deste antropónimo conduziria directamente à forma actual:
*(villa)
*Deiservi >
> *Deiscervi (palatalizaçom da sibilante por causa do iode no ditongo /ej/) >
> Deixevre (metátese de r).
> *Deiscervi (palatalizaçom da sibilante por causa do iode no ditongo /ej/) >
> Deixevre (metátese de r).
B.59.-
+ERCORIOBRI (extinto,
por Astúrias)
Este
nom é propriamente um topónimo galego, senom galaico, mais o feito
de se recolher numha fórmula onomástica tipicamente castreja penso
que aconselha a sua inclusom aqui. Esta fórmula acha-se numha
inscriçom adicada ao repouso eterno do meninho Nigrinianus
Nigriniani, provavelmente um albiom, do Castelo Ercoriobre:
NIGRINIANUS
NIGRI
NIANI AL(BIO) EX
) ERCORIO
BRI ANNORUM V
C L N T
(Cangas de Onis, CIL 02, 02711)
NIANI AL(BIO) EX
) ERCORIO
BRI ANNORUM V
C L N T
(Cangas de Onis, CIL 02, 02711)
Este
topónimo, Ercoriobre, é um composto co segundo elemento *-brig-,
podendo ser o primeiro um cognato do antigo irlandês erchor
'tiro, disparo' (Prósper 2002:
381), e máis do galés
ergyr
'carga, ataque', do proto-céltico *(p)are-koro-
(Matasovic s.v. *fare-koro-),
composto de *(p)are- 'por fronte de', e máis de *koro- 'tiro'. O
topónimo revela perda de /p/, como provavelmente tamém verbas
galegas como alboio
'alpendre' < *(p)are-bow-yo- 'para-vacas' (cognato do antigo
irlandês airbe
''hedge, fence,
pen'),
leira, lage, rego...
B.60.-
FIOVRE / FIOBRE (165 HAB.- Morujo, Bergondo, Crunha)
Nom disponho
de documentaçom diacrónica deste topónimo, mais penso que o seu
/f/ é secundário, procedente dum grupo /wi/, ao modo que o nome
suevo Neufila procederia de
*Neuwila. Coido que
Fiovre proviria de *Viovre < *Widobri 'Castro
do Mato'; devo chamar a atençom sobre a inscriçom portuguesa
NIMIDI FIDUENEARUM, que pode ser interpretada como < *Nemeti
*Vidugenearum '(Límite) do Santuário das (fadas?) nadas no mato'
(Búa 2007:18, nota 3), limite que viria sinalizado polo marco onde
se achou a inscriçom.
Som moitos os
topónimos galegos que, recolhendo os cámbios culturais dos últimos
2000 anos, têm um contido semántico semelhante: Casal do Mato,
Vilar do Mato, Casal do Souto...
B.61.-
+GRILHOVRE (extinto)
Conheço este
topónimo só polo seguinte fragmento:
'Ora
[t]ẽeno os Boquetes et téuoo Martín Ssánchez de Griloure'
(TMILG: Libro das Tenzas da Catedral de Santiago 1390)
Nom me arrisco
a dar umha possível etimologia.
B.62.-
ILHOVRE / ILLOBRE (35 hab.- Pontelhas, Betanços, Crunha)
Temos moita
documentaçom deste lugar:
'in
Nemitos ecclesia sancti Saluatoris de Illobre
per suis terminis ab integro'
(CODOLGA: Lugo 747)
'in
terra de Nendos ecclesiam s. Salvatoris de Ilioure'
(CODOLGA: Lugo 897)
'faceremus
uobis, simul et fratribus uestris habitantibus in monasterio
Superato, scripturas contramutationis unus ad alios de uillis quarum
unam dicunt Ilio[b]re, que uobis concedimus pro
alia uestra uilla que nuncupant Littoriana, ipsam prefatam uilla
Iliobre que uobis concedimus habemus eam de
quondam parentum nostrorum, Uistrari et Froiloni, et Armentari et
Ilduarie' (CODOLGA: Sobrado 964)
'in
ualle Nemitos, uilla de Adois cum adiacentiis suis, uillar Spelunce,
uilla Barbeito, uilla Uarzena cum adiunctionibus suis, uilla Melangos
cum adiunctionibus suis, uilla Illobre cum
pumaribus de Ponteliar, uilla Calambre cum adiacentiis suis et cum
sua creatione, uilla Zezebri.' (CODOLGA:
Sobrado 971)
'et
inde ad illum castrum quod est inter Liminionem et Generozo et inde
ad illam aquam que discurrit inter Uiuenti et Liminione infra ubi
intrat in Mero et de Mero in prono usque ad illos saxeos qui stant in
ripa Mero inter Sanctum Romanum et Sexurriam et inde ad couas
latroniles et inde per illam carralem qui discurrit inter Uillarem et
Lauretam usque in ueredam Sancti Felicis et inde ad illum castrum de
per uereda de Boioi et inde ad linares et inde ad illam lamellam de
illa condominia de Ilioure et inde per ipsam
ueredam antiquam usque in ipsa anta de iuxta ipsa arca de Piaua usque
primitus incoauimus. ' (CODOLGA: TA 1020)
'in
Urticaria Sancta Eulalia de Latrito: in Marinas Sancto Tirso de
Ambrona. Sanctum Salvatorem de Iliobre: in Ripa
de Saur Sancta Marina cum adjunctione & familia' (CODOLGA:
Lugo 1120)
'ecclesiam
sancte Crucis, et ecclesiam de Porce Milios, quomodo hereditas ipsius
ecclesie separatur ab hac hereditate et cauto Cinyensis monasterii,
et a termino de Carrezeda, et ecclesiam de Curiolos, et ecclesiam de
Colantes, quomodo sua hereditate dividitur ab hereditate monasterii
de Spelunca. deinde ecclesiam de Armena per riuulum Mandeo, et
ecclesiam de Brauio per ipsum rivuulum Mandeo (...) pro inde
ecclesiam de Iliobre cum ecclesia de Pontelias,
quomodo diuiditur per terminum de Carrio, et inde per terminum sancti
Felicis et Montelios, et quomodo diuiditur de Piauela, et de
Liminione, et inde ad illam custodiam quomodo separatur a cautum
ciniensis.' (CODOLGA: Betanços 1138)
'in
Ortigariam sanctam Eolaliam de Ladrido (ST). in Marinis, sanctum
Thirsum de Ambrona. (ST). et sanctum Salvatorem de Iliobre'
(CODOLGA: Lugo 1160)
Esta
infomaçom confirma o étimo proposto por Prósper (2002: 377):
«quizá de *Īlio-bris, donde el primer elemento significa
“inflado, turgente”'». Efectivamente o IE *īli- significa
'inchado, pança', e é conhecido em línguas itálicas, eslavas e
célticas (IEW: 499): galês il
'fermentar' galo PN Ilio-mārus (cf.
Delamarre s.v. illo-). O topónimo poderia ter como
significado 'O Castro da Pança', que pode ser sem dúvida umha boa
forma de se referir a umha pequena lomba (e tanto lombo
como pança som partes do
corpo!), como o alto da Croa, com restos dum castro, ao pé do que se
situa Ilhovre.
B.63.-
Santo André de ILHOVRE / ILLOBRE (freguesia de 217 hab.- Vedra,
Crunha)
A
igreja de Ilhovre acha-se ao sopé do lugar do Castro,
que está numha lombinha na aba do monte da Freiria.
B.64.-
O Salido de ILHOVRE / ILLOBRE
(lugar, em Ledesma, Boqueijom)
Se
nom fai referência à posse de alguém chamado Illobre,
entom deve fazer referência à sua situaçom geográfica do lugar,
entre a Ponte Ledesma e umha lombinha a monte que, rodeada polo rio
Ulha, bem pudo ser um antigo castro.
B.65.-
INHOVRE / IÑOBRE (57 hab.- Rianjo, Crunha)
A documentaçom
antiga que conheço já representa a mesma pronúncia, mais com
distintas grafias:
'totam
meam hereditatem quam abeo in villa Ignoure'
(Tojos Outos s.d.)
'Johán
Carrao, fillo de Pero de Fruýme, morador en Ynobre,
da freigresja de Sã Saluador de Taragoño'
(TMILG: Rianjo 1457)
Prósper
(2002: 377-8) propom coma orige do primeiro elemento do topónimo o
IE *pen- 'auga, bouça, esteiro', que da o irlandês médio en
'auga', galo anam 'paludes'
(IEW: 807-8). É dizer, Inhovre proviria de *En-yo-bris 'Castro do
Esteiro', com feche de /e/ em /i/ condicionado tanto pola nasal como
por inflexom de iode (Ferreiro 1999: 50). Inhovre está na beira da
ria de Arousa, onde da nome à Ponta de Inhovre. Similar
contido semántico e contexto geográfico tem Tragove.
Compare-se tamém cos anteriores Ombre, e Anhovres.
B.66.-
IJOVRE / IXOBRE (52 hab.- Caamouco, Ares, Crunha)
A única
mençom antiga que conheço é a seguinte, com
provavelmente equivalente a :
'ego
Froila Petri de Barracidu, filius Petri Iohannis de Igoure,
uendo uobis domno Suerio, infirmario de infirmitorio pauperum
Superaddi, hereditatem meam quam habeo in Bisouqus uilla uocitata
Igoure,
et habui eam de Petro Petri, filio de Petro Froila de Sesilli, pro
iusto precio que ei dedi, et nuc uendo eam integra cum omnibus
pertinenciis suis, intus et foris, pro XXXa solidos et III solidos in
robore, et est ipsa hereditas XII integra de tota uilla de Igoure
et medietas de casale de Petro Petri, ut habeatis eam et faciatis de
ea quod uobis placuerit. si quis ex parte'
(CODOLGA: Sobrado 1203)
Prósper
nom oferece etimologia, mais indica umha possível relaçom cum
antigo epíteto BANDI ISIBRAIEGVI, que parece supor um topónimo
*Isi-brig-, sendo *is- possivelmente um hidrónimo formado a partir
do tema IE *eis- 'mover-se rápido' (IEW: 399-401), de onde tamém o
antigo nome do rio Jalhas, Ésar, preservado no lugar e freguesia de
Éçaro, em Dumbria (cf Moralejo 2009: 54; Falileyev s.v. iso-).
Consequentemente, Ijovre < ? *Isiobrigs.
B.67.-
?LANIOBRI* / ALANIOBRI*
Umha
das leituras defendidas para a famosa ara votiva adicada à divindade
Bandu achada no castro de San Cribrao de Lás é:
BANDU/E
ALANIO/BRICAE(?) FAE/NIRUSAE / ARAM V(OTUM) S(OLVIT) (San
Amaro ; Belegstelle: IRG-04, 00089 = AquaeFlaviae 00120 = HEp-01,
00492 = HEp-02, 00584 = HEp-07, 00539 = HEp-11, 00346 = AE 1974,
00408 )
Se
é correcta, o primeiro elemento do topónimo composto (do que
alaniobrica seria um adjectivo derivado por médio dum sufixo
velar -ko-) provavelmente se corresponderia co céltico *elanī-
'cervo fêmia' (cf. Matasovic s.v. *elan(t)ī-).
Contodo, sendo a leitura máis aquelada BANDUA LANIOBRICA, entom o
primeiro elemento seria *lanio-,
do céltico *(p)lān- 'cheo,
cham' (cf. Matasovic s.v. *flāno-;
Delamarre s.v. lano-), e o
topónimo Laniobri* seria equivalente às nossas Vila Chá.
Têm-se
defendido outras leituras (LANSBRICAE, ALANSRICAE) baseadas na
suposta permanência da primeira parte do topónimo, Lans-, no atual
topónimo Lás (“However, the modern name suggests that
the -s- is genuine, which makes the Celticity of the underlying form
problematic.”, Falileyev s.v. Lansbrica), mais a
documentaçom medieval amossa que Lás procede de Eilães (cf. Doçom,
doc. 66, ano 1283), que deve proceder do étimo Egilanis,
genitivo germánico de Egila, antropónimo comum na alta idade
media na Galiza.
B.68.-
+ELANIOBRE* (extinto, ao norte do Tambre)
Dumha
inscriçom latina achada em Astorga, adicada a umha mulher originária
dos Célticos Supertamarcos, que habitavam ao norte do Tambre:
FUSCA
CO/EDI F(ILIA) CELTI/CA SUPERTA(MARCA) / C(ASTELLO) B?LANIOBR/ENSI
SECO/ILIA COEDI F(ILIA) / SOROR SUA / POSUIT (Fresneda; Belegstelle:
CIL 02, 02902 (p 1049) = CIL 02, 05667 = IRPLeon 00109 = EAstorga
00037 )
Como
o anterior, provavelmente de *elanī-
'cervo fêmia' ('Castro da Cerva'), um ser totémico e ainda hoje
lendário; som frequentes os contos galegos nos que mulheres novas
som convertidas em cervas. Por outra banda, o epigrafe tem sido lido
por vezes como BLANIOBRENSI, o que nos levaria a um étimo
*(p)lān-yo- '(do) cham', com /p/
enfraquecido por leniçom, como no topónimo BLETISAMA .
B.69.-
Sam Jiao de LANDROVE (freguesia com 339 hab.- Viveiro, Lugo)
Este topónimo
preserva a mesma forma desde o século XII:
'Iohannes
de Coua, Sancta Maria de Goaldo, Sanctus
Iulianus de Landroue,
Sancta Eulalia de Mirel, Sancta Maria de Auriol
et quator
heremitas'
(CODOLGA: Mondonhedo 1128)
'et
de Sancto Iacobo de Silua et de Lea et de Sancto Martino de Maanz et
cautum de Portuzelo et de Grabar et cautum de Moagorum et de Varis et
Aldige et Landroue et cautum Sancti Mametis in
Monte Nigro' (CODOLGA: Mondoñedo, 1156)
A
sua forma primitiva devia ser *Landarobris ou *Landrobris, tendo
chegado a Landrove por dissimilaçom de vibrantes, onde o primeiro
tema fai referência ou bem ao rio Landro -que passa ao carom- ou bem
comparte com este orige e significado. Neste último caso, derivaria
provavelmente de IE *lendh- 'campo aberto, branha,
matorreira', que da orige ao céltico *landā
'idem' (IEW: 675; Delamarre s.v.; Matasovic s.v.); consequentemente,
'Castro da Branha, da Matorreira, da Chaira' ou 'Castro do Rio
Landro', onde Landro '? (Rio) chairego / branhego'.
A
verba landa deu-se na Galiza:
'...pumares fructiferas, devesas landiferas,
senras, pastis...' (CODOLGA: Celanova c. 1005), e segue viva a
palavra lándoa < *landula
'Tierra que queda en descanso, sin sembrar.' (DdD: Elixio
Rivas, FrampasIII). Em contra do dito por Delamarre (2003: 196), as
formas galegas semelham autóctones, por forma (perda do l em lándoa
< *landula) ou tempo (a temperá presença de landifera,
antes da chegada das grandes influencias francesas na segunda metade
do século XI).
Entre
as Somoças e Moeche temos o lugar da Ponte Landrove, que pudo
ser o nome antigo do rio que cruza, um afluente do Rio Grande de
Júvia. Tamém em Ferrol temos o lugar dos Landroves,
provavelmente polo apelido dalgumha família local.
B.70.-
LAJOVRE / LAXOBRE (33 hab.- Arteijo, Arteijo, Crunha)
Lajovre
pertence à freguesia de Santiago de Arteijo, junto cos seguintes
lugares (segundo o instituto de estatística):
A
Catuxa (53 hab.), A Pedreira (136 hab.), Arteixo
(8954 hab.), Baer (39 hab.), Figueiroa (89 hab.),
Laxobre (33 hab.), O Barral (22 hab.), O Campo
(0 hab.), O Monte Pequeno (27 hab.), O
Outeiro (35 hab.), O Rañal (136 hab.), O Sisto
(0 hab.), Suso (136 hab.), Valcovo (12 hab.). O
Nomenclador inclue alguns mais, entre eles: Baiuca, Candame
e Pedra.
No
Diccionario
Geografico de Miñano y Bedoya som recolhidos os seguintes entes
('aldeas') na freguesia (em azul o único que nom acho recolhido ente
os topónimos atuais):
'Arteijo:
775 habit su parroquia se compone de las aldeas de Arteijo, Barral,
Bayer, Bayuca, Candame, Campo, Figueroa, Lañobre,
Outeiro, Pedras, Sisto y Suso.'
Quer-se
dizer, que o actual Lajovre (Laxobre) era recolhido
como Lañobre no século XIX.
Senom é errata, ambas poderiam ser formas em competência (como
Amoeja / Amonja < Amonegia),
derivadas dum étimo *Lagenobre >
*Lageovre > Lajovre, fronte a *Lagenobre > *Lagnovre >
Lanhovre. Nesse caso, e dada a identidade co étimo da nossa
verba lage < lagena,
Lajovre seria 'O castro da Laxe' ou 'Castro Chan e Amplo', do IE
*plāg- (IEW: 831-832), de onde
tamém céltico *lāgio 'sacho',
*lāgenā 'cabeça ou folha
(ancha) de lança' (Ward s.v.). Sobre o passo lágen-
> lanh-, veja-se o seguinte, referido
a Santa Baia de Lanhas (Avanha): 'comisso
de Celticos: ecclesia in Aranton. ecclesia sce.
Eulalie in Laginas. scm. Martinum ad
Fonte calata. sca. Eulalia in Logrosa.'
(CODOLGA: Santiago 830)
B.71.-
LENTOBRE (antigo nome de Vilouchada, Traço, Crunha)
Conhecemos
este topónimos graças a um moi antigo documento do ano 818, copiado
no Tombo de Sobrado. Graças a el conhecemos a substituiçom, num
contexto de recolonizaçom, dum topónimo céltico autóctone por
outro latino:
'in
uilla que ab antiquis uocitabatur Lentobre et
nunc uocitatur Ostulata, subtus castro
Brione, territorio Montanos iuxta riuulo Tamare'
(Sobrado, 818)
A
evoluçom Villa
Ustulata > *Villaustulada > Villoustulada > *Villoust'lada >
*Villouschada > Vilouchada é de pleno regular,
significando em orige 'Vila Queimada (Roçada)'. Pola sua banda,
*Lentro-brig-s , étimo proposto
por Prósper (2002: 375) para Lentobre, significaria 'Castro da
Ladeira/da Costa'. Como topónimo estaria intimamente ligado a Linz,
na Austria, antiga Lentia '(Lugar)
da costa' (Falileyev s.v. Lentia),
e à palabra galesa llethr
'costa, aba'.
B.72.-
LESTROVE / LESTROBE (628 hab.- Dodro, Dodro, Crunha)
Da vila de
Lestrove temos a seguinte informaçom diacrónica relevante:
'Et est
illas terras in villa
Lestober,
territorio Iriense sedis' (Romaní 2007, doc. de 1073)
'hereditatem
quam habeo de auolencia et de ganancia in Petrono quam mihi euenit
exparte uiri mei Pelagii Feri. et mea. et similiter totam meam
hereditatem de Lestroue'
(CODOLGA:
Santiago 1204)
O
seu primeiro elemento está presente, penso, nuns quantos topónimos
galegos:
Lestimonho
/ Lestimoño (127 hab.- Pontecesso, Crunha)
Lestaio
(34 hab.- Outes, Crunha)
Listanco
(73 hab.- Maside, Ourense)
Lestom
/ Lestón (98 hab.- Coristanco, Crunha)
Sam
Marinho de Lestom / Lestón (freguesia com 1213 hab.- Laracha,
Crunha)
Lestom
/ Lestón de Abaixo (21 hab.- Muros, Crunha)
Lestom
/ Lestón de Arriba (58 hab.- Muros, Crunha)
+Leston
(antigo nome de Barro?, Nóia, Crunha) em
'et
totam hereditatem de Barrio
dicta
Leston'
(TTO 1154) < 'in
Pistomarcos. ecclesia sce.
Xpistine. in Lestone'
(CODOLGA:
Santiago 830)
Outros
topónimos como os nom infrequentes Lestedo ou Lestido
som abundanciais do apelativo lesta
'Anthoxanthum odoratum L.', umha erva comum.
Prósper
(2002: 375) supom para Lestrove um étimo *Lestro-brig-s, onde
*lestro- havia ter orige comum coas verbas célticas: galês antigo
llestr 'recipiente', bretom lestr
'barco' (cf. Ward s.v. LESTRON; Matasovic s.v. *lestro-),
o que nos levaria a algo assi como 'O castro da dorna', cum sentido
geográfico de 'castro da depressom / do covelo / da lomba ',
equivalente entón às nossa Dorna ou Vila Cova. Seria
um fermoso nome geográfico. Embora, Matasovic indica a possibilidade
de que o sentido primitivo de *lestro- for 'objecto tecido de vime'.
B.73.-
LESTROVE / LESTROBE (116 hab.- Bença, Traço, Crunha)
Do ponto de
vista etimológico, Idêntico ao anterior. Atopa-se ao sopé dum
antigo castro, que lhe deveu ceder o nome:
'mando
etiam ibi mecum meam porcionem de Lestrove
et de Turduya et de Trasriu et de Villari de Soevos qui stat iusta
Sanctum Martinum de Tiris.'
(Tojos
Outos 1240)
B.74.-
LOBRA (40 hab.- Santiago de Compostela, Crunha)
Veja-se os
seguintes, cos que poderia estar relacionado. Mais tamém pode ser
que a relaçom seja só aparente, como acontece coa freguesia de
Nebra, no Porto do Som, que era Nevare
na idade média. Só a titulo de exemplo, o pontevedrês Soutolobre
documenta-se na idade média como Sautulouari,
o que provavelmente o afasta deste toponímia.
B.75.-
LUVRE / LUBRE (171 hab.- Ares, Ares, Crunha)
Já tinha a
mesma forma na idade média:
'in
Besaucos ecclesie sce. Eulalie in Caurio. scm. Uincentium in Carois.
scm. Tirsum in Magobre. sca. Eulalia in Lubre.
scm. Iulianum in Siliobre. scm. Iacobum iuxta Siliobre.' (CODOLGA:
Santiago 830)
B.76.-
+LUBRI (extinto, por terras de Muros, Jalhas ou Avanha,
provavelmente)
Conhecemos
um castro ou comunidade indígena deste nome em época romana:
EBURIA
CALVENI F(ILIA)
CELTICA
SUP(ERTAMARCA) (CASTELLO)
LUBRI AN(NORUM)
XXVI H(IC) S(ITA) E(ST)
CALVENI F(ILIA)
CELTICA
SUP(ERTAMARCA) (CASTELLO)
LUBRI AN(NORUM)
XXVI H(IC) S(ITA) E(ST)
Os
Célticos Supertamarcos habitavam no noroeste da província da
Crunha, nas actuais comarcas de Muros, Barcala, e Jalhas. Moitos
emigrárom ao Berço, provavelmente para trabalhar nas explotaçons
auríferas romanas. Etimologicamente, Curchin indica a possibilidade
de que o primeiro elemento for o IE *lou-
'lavar' ou *leu(k)- 'brilhante' (Curchin 2008: 123).
B.77.-
Sam Joám de LUVRE / LUBRE (freguesia com 820 hab.- Bergondo,
Crunha)
'in
territorio Nemdus, uilla que uocitant Soniero propre uillam Sancti
Iuliani subtus alpeo Ceruario et leuasse illa per termino de Coirio
et inde per Condux et inde per Castellum et inde per Canaliu et inde
per Lubre et inde unde primiter diximus' (CODOLGA:
Sobrado 1086)
'medietatem
burgi de Faro, cum pedagio navium et iuri fisci; villas de Ceia, in
Nemancis, et de Oca in Bragantinis, de Leilolio, in Senia, de
Abegondo, de Piavela, Degio, Luvre et de Ruis, in Nendis, de
Toiobre in Pruciis' (CODOLGA:
TB 1178)
B.78.-
MAIOVRE / MAIOBRE (68 hab.- Ares, Ares,
Crunha)
Prósper
(2002: 378) sugere *Mag-yo-bris 'Castro
Grande', e a documentaçom diacrónica é congruente coa sua
proposta. Dos seguintes testemunhos é interessante o de 1516, por
ser um dos últimos documentos notariais do século XVI em empregar o
galego:
'in
Besaucos ecclesie sce. Eulalie in Caurio. scm. Uincentium in Carois.
scm. Tirsum in Magobre.
sca. Eulalia in Lubre. scm. Iulianum in Siliobre. scm. Iacobum iuxta
Siliobre.'
(CODOLGA: Santiago 830)
'que
bay da djta caſa pera Çerual et como teſta en la herdade dos
fyllos de Marja Manſa et como bay (...) enno penal de dẽtro da
caſa que foy de Aluaro de Mayobre et como ben
topar en lo antigóó da dita' (TMILG: 1516)
A
forma tem paralelos nas línguas celtas vivas e mortas, e procede do
proto-celtico *magyo-
'grande' (Matasovic s.v.), do IE *meg(h)-
'grande' (IEW: 708-9).
B.79.-
+MIOBRI, +MEOBRI* (extinto, por terras de Muros, Jalhas ou
Avanha, provavelmente)
Este
antigo castro (ou estes antigos castros) conhece-se por um par de
inscriçons:
APANA
AMBO/LLI F(ILIUS) CELTICA / SUPERTAM(ARCA) / [3]MIOBRI /
AN(NORUM) XXV H(IC) S(ITA) E(ST) / APANUS FR(ATER) F(ACIENDUM)
C(URAVIT) (Mera ; AE 1997, 00863 )
[CO]SOE
ME/OBRIGO / F(ECIT) PARVI/[LLIUS] (IRG-01, 00023 = CIRG-01,
00086 = HEp-11, 00262 )
O
primeiro elemento é o céltico *meion-
'pequeno' (Delamarre s.v.) segundo Prósper (2002: 358) e Curchin
(2008: 124).
B.80.-
MONTROVE (1343 hab.- Liáns, Oleiros,
Crunha)
Tem um
paralelo em Montobrica, do
Itinerário Antonino (Prósper
2002: 375). Nom conheço documentos antigos referidos a
este lugar. Provavelmente um
híbrido celto-latino, segundo Prósper.
Como mera
possibilidade, o primeiro elemento poderia ser *monuterā
'família, dependentes' (Ward s.v.), donde o Irlandês
muintear:
*Monuterobri > * Mon't'robre > Montrove.
Ou
*monetu-
'marcha, ida' (Matasovic s.v.): *Monetobri
> *Montobre > Montrove.
B.81.-
+NEMETOBRIGA (extinto, em Trives)
Antiga cidade
dos Tiburos, mencionada num epigrafe achado na Límia, e mais tamém
mencionado por Ptolomeu entre as cidades dos Tiburos:
AL(L)EC[IUS
B]/IBALI F(ILIUS) / V(ICANUS) NEME/TOBRIGAE
P(OSUIT) / HNC S(IT) T(IBI) T(ERRA) L(EVIS) (Sarreaus ; Belegstelle:
HEp-07, 00548 = HEp-04, 00586 = AE 1991, 01040 )
Νεμετόβριγα
(Ptolomeu 2,6,36)
O
primeiro elemento é o céltico *nemeto-
'lugar sagrado, santuário' (Matasovic s.v.; cf. Falileyev s.v.
Nemetobriga; Prósper 2002: 221).
B.82.-
Santa Marinha do OVRE / O OBRE (freguesia com 815
hab.- Noia, Crunha)
B.83.-
Santo André de OVRE / OBRE (freguesia com 194 hab.- Paderne,
Crunha)
Prósper
(2002: 378) indica documentaçom medieval como Olobre,
mais Moralejo (2010: 478) desconfia deste dado. Eu só
conheço:
'in
terra Prucios, in Obre, casal de Joazino'
(CODOLGA: Júvia 1140)
Se
Prósper está no correcto, entom pode que de *olo-
'trás, além' (Matasovic s.v.).
B.84.-
Sam Martinho de OGROVE / O GROVE (freguesia com 7496 hab.-
Ogrove, Ponte Vedra)
San
Vicente de OGROVE / O GROVE (freguesia com 1121 hab.- Ogrove,
Ponte Vedra)
Temos
um bo número referência à Ogrove, desde a alta idade média. A
evoluçom do topónimo foi *Ocrobre
> Ogrobre > Ogobre > Ogrove / O Grove
(Moralejo 2010: 478):
'item
insulam Saluare cum ecclesia ibi sita: et ecclesiam Sancti
Uincentii in insula Ocobre cum dextris suis' (CODOLGA:
TA 899)
'in
territorio Saliniense insulam Ocobre cum suas uillas et cum
suas ecclesias intus' (CODOLGA:
TA 911)
'et
de Arauca medietatem de hea, cum sua ecclesia et cum suis salinis;
Sanctam Eulaliam de Alobre; que nuncupant Arenalonga, et Sanctum
Christoforum cum bonis suis; Sanctum Uincencium de Ogobre cum
suis terciis et cum omnibus'
(CODOLGA: Santiago 912)
'et
ecclesiam Sancti Uincentii de Ogrobre cum totis suis
directuris et familia' (CODOLGA:
Santiago 912)
'in
Sancte Laurentio, in Noalia, in Sancta Marta, in Ogobre, in
Loixo et in illas silbas, per ubi illas salinas sunt apertas'
(CODOLGA: Lalin, 956)
'de
insula Ogoure cum suis ecclesiis et suis hominibus
habitantibus in ea'
(CODOLGA:
TA 1019)
'sanctum
Vincentium de Ogrove cum suis tertiis et cum omni censu'
(CODOLGA: Santiago 1115)
'villam
Ganom. villam Ardenam. ecclesiam sancti Uincencii de Ogroue;
cum sua hereditate et cum uilla Antas.'
(CODOLGA: Santiago 1142)
'in
terra Sancte Marie de Lanceata iacet, loco certo, in insula vocitata
Luxo, ad focem Humie iuxta Ogrove et inter Villarinum et
Castrelum, que hermita uocatur Sanctus Sebastianus de Luxo.'
(CODOLGA:
TB 1165)
'Nunus
de Dena, clericus; P. Moogo de Grove' (CODOLGA:
Armenteira 1248)
O
IE *ak- / *ok- (IEW:18-22) é moi prolífico nas
línguas ocidentais, dando por exemplo galês hogi
'pungente', latim acer 'idem',
antigo alto alemám ahorn
'padrairo', latim acernus 'idem',
latim antigo ocris 'monte
quebrado', galês ochr 'borde'. A
partir das formas célticas Matasovic reconstrue
*okri- 'beira, bordo, gume' e
*akro- 'alto'. A própria forma
*okr- de Ogrove deve estar tamém relacionado cos topónimos
da serie -ocelo 'promontório' (Matasovis s.v. *akro-),
frequentes no NO da península ibérica. Em suma, Ogrove / O Grove
procede de *Okro-bris 'Castro do
Coto' (“Ciudad del Monte”, Prósper 2002: 375), 'Castro da
Ponta', 'Castro do Borde' ou 'Castro Agudo'. Note-se o comum do
topónimo.
B.85.-
OGROVE / OGROBE (43 hab.- Andrade, Pontedeume, Crunha)
B.86.-
OGROVE / OGROBE (43 hab.- Vila Mor, Mondonhedo, Lugo)
B.87.-
OGROVE / OGROBE (s.d.- Ínsua, Tavoada, Lugo)
Idem.
Assemade, A Eira do Grove (terras de cultivo em Besomanho,
Ribadúmia, a 400 metros do castro de Leiro) e máis a Serra do
Grove (nas eucaliptizadas e desertificadas terras de Domáio,
Moanha, perto da ponte de Rande; 6000 anos de galegos formando o solo
dos montes, consumido numha geraçom pola fame de celulose barata)
podem ou nom ser topónimos independentes dos anteriores.
B.88.-
Santo Estevo de PANTINHOVRE / PANTIÑOBRE
(freguesia com 218 hab.- Arçua, Crunha)
Um
dos meus topónimos favoritos, é recolhido em 1374 como 'Sant
Estevo de Pantynbure'
(Lugo XIV 1374, doc. 735). De ser correcta esta leitura, teríamos um
topónimo puramente germánico, formado por umha forma genitiva do
nome Panto
(Carvoeiro 939) ou Pantinus
(Celanova 949, Samos 963), cf. Pantardus,
bispo suevo de Braga no 589,
e máis coa verba bure,
idêntica cos boiros e bouros espalhados pola geografia galega
e portuguesa, cujo significado é casa. Logo, Pantynbure
seria 'A Casa de Panto'. Mais penso que nom existe um caminho para a
evoluçom dumha forma Pantynbure noutra Pantinhovre, polo que
provavelmente tenhamos um erro de ediçom, cumha leitura
onde havia ou <õ>. Nesse caso a verba escrita seria
Pantynoure, já a mesma forma que a atual, com
representando a nasal palatal. Neste último caso, poderíamos supor
um étimo *Palantinobris, com J.J. Moralejo, mais a perda de l nom
vem avalada pola informaçom diacrónica:
'Sancti
Stephani et Pantinove' (TMILG: 1329)
'Sant
Esteuaon de Pantrenouere' (António López Ferreiro, Foros
Municipales..., doc. do ano 1286)
Pergunto-me
se poderíamos estar perante um topónimo híbrido,
céltico-germánico. A primeira parte seria o nome germánico
Pantino, a segunda o céltico
galaico -bre 'castro'. Teria sido fundado no século VI,
provavelmente, num momento no que, baixo o predomínio do latim,
pudérom conviver na Galiza as línguas pré-latinas coa germánica
dos suevos. A supervivência em certas comarcas das velhas línguas
anteriores à chegada de Roma explicariam umha distribuiçom
irregular dos topónimos em -bre, com importante concentraçom no
norte e ocidente galegos, junto co val do Ulha.
É
moi interessante a etimologia proposta por Prósper (2002: 378): de
*kwantyā 'assembleia, colina'
“radical inequivocamente céltico” (cf. *kwantyo-
'colina chá', Matasovic s.v.), por médio dum derivado adjectival
*kwanti/īn-yo-; o que implica kw < p, como em galo, fenómeno
debatido para as nossas latitudes. Pola sua banda Delamarre indica
relaçom co elemento galo *panto-
'sofremento' (resistência? cf. Delamarre s.v.)
B.89.-
Sam Cristovo de PEÇOVRE / PEZOBRE (freguesia com
176 hab.- Sam Tisso, Crunha)
Outro
topónimo com /p/:
'cum
peruenerunt ad diem placitum in Pezobre in
presentia domni [Petri] episcopi' (CODOLGA: Sobrado 1001)
'in
uilla Pezoure in Auiancos et dederunt ex parte
Beati Iacobi apostoli testimonium inter abbates et sacerdotes
ueridicos XL qui sciebant ueritatem quomodo fuerat facta ipsa diuisio
ipsorum episcoporum uel comitum, et de numero testimoniarum
acceperunt ad iuramentum Adefonsum abbatem, filium Eroni, et firmauit
quod rectam sciebat ipsam diuisionem, eo quod pater suus Erus
tenuerat ipsum comitatum et per ueritatem fuerat facta ipsa diuisio.
iurauit ipse Adefonsus in Pezoure in ecclesia
Sancti Saluatoris' (CODOLGA: TA 1007)
'notitia
de hereditatibus que sunt de Pezoure et de
sancto Iuliano de Fratribus, sicut in suo colmelo et auentario
resonat. in primis se {leuat} in portu de Fratribus et inde uadit
usque in aqua de Tago cum suo nassario integro in ipso riuulo de Ysso
et inde per ipsa aqua de Tago usque ad portum de Monachos et inde per
Saa de Intornados et inde ad fontem de Asperon, et inde per agros de
Canales beneplicantes ad sanctum Iohannem, et inde per illas
circarias et inde per ualles fractus super uilar, et inde uadit in
prono ad illum fontem de Aluin et inde quomodo uadit ad illum riuulum
de Uesenia et inde de illa parte ipsius riuuli iam predicti per
fontanos de Ruidos et inde quomodo uadit infestum ad illum castrum de
Belmir beneplicatum, et inde quomodo uadit ad penam Cristoual, et
inde in pronum ad illum arrogium et inde ad penas Maiores, et inde
quomodo ascendit ad montem Medianum ad illas mamulas, et inde quomodo
uadit per cerrum illius montis, et inde ad illum fontem de Uilar et
inde quomodo uadit in directum ad illam petram scriptam, et inde
quomodo uadit ad illam mamulam super Quintanelam, et inde in pronum
ad illam mamulam que stat contra partem sancti Romani, et inde ad
riuulum de Riazoo, et inde ad aliam mamulam que stat iuxta uiam que
uenit de Pezoure, et inde ad Riazoo in pro et
fer in Pela, et inde fer in riuulo in pronum per sanctum Iulianum et
fer in Ysso et in portu de Fratribus unde primitus incepimus.'
(CODOLGA: Sobrado s.d.)
'San
Christovoo de Peçovre' (TMILG: Vilar de Donas 1453)
A
forma antiga Pezobre deve proceder de *Pet(t)iobre ou de
*Pec(c)iobre. Do meu ponto de vista, umha possibilidade é
*Peict-yo-brigs
'Castro Hostil' > *Pēctyobris
(/ei> > /e:/ celta comum) > *Pētiobris,
onde as evoluçons [ei] > [e:] e [kt] > [t] som compatíveis co
material indo-europeu galaico e hispánico (Ambatus < *Ambactos,
Retugenus < *Rectugenos). Do IE *peig- 'hostil' (IEW: 795) de onde
tal vez tamém galo Pictones,
Pictāvi 'Poitou', cumha possível
preservaçom de p nom explicada?
Outra
possibilidade é que proceda de *Pettiobris, onde o primeiro elemento
é o mesmo que origina a nossa verba peça, à que se presume orige
celta. Para Prósper “seguramente provienen de *Kweitio-bris”
(2002: 379), etimologia que implicitamente nega J. J. Moralejo, que
nom considera que haja *kw > *p autóctone no ocidente hispano
(2007: p. 237 e seguintes). Em todo caso, a proposta de Prósper leva
ao proto-céltico *kwezdi- 'peça'
(Matasovic s.v.), de onde galo *pettia,
e deste, o nosso peça.
O
lugar e freguesia próximos Santo Estevo de Peçovrés / Pezobrés
deve proceder da forma derivada Sanctu
Estephanu Pezobrense.
Buenos días y un saludo.
ResponderEliminarSobre el epíteto del ara de San Cibrán de Lás va a salir en cualquier momento, según me comentan, un artículo en Terrae Antiqvae donde posiblemente clare un poco más las dudas que plantea su lectura.
Abo
Grazas, meu! Eu polas fotos que teño visto non me acabo de decidir... Resta esperar y ver.
ResponderEliminarSaúdos.