Antroponímia Sueva (I de V)
Abstract: An study on the personal names of the Suevi, a Germanic people which settled in Galicia and northern Portugal in 410 A.D.
Antroponímia Sueva I
Antroponímia Sueva II
Antroponímia Sueva III
Antroponímia Sueva IV
Antroponímia Sueva V
Antroponímia Sueva I
Antroponímia Sueva II
Antroponímia Sueva III
Antroponímia Sueva IV
Antroponímia Sueva V
A.- INTRO
Começo aqui o estudo da antroponímia sueva (ou melhor, dos nomes dos suevos), para o que tenho recolhido uns quarenta nomes, de entre os anos 400 e 600. Som nomes maioritariamente masculinos, correspondentes à realeza e aos bispos do reino suevo, mais incluo tamém o nome de dous suevos centro-europeus do século V, assi como o dumha mulher sueva soterrada em África polo seu marido vándalo.
Antes de entrar em matéria, lembremos que os suevos chegam á Galiza no ano 411, logo de ter atravessado o Rim no ano 406, repartindo-se a província junto cos vándalos:
'Gallaeciam Wandali occupant et Suevi sitam in extremitate Oceani maris occidua. Alani Lusitaniam et Carthaginiensem provincias, et Wandali cognomine Silingi Baeticam sortiuntur.' (Hidácio)
Os suevos teriam-se estabelecido no ocidente, na actual Galiza e norte de Portugal, na extremidade da Mar Oceana Ocidental ('in extremitate Oceani maris occidua'). A Galiza do momento incluía os quatro conventos do noroeste da Península ibérica, lucense, bracarense, asturicense e cluniense: as terras da Galiza, Astúrias, Cantábria e boa parte da Meseta Norte (Leom e Castela). Vejamos:
1.- 'Theodosius natione Hispanus, de provincia Gallaecia, civitate Cauca, a Gratiano augustus appellatur. ' (Hidácio)
Cauca deve ser Coca, em Segóvia, como sabemos por várias inscriçons ali achadas.
2.-'In Asturicensi urbe Gallaeciae' (Hidácio)
Hidacio cita aqui Astorga como cidade da Galiza.
3.- 'Theudoricus adversis sibi nuntiis territus, mox post dies paschae, quod fuit quinto kal. Aprilis, de Emerita egreditur, et Gallias repetens partem ex ea quam habebat multitudine variae nationis, cum ducibus suis ad campos Gallaeciae dirigit: qui dolis et perjuriis instructi, sicut eis fuerat imperatum, Asturicam quam jam praedones ipsius sub specie Romanae ordinationis intraverant, mentientes ad Suevos qui remanserant, jussam sibi expeditionem, ingrediuntur pace fucata solitae arte perfidiae. Nec mora promiscui generis reperta illic caeditur multitudo, sanctae effringuntur ecclesiae, altaribus direptis et demolitis, sacer omnibus ornatus et usus aufertur. Duo illic episcopi inventi cum omni clero abducuntur in captivitatem: invalidior promiscui sexus agitur miseranda captivitas; residuis et vacuis civitatis domibus datis incendio, camporum loca vastantur. Palentina civitas simili quo Asturica, per Gothos perit exitio. Unum Coviacense castrum tricesimo de Asturica milliario a Gothis diutino certamine fatigatum, auxilio Dei, hostibus et obsistit et praevalet: quam plurimis ex eorum manu interfectis, reliqui revertuntur ad Gallias. '
O anterior fragmento de Hidácio narra o ataque godo contra as cidades de Astorga e Palencia, nos Campos de Galicia.
4.- 'Numantia autem citerioris Hispaniae, haud procul a Vaccaeis et Cantabris in capite Gallaeciae sita, ultima Celtiberorum fuit.' (Orósio, V, VII, 2)
A anterior passage da obra de Orósio ('Sete Livros de História contra os Pagaos') pode traduzir-se assi: 'Por outra banda, Numáncia da Hispánia Citerior, nom longe de Vácceos e Cántabros, sita no início da Galiza, foi a última dos celtiberos'. Situa Numáncia na província romana de Galiza (Gallaecia, verba que é ao cabo a mesma).
5.- 'Cantabri et Astures Gallaeciae prouinciae portio sunt,' (Orósio, VI, XXI, 2)
'Cántabros e Ástures som parte da província de Galiza'.
6.- 'Item regiones partes sunt provinciarum, quas vulgus conventus vocat, sicut in Phrygia Troia; sicut in Gallicia Cantabria, Asturia.' (Isidoro, Etymologiarum, XIV, V, 21)
Este fragmento é de Isidoro de Sevilha: 'As regions som as partes das províncias, que a gente chama vulgarmente conventos, como em Frígia (é) Tróia, como em Galiza (som) Cantábria e Astúrias'.
7.- 'In provincia Callaecia:
Praefectus legionis septimae geminae, Legione.
Tribunus cohortis secundae Flaviae Pacatianae, Paetaonio.
Tribunus cohortis secundae Gallicae, ad cohortem Gallicam.
Tribunus cohortis Lucensis, Luco.
Tribunus cohortis Celtiberae, Brigantiae, nunc Iuliobriga.
In provincia Tarraconensi:
Tribunus cohortis primae Gallicae, Veleia' (Notitia Dignitatum)
O anterior é um fragmento da Notitia Dignitatum, dos primeiros anos do século V. Situa na Galiza tanto Leom como Iuliobriga (Reinosa? Logroño?).
8.- Post cuius decessum Theoderidus germanus eius Vesaegotharum in regno succedens, id mox Riciarium Suavorum regem cognatum suum repperit inimicum. hic etenim Riciarius affinitate Theoderidi presumens, universam pene Spaniam sibi credidit occupandam, iudicans oportunum tempus subreptionis incomposita initia temptare regnantis. quibus antea Gallicia et Lysitania sedes fuere, quae in dextro latere Spaniae per ripani Oceani porriguntur, habentes ab oriente Austrogonia, ab occidente in promuntorio sacrum Scipionis Romani ducis monumentum, a septentrione Oceanum, a meridie Lysitaniam et fluvium Tagum, qui harenis suis permiscens auri metalla trahit cum limi vilitate divitias. exinde ergo exiens Riciarius rex Suavorum nititur totas Spanias occupare (Jordanes XLIV)
O anterior fragmento da De Origine Actibusque Getarum de Jordanes situa as fronteiras dos territórios suevos, Galiza e Lusitánia, em Austrogonia ao oriente e o Tejo e Lusitánia (sic) ao sul. Sabemos que o território autrigon compreendia lugares como Briviesca (Burgos) e Tricia (La Rioja).
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De Fror na Area |
-Mapa da Província da Gallecia e os seus quatro conventos; em azul, topónimos derivados de antropónimos conhecidos entre os suevo-
Somando todo, a província da Galiza que suevos e vándalos se repartirom abrangia grande parte do quarto noroeste da península, de Fisterra a Sória, do Cantábrico ao Douro, com quase toda a meseta norte. De feito a presença sueva mudará decisivamente a configuraçom de Galiza, como já deixa entrever Jordanes no século VI, ao dizer que as posses suevas da Galiza e Lusitánia limitavam ao sul com Lusitánia (!) e o Tejo. Desde agora e até o século X, Galiza acabará no rio Cea polo leste, deixando fora o bispado Palentino e a maior parte da meseta norte, cedo tomados polos godos e apartado da província. Esta situaçom é a que achamos na alta Idade Média, quando a Galiza chegava só até o rio Cea:
'sub aula idem gloriosis martyribus in ciuitate que uoc[i]tatur Legio, territorio Gallicie ' (CODOLGA: Leom 874)
'in nominae sanctae et indiuidue Trinitatis. uobis dominjs sancjjs gloriosisque martiribus nobisque post Christum Ihesum fortissimis patronis Facundi et Primitibi; quoruma corpora in hac benrabilem eglesiam sepulta est in hunc locum Calzata, que est sita super ripam fluminis cui nomen est Zeia, in finibus Galleciae. ego Adefonsus gracia Dej rex, una cum coniuge Scemena' (CODOLGA: Leom 905)
'In loco Calzata que est sita super ripam fluminis cui nomem est Ceia in finibus Gallecie. Ego Ermegildus' (Sahagun 922)
'in finibus Gallecie super ripam amnes Ceia' (Sahagún 1060)
'sub amne Zeja, vocabulo sanctorum Facundi & Primitivi, in finubus Gallecie' (Sahagún 1968)
E Polo sur chegava á Coimbra (o seguinte remete-se ao mosteiro de Lorvão):
'In deo dei filio sempiternum salutem. Dono atque offero propter remedium anime mee et altario sacro sancti mameti que situm est cenobio subtus monte lauribano in finibus gallecie' (PMH 933)
Tamém, no límite com Asturias e o Bierço era a Galiza máis ampla, e eram galegas as terras de Val Cárcerce e Val Boa no Berzo, e em Astúrias Íbias e Oscos (terras galego-falantes, junto coas terras ainda hoje politicamente galegas de Triacastela, Cervantes, Suarna ou Neiro):
'Abjicimus etiam in Gallecía Ecclesias & Dioecese , quos avíos nostros in prima populationé ad ipsa Sede Legionense dederunt , ita & nos confirmamus ; id sunt : Vallacarcere, Vallebona, Triacastella, Zerbantes, Nabia cum Deganeis suis , Vitrico , Arborsola , Soorna, Trabersas de Fraxino , Ibias ambas , Ausecos & Neiro'. (veja-se Espanha Sagrada vol. XXXIX)
Esta mingua da Galiza era conhecida no século XVI, e na dedicatória do mapa de 1603 Descripción del Reyno de Galizia ao Conde de Lemos, o seu autor, Fernando Ojea, escreve:
'Galizia es uno de los muchos reinos de España, que possée nuestro rey Filipo. Era antiguamente mucho mayor que ahora, comprendía todas las tierras y provinçias que ay dentro de los límites siguientes, de la mar del Norte y montaña de junto a Vizcaya hasta las fuentes del gran río Duero, y de ahí todo lo que corre hasta dar consigo a la mar, y caminando por las orillas della hasta bolver al mismo punto de donde salimos.'
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Volvendo aos suevos, estabelecidos inicialmente nas terras da actual Galiza e noroeste de Portugal, logo dum período de expansom baixo Hermerico, Rechila e Rechiario, durante o que tomam Mérida, Sevilha e outras povoaçons, fazendo-se co controlo do ocidente da península, os seus movimentos encaminha-os à toma da província Tarraconense, ainda romana. Logo de vários assaltos sobre ela, nos que chegam à cidade catalana de Lleida e conduzem prisioneiros de volta a Galiza a um grande número de pessoas, Roma contra-ataca coa remissom dum grande exército de godos e burgúndios, que derrotam aos suevos, reduzindo os seus territórios ao oeste da província da Gallécia e máis ao norte da Lusitánia. Neste território máis reduzido é onde os suevos vam a deixar umha importante pegada, especialmente na antroponímia e na toponímia, máis tamém na arqueologia -penso na destrucçom parcial e o abandono de Coimbra, que nos é transmitida por Hidácio e tem provavelmente um outro testemunho e confirmaçom nos numerosos topónimos Cumbraos da Galiza-; e no léxico das falas locais -o futuro galego-português. Como mostra, eis uns poucos vocábulos com boa etimologia germánica, exclusivos ou quase exclusivos do galego (as nossas verbas estám tomadas do Dicionário de Dicionários, os seus étimos do Germanisches Wörterbuch de Gerhard Köbler). Bem certo que hoje som verbas esquecidas ou de uso restringido, mais com tanto máis motivo podemos assumir que no passado foi tanto máis numerosa a sua quantia:
- agarimar, garimar 'achegar, juntar' < PG *garīman 'juntar, ajuntar, somar' (cf. antigo alto alemám girīman 'pertencer, calcular, contar')
- brétema 'névoa' ˂ PG *breÞmaz 'vapor' (cf. alemám brodem 'vapor')
- britar 'quebrantar' ˂ PG *breutan 'idem' (cf. antigo inglês breotan)
- broslar 'bordar' ˂ PG *bruzdjan 'idem' (idêntica orige tem bordar)
- crocar 'pandear, curvar' ˂ PG *kreukan 'torcer, curvar' (cf. antigo nórdico krōkr 'gancho; curva')
- escá 'medida de áridos' ˂ escala 'recipiente' ˂ PG *skalō 'cuncha' (cf. aaa scala)
- escuma 'espuma' ˂ PG *skūmaz 'idem' (cf. aaa scūm)
- esmorecer ˂ esmorir 'perder o conhecemento' ˂ PG *smorjan (cf. antigo inglês smorian 'perder o alento, afogar')
- esquilo 'campá' ˂ PG *skellōn 'idem' (cf. aaa scella)
- faísca 'cinza' < falisca < PG *falwiskan 'cinza' (cf. sueco falaska 'idem')
- fouveiro 'loiro' ˂ *fouvo ˂ PG *falwaz 'da cor da palha'
- ganir 'saloucar, gemer' ˂ *guannire ˂ PG *wānnian, do PG *wainōn 'queixar-se, lamentar-se'.
- gaspalhar 'destroçar, desfazer, esnaquiçar' ˂ PG *gaspeljan 'idem' (cf. anglo saxom gespillan 'destruir, gastar, devastar')
- gastalho 'ferramenta ou utensílio para sujeitar', de (en)gastalhar 'sujeitar, encaixar, deter' < PG *gastelljan 'parar, aquietar, deter' (cf. anglo saxom gestillan 'parar, calmar, deter, aquietar')
- gueifas 'orelheiras do arado, abeacas', de *gueifar 'voltear' ˂ PG *waibjanan 'tremer' (cf. antigo nórdico veifa ‘to wave, to vibrate’, antigo inglês waefan ‘to wrap up, to clothe’).
- gueste 'comida oferecida como pago' ˂ PG *westiz 'comida' (cf. médio aa wisti 'sustento')
- gravám 'arado de ferro para roturar' ˂ PG *grabam 'aixada, sacho' e *graban 'cavar, fazer sulcos'
- grova 'corgo, depressom entre montes' ˂ PG *grōbō 'poço, sulco' (cf. aaa gruoba 'fossa, dique, sulco')
- lapear 'lamber, beber', despectivo lapacaldos ˂ PG *lapjan 'idem' (cf. antigo inglês lapian 'idem')
- laverca 'cotovia' ˂ PG *laiwarikōn 'idem' (cf. antigo inglês lāwerce)
- lisca 'racha, fragmento' ˂ PG *leuskōn 'idem' (cf. antigo inglês leosca 'idem'; cf. britar)
- lóvio 'parra, alpendre' ˂ PG *laubjōn 'folhage' (cf. aaa louba 'parra, alpendre, cabana')
- luva (cast. 'guante') ˂ PG *galōfōn 'idem' (cf. inglês gloves)
- maga 'tripas de peixe', esmagar 'estripar' ˂ *magōn 'ventre' (cf. antigo inglês maga 'idem')
- meijengra (tipo de paxaro) ˂ PG *maisōn 'idem' (cf. antigo nórdico meisingr 'idem')
- osas 'defensas das pernas' ˂ PG *husōn 'pantalons' (cf. aaa hosa 'idem')
- ouva 'espírito, ser sobrenatural' ˂ PG *albaz 'idem' (cf. inglês elf)
- ripa 'listom' ˂ PG *rebjam 'costela'
- sóuria 'vento seco' ˂ *souro ˂ PG *sausaz 'seco'
- toalha 'mareo, borracheira, embotamento' ˂ PG *dwaljan 'duvidar, vacilar, hesitar'
- trigar 'apurar' ˂ PG *þrenhan 'idem'
- vangear 'oscilar, bambalear, abanar', em vango 'mal assentamento de algo' ˂ PG *wangaz 'pendente', PG *wankjan 'bambalear'
Assemade, nom poucos dos germanismos que o castelám comparte co galego revelam umha orige geograficamente ocidental, ou nom compatível coa língua goda (por ejemplo, hielmo ou fieltro). Nom esqueçamos que verbas tam espanholas como macho, chuvasco ou bicho som de orige galego-portuguesa.
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Com respeito ao estabelecimento suevo na actual Galiza, aparte dos topónimos Suevos e Suegos (entre os que chegam a nos 4 freguesias e outros dous lugares), temos as testemunhas de Hidácio e do paroquial suevo, que coincidem em indicar um assentamento suevo nos arredores de Lugo:
Pars Gothici exercitus a Sunierico et Nepotiano comitibus ad Gallaeciam directa, Suevos apud Lucum depraedantur (Hidácio): 'Parte do exercito dos godos é dirigida polos condes Sunierico e Nepotiano e saquea aos suevos das cercanias de Lugo'
e na intruduçom medieval ao paroquial:
'dum hanc epistolam episcopi legerunt & elegerunt in synodo ut sedes lucensis esset metropolitana sicut & Bracara, quia ibi est terminus de confinitimis episcopis, & ad ipsum locum Lucensem grandis semper erat conventio Suevorum' : 'Esta casta [do rei Theodemiro] lerom, e elegerom em sínodo que a Sé lucense fosse metropolitana como Braga, já que ali estavam os termos dos bispos circundantes, e porque nesse lugar lucense sempre havia grande reuniom de suevos'.
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-Topónimos 'Suevos' e 'Suegos' e cidades episcopais suevas, junto com derivados de PG *salam, PG *būrjō, cuja máxima densidade inclue o noroeste de Portugal e o Val do Minho-
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O reino suevo é tomado polos visigodos no ano 585, mais antes vai produzir várias peças textuais do máximo interesse, como som as actas dos concílios de Braga, o paroquial suevo, e a obra de Martim de Braga, nomeadamente o de Correctione Rusticorum. No Paroquial Suevo ou Divisom de Theudemiro presenta-se-nos a primeira mostra de toponímia baseada em antropónimos germánicos: som Villa Gomedei em Porto, e Rodomiro em Viseu. Gomedei é com claridade o genitivo do antropónimo Gumideus ˂ PG *Gumiþewaz, e comparte coa antroponímia sueva da mesma época a preservaçom do e breve protogermánico como e, no entanto o gótico já o tinha convertido em i breve. O outro, Rodomiro, é o ablativo do PG *Hroþomēraz.
Logo, no ano 585, o reino é tomado, e nom hai indícios de que o elemento suevo fosse castigado polos godos; ao contrário, as actas do III Concilio de Toledo amossam a ledícia de Reccaredo pola conversom ao catolicismo dum infinito número de suevos. Em em geral, e para o século VII, podemos citar as verbar de J. C. Bishko: 'The small proprietors in contrast were men of overwhelmingly Celtic, Roman and Suevic stock, not Visigoths, for in the century since Leovigild's conquest of the Suevic kingdom in 585 there had been no perceptible Visigothic migration to the northwest' (Bishko, Spanish and Portugese Monastic History 600-1300, p. 21)
Podemos pois assumir que durante o seculo VII os suevos seguirom vivindo nas suas terras, pouco a pouco misturando-se e diluindo-se no elemento galaico-romano. Nesse processo de síntese, foi a língua latina e religiom romana a que subsistiu, junto co etnónimo e um importante fundo cultural gallaico, e o sistema antroponímico dos suevos. Deste sistema antroponímico, que se vai plasmar na toponímia do pais, é umha boa mostra o documento que López Ferreiro editara na sua Colección Diplomática de Galicia Histórica, co número 47. É um documento do ano 954, que recolhe o antropónimo de máis dum cento de pessoas, os máis deles germánicos. No seguinte, em azul, os nomes greco-latinos e cristaos, em vermelho os germánicos, em verde os de orige duvidoso; visualmente é surpreendente:
(Chrismon). in Dei nomine colmellus diuisionis qui factus est inter filios Placenti et Romarici licet inter pacificas mentes definito sola constat uerborum tamen pro memoria temporum testimonium adiuendum est litterarum; igitur dum inter nos intemptio uertitur ad diuidendum mancipia de parentum nostrorum Guntine et Rosule de neptos senatoris Siserici et Esmorice et de suos jermanos: ideo que euenit in portione de filios Gunterodis id est Argiuitus Gentibus Tratiuigia Recedrudi Gaudiosus Tequelo Julia filios Stanildi Sitiuidis Gluscudilum Eramildi Ruderigus Sonobrida Sabarigis, Argeleuba Ostosia Guntedrudia Uitiza et Leuba Guntildi Julia Ragesindus Sanildi cum sua filia Ermegundia Seniorina Uisteuerga Sisulfus Branderigus Astruildi Brilis? Ranemirus Goda duas filias Gaudiosi Maria et Felicia Trudina Quindiuerga filio Frumildi Asarulfo Anulfo Ranulfo Teodeuerga Sindileuba Ermedrudia filia Sonifrede majore alia filia Sonifrede minore Aciulfus Recedrudia Uanda Trudildi Ausendus filie Guduigie fili Ostosie Sabeg(oto) ...... inda duos filios Tequeloni Uimaredus filia Argeleuba mino(re) ...... de Adaf qui est post Genitibo Tedildi Leodo cum duos filios id est Gundilo Fargalosus Sisuita cum suo filio.
Euentum in portione de filios Rosule id est Elias Spintilo Placida (Gu)ndinum Ebrildi Guntuigia Metoi Tita Bonosa Aroildi. Egildus Sabaredus Domnelius Astrogoto Leobedoto Uanagildi eb...... Trudilo Genlo Sisiuertus Nunilo Ansuildi Dauid Sparuildi ...... cum suo filio Ranemiro Teodilo Guisenda Ariulfus Leouegildus ...... Sabegoto Stefanus Saroi filios de Spintilo duo Guntemirus (Gunde)redus Leodefredus Gudiseba filio Sonifrede minore Ausendus Gudileuba Brunildi Ebragundia Nunnina Astulfus Eldoara Adosinda filio l...... Zaquile Odorio Leoueredus Sisuertus Manosinda filia Guduigie ...... Edonia et Elias duos f(ili)os Tequeloni Sisuigia filia Leouegoto ...... filio Adaf Papinum (Gen)etibus Uitiza Braromirus ...... (G)uendulfus.
..... quod accepit firmiter obtineat. factus colmellus VIII kalendas octobris era DCCCCXCI(I).
Sil...... ari colmellum diuisionis a me factum.
Munius anc colmellus divisionis a me factum.
Uimara in anc colmellus diuisionis quo ac persona de meos germanos uel de meo sobrino Spasando diuisi manu mea.... (signo)
Adefonsus anc colmellum diuisionis a me factum.... (signo)
Odoarius in anc colmellum diuisionis a me factum.... (signo)
Gundulfus anc colmellum diuisionis a me factum.... (signo)
Munnia anc colmellum diuisionis a me factum.... (signo)
Gunterode anc colmellum diuisionis a me factum.... (signo)
Ermegildus anc colmellum diuisionis a me factum.... (signo)
X Pelagius ad persona de meos neptos filios Petri in anc colmellum diuisionis manu mea.... (signo)
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E que hai da toponímia germánica (i.e. Baseada em antroponímia germánica) da Galiza?
A sua orige já fora apontada por Sarmiento, no seu Onomástico-Etimológico, onde ordena os topónimos que considera germánicos, suevos e godos, pola sua terminaçom, e em geral com grande acerto. Logo, a primeiros do século XX já Ferreiro, no breve estudo do anterior diploma, aponta o interesse do conhecimento da antroponímia medieval para o esclarecimento de boa parte da toponímia galega.
Logos forom examinados com fundura por G. Sachs, que no ano 1932 publica Die Germanische Orstnamen in Spenien und Portugal, recolhendo uns 2400 topónimos na península que distribue por territórios:
Galiza, com o 46 % do total dos 2.400 topónimos colheitos:
Crunha: o 15,9 %
Lugo: o 15,3 %
Ponte Vedra: o 8,6 %
Ourense: 6,2 %
Portugal, com o 39,2 %:
Braga: 11,7%
Porto: 10,7%
Viana: 5,1 %
Aveiro: 3,5 %
Viseu: 3,5 %
Vila Real: 2,4 %
Bragança: 1,3 %
Coimbra: 1%
Asturias e Leom, com o 4%
Astúrias: 2,8 %
Leom: 1,2 %
Resto: 10,8 %
Quer-se dizer, que os terrórios suevos compreenderiam máis do 90% do total.
Depois serám analisados por Piel (os seus magníficos estudos, ainda de grande valor, podem consultar-se na Biblioteca Digital Camões, no Boletim de Filologia nº2 e sucessivos), quem partindo da certidume de serem os suevos germanos ocidentais (alemaos) e os godos orientais, distribue os topónimos segundo foram mais bem ocidentais ou orientais, reconhecendo a impossibilidade, por vezes, de separar ambas origes. Lamentavelmente, nom leva a cabo umha analise da antroponímia sueva que confirme ou nom as sua petiçom de princípios, de modo que as suas conclusons baseam-se num a priori que nunca é posto a prova.
O certo é que temos várias características deste toponímia que devemos por de manifesto:
1º – É umha toponímia que polo comum reduz-se a um simples antropónimo expressado em genitivo ou locativo (nom sempre inquestionavelmente latino; e menos frequentemente, e provavelmente cumha orige menos remota, um acusativo ou um nominativo). Por veces vem precedida por um apelativo que indica umha propriedade que vem adjectivada polo antropónimo. O conjunto de antropónimos pertencente a esta misma tipologia compreende tamém nomes greco-latinos, cristaos e autóctones (junto cos germánicos, maioritários). Como exemplo, Requiás deve proceder dumha forma genitiva (tal vez influída pola própria morfologia germánica) Requilanis, no entanto Requiám deve proceder do locativo de valor genitivo Requilani; Vilar Pedre é Villarem Petri 'Vilar de Pedro'; Torante vem do genitivo de Torantius, como Cantom do de Cantonius, ambos nomes célticos.
2º – É umha toponímia que aparece circunscrita à extensom territorial do reino suevo, sendo moi importante na Galiza e norte de Portugal, menos importante no centro de Portugal, ocidente de Ásturias, Leom e Zamora; irrelevante no resto.
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-Densidade dumha parte da toponímia de orige antroponímico na península ibérica-
3º – Aparece já plenamente formada na documentaçom alto medieval, do século IX em diante.
Este último ponto, a cronologia desta toponímia, tem recuado no tempo: para J. Piel eram inicialmente topónimos originados na alta idade média, na repovoaçom (pouco compatível coa distribuçom geográfica e coas fontes medievais); logo havia fazer retroceder a sua formaçom ao século VII, numha Galiza dominada polos visigodos e colonizada por estes, mais esta colonizaçom está ausente do registo arqueológico e documental. D. Kremer, mais tarde e ante a evidencia do Paroquial suevo, tem insinuado umha temperá infliltraçom goda no reino suevo, já desde o século V ou VI. Esta proposta carece de outro fundamento distinto daquel fornecido polo próprio feito que se pretende explicar, sem quaisquer tipo de apoio documental ou arqueológico, polo que resulta de feito contrário ao princípio de economia de hipóteses: nada hai nom suevo em Gomedei ou Rodomiro, logo por que ham ser visigodos? Por que introduzir umha hipótese adicional nom requerida?.
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B.- OS NOMES
1.- Hermericus (rei, morto no ano 441) = Ermerīkaz ˂ proto-germánico *Ermenerīkaz
2.- Heremigarius (nobre, morto no ano 429) = Ermegāriaz ˂ PG *Ermenegaizjaz
3.- Rechila (rei, filho de Hermerico, morreu no ano 448) = Rekkila ˂ PG *Rekjilan
4.- Rechiarius (rei, filho de Reckila, morto no ano 456) = Rekkiariaz ˂ PG *Rekjharjaz
5.- Agiulfum (nobre, morto o ano 457) = Agiulfaz ˂ PG *Agiwulfaz
6.- Massila (nobre, pai de Maldras)
7.- Maldara (rei, morto no 460)
8.- Framtan (rei, morto no 458)
9.- Frumarius (rei, morto no 465) = Frumarjaz ˂ PG *Frumaharjaz
10.- Rechimundus (rei, pode ser o mesmo que o seguinte) = Rekkimunduz ˂ PG *Rekjmunduz
11.- Remismundus (rei, morto nom antes do 467) ˂ PG *Remismunduz
12.- Veremundus (rei no ano 535) ˂ PG *Weremunduz
13.- Chararici (rei em ~550) = Arjarīkaz ˂ PG *Harjarīkaz
14.- Ariamirus (rei em 558-561+) = Arjamēraz ˂ PG *Harjamēraz
15.- Cottus (bispo em 561)
16.- Ildericus (bispo em 561) = Ilderīkaz ˂ PG *Hilderīkaz
17.- Theudomirus (rei morto em 570) = Teudomēraz ˂ PG *Þeudemēraz
18.- Miro (rei de 570 a 583) ˂ PG *Mērjaz
19.- Nitigisius (bispo de Lugo, desde antes de 572, até máis tarde de 589) = Nitigēziaz ˂ PG *Nīþigaizjaz
20.- Wittimerus (bispo de Ourense em 572) ˂ PG *Witjmēraz.
21.- Anila (bispo de Tui em 572) ˂ PG *Anilan
22.- Remisol (bispo de Viseu em 572)
23.- Adoric (bispo de Idanha em 572) = Adurīkaz ˂ PG *Haþurīkaz
24.- Eborico (rei em 583-4) ˂ PG *Eburīkaz
25.- Siseguntia (reina, esposa de Miro) = Siseguntjā ˂ PG Sisegunþjō
26.- Audeca (rei em 584-5) ˂ PG *Audecō
27.- Malarico (proclamado rei no 585, em revolta contra os godos) ˂ *Malarīkaz (?)
28.- Pantardus (bispo de Braga no 589) ˂ PG *Bantharduz
29.- Neufila (bispo arriano de Tui no ano 589) = Neuwila ˂ PG *Newjilan
30.- Lupatus (bispo de Ourense em 589) = Leubatuz ˂ PG *Leubahaþuz
31.- Hildemirus (arcipreste de Ourense em 589) = Ildemēraz ˂ PG *Hildemēraz
32.- Commundus (bispo de Idanha em 589) = Cummunduz ˂ PG *Gumamunduz
33.- Ermaricus (bispo de Laniobre em 589) = Ermarīkaz ˂ *Ermenarīkaz
34.- Sunila (bispo arriano de Viseu em 589) = Sunnila ˂ PG *Sunjilan
35.- Becilla (bispo arriano de Lugo em 589) = Bēgila ˂ PG * Bēgilan
36.- Gardingus (bispo arriano de Tui em 589) ˂ PG *Gardingaz.
37.- Argiovitus (bispo arriano de Porto em 589) ˂ PG *Harjowītaz
38.- Ermengon (duas mulheres: umha suaba soterrada em Túnez no s. V ou VI, e outra falecida em Pontevedra no 624).
39.- Hunimundus (chefe suebo centro-europeu do século V) ˂ PG *Hūnimunduz
40.- Halaricus (chefe suebo centro-europeu do século V) ˂ PG *Alarīkaz.
41.- Gomedeus* (topónimo do século VI) ˂ PG *Gumiþewaz
42.- Rodomiro (topónimo do século VI) ˂ PG *Hrōþomēraz
C.- ALGUNS FENÓMENOS FONÉTICOS:
Preservaçom do ē protogermánico (baixo as formas latinas i ou e, presumivelmente longas), como na línguas gótica: Ariamirus, Theudomirus, Hildimirus, Wittemerus, Miro, Becila. Mais tamém na antroponímia dessas línguas temos tendência à evoluçom /e:/ (ou melhor /æ:/) ˃ /a:/:visigodo Gundemarus ˂ PG *Gunþemēraz, Gulduradi (pizarras) ˂ PG *Wulþurēd-vándalo Ingomaris (inscriçom em África) ˂ PG *Ingwmērjaz, Visimar (Jordanes) ˂ PG *Wesimērjaz.
Preservaçom de e protogermánico (em língua gótica evolue em i): Remisol, Remismundus, Rechila, Rechiarius, Rechimundus, Audeca, Villa Gomedei. Mais Hidacio tamém recolhe nomes godos como Remismundus, e a forma Reccaredo é máis frequente que Riccaredus.
O ō protogermánico, em fim de verba, apressenta-se como a (ā): Siseguntia, Audeca. Em outrasituaçom persiste como o: Rodomiro.
Tendência ao rotacismo de [z] ˃ [r]: Heremigarius. Mais tamém é conhecido um godo de nome Requira, fronte ao esperável Riquiza.
A iode tende a provocar a duplicaçom dumha consonante prévia: /Cj/ ˃ /C:j/: Rechila, Rechiarius, Rechimundus, Wittimerus, Neufila.
Tendência ao enxordecemento consonántico (próprio das línguas alemánicas, e relacionado coa segunda rotaçom consonántica germánica):6.1) /þ/ (e /d/) ˃ /t/: Nitigisius, Lupatus, Siseguntia (por *Nidigisius e *Lubadus e Sisegunþjō)
6.2) /b/ ˃ /p/: Pantardus, Lupatus (por *Bantardus e *Lubadus)
6.3) /g/ ˃ /k/: Commundus, Becila (por *Gommundus e *Begila).Os resultado toponímicos amossam nom ser estas falsas grafias devidas à leniçom romança.
Possível tendência à confusom de /d/ e /þ/, como nos dialectos alamánicos:i) /þ/ em posiçom forte soe dar ˂t˃: Theudemirus, Siseguntia (mais na antroponímia e toponímias galegas, tamém hai formas com d: Diomondi, Almigonde...)ii) /þ/ em posiçom débil pode dar ˂d˃ ou ˂t˃: Nitigisius, Lupatus; e Adoric, Gomedei, Rodomiro.iii) /d/ em posiçom forte soe dar ˂d˃: Hunimundus, Veremundus, Remismundus, Gardingus, Ildericus, Pantardus (mais na toponímia e antroponímia galega, tamém formas com t: Troitosende, Muntiám...)iv) /d/ em posiçom débil só parece dar ˂d˃: Audeca, Theudomirus (outras grafias medievais podem ser inversas, ou dever-se a outros fenómenos fonéticos em competência; nom acho na toponímia galega casos que poidesem por em evidencia suficiente o trato previo de /d/ germánico em posiçom débil como /t/; coa excepçom importante da toponímia germánica em -ide, se etimologicamente vinheram de formas em -idus ˃ -itus).
Ausência de metafonia (que em línguas nórdicas nom parece dar-se antes do 500, e em alto alemám nom antes do 800; a verba laverca sofreu metafonia se é correcto o étimo *laiwarikaz, proposto por Gerhard Köbler no seu GWB).
Tendência à reduçom de ditongos: /ai/ ˃ /æ:/ (Hermigārius; Rēckila, Rēchiarius e Rēchamundus se de *raikjan).
h inicial muda, como indica a sua ausência ou presencia nom etimológica: Rodomiro, Hermerico, Halamiro.
Perda do n final ˂ m: Audeca, Anila, Requila.
Morfologia:
Possível desinência masculina -az ˂as˃ do PIE -os: Maldras / Maldar.
Desinência feminina -jā ˂ PG -jō: Siseguntia.
Tendência à ausência de /n/ intervocálico em antropónimos: Hermerico (godo Airmanarico), Heremigarius.
Diminutivo masculino -ila (como em nomes godos, vándalos, anglos, nórdicos rúnicos….)
Expressado doutro jeito, os topónimos e antropónimos (de aspecto 'gótico') que amossam preservaçom de e longo protogermánico, ou desinências masculinas -ila e -a, nom só nom som compatíveis coa antroponímia sueva, senom que se presentam linguisticamente acordes coas suas formas maioritárias (Ariamiro, Theodemiro, Miro... Rechila, Anila, Maldara, Audeca...)
Non houbo intentos por parte de filólogos de tentar "reconstruir" a língua sueva dende a base do antigo alto alemán? semella que non sería una laboura imposible, tendo en conta os coñecementos do alto alemán a partires do século VII e destas características tan ben expostas por Cossue que poden facer retrotaer o "proto-alto-alemán" a un estadio evolutivo máis primitivo, pero sen chegar ó "proto-xermánico"
ResponderEliminarPor outra banda, gustaríame moito lêr nalgures que as novas xeracións de historiadores e lingüistas galegos poidan dar una explicación detallada, concisa, documentada e históricamente crîble da "latinización" da Galiza, xa que as explicacións aínda dadas hoxe parécenme moi xêralistas, simples e faltas de coherencia.
E por suposto, a miña noraboa pola páxina, é una ledicia lêr cada un dos artigos publicados cunha profesionalidade que non se pode achar a miudo en foros de internautas!!
Graças. Hoje matizaria algumha das minhas afirmaçons de arriba.
ResponderEliminarMhhh... Do meu ponto de vista atual, nom seria boa idea tentar reconstruir a língua sueva partindo do material onomástico galego-português, nem mesmo dos nossos germanismos (que em palavras de Coromines som mesmo originais; sobre engoumado escrevia: "me inclino más por una etimología germánica, fuente muy productiva en Galicia, y allí a menudo con carácter original"). Coido que a língua que trouxérom os suevos à Gallécia já era variada, por serem eles mesmos gentes de múltiplas origes. É máis, penso que a presunçom de serem gentes de fala germánica ocidental nom está provada, e em particular ademais a sua antroponímia amossa-se moi conservadora, por nom dizer diretamente oriental. Contodo, a antroponímia é viageira, e os nossos suevos bem pudéram ter adotado/adaptado nomes originados ou evoluídos em dialetos diversos.
Si seria boa idea, porém, confecionar um catalogo exaustivo de germanismos, começando por aqueles propostos no DCECH de Coromines, que penso amossaria a diversidade dialetal de partida (diversidade hoje atribuída a presença de suevos e visigodos, mais que já está presenta na antroponímia puramente sueva); e tamém a diversidade de adaptaçons, a dialética entre o incipiente romance galego e as variedades dialetais dos germanos. Por exemplo, entre os nossos germanismos temos zapa e zapom, que amossam já fenómenos seródios relacionados coa segunda rotaçom consonântica, no entanto os máis deles nom mostram essa tendência. Por certo, que algo similar da-se nos germanismos visigóticos: um germanismo como saio < sagione é em si máis próprio dumha lingua germánica ocidental que dumha oriental (no visigótico aguardaríamos *sagia, *sagiane, mais dada a sua distribuiçom, carece de fundamente atribuir essa verba a quaisquer outro povo).
Sumo-me aos desejos de ler umha boa teoria verbo da latinizaçom do nosso país, latinizaçom que penso se deveu completar ainda na tardo-antiguidade se nom máis tarde.
Estou d' acordo co tema da latinización que eu coido puido têr lugar á partires da chegada dos suevos, as liortas cristianizadoras (católicos, arrianos e priscilianistas presionando ô conxunto do pobo por adoptar unha relixión "correcta" na língua culta do momento en contraposición ca língua pagâ do rural) e ô sometemento do reino suevo â estructura estatal conquistadora por parte dunha nobreza gótica moi latinizada dende Toledo.
ResponderEliminarEn canto á reconstrucción da língua "sueva", penso que calquera reconstrucción é, ata certo punto, artificial, pero sempre moi util para determinar variedades dialectais e amosar dese modo un pouco máis de luz no escaso coñecemento das línguas mortas que non deixaron resto escrito algún. De ser certas as hipóteses sobre a orixe dos suevos galegos (Quados, Burios e Marcomannos), a súa localización inmediatamente anterior â migración sería "oriental", de xeito que as influencias por contacto cos dialectos góticos, burgundios ou vándalos terían sido abondosos e poderían explicar as características occidentais-orientais que parece ter a onomástica galega, máis aínda cando este pobos estaban daquela considerados entre os máis poderosos da Germania (cô prestixio que añadiría á caudillos de menor importancia adoptar nomes dos viciños de máis pulo...cántos Kevin, Iker ou Izan (Ethan?) non se escoitan hoxe entre os nenos galegos?.
Non son lingüista pero, entre as verbas do galego que me teñen maquinando na cabeza (eis a miña debilidade, a paleolingüistica) como de posible orixe xermánica se cadra estea "esmorga". Esta verba sorprendeume ô atopala en Suecia hai uns anos cando descobrín que ôs buffets chamábanlles smorgasborda (sendo borda, obviamente, a mesa, ou taboa, onde se presenta a comida). Por máis que tentei de descobrir a orixe da verba, non teño recursos onde procurar afondar...Quizáis poidas nun futuro adicarlle un tempo...
Bufff, desculpe a demora... Esquecim este comentário. Moi interessante esta a nossa verba, da que desconheço toda etimologia. Porém, semelha que a similitude co sueco é casual, se é que esta verba é um composto:
ResponderEliminar"Compound of smör (butter) + gås (goose); refers to small pieces of butter which floats to the surface of the milk as it is churned. These were spread on bread, and gave the name for the whole bread + butter (+ other toppings) combination." (Wiktionary: http://en.wiktionary.org/wiki/sm%C3%B6rg%C3%A5s)
A segunda parte, gås, é cognata do nosso _ganso_. Um saudo.
Moitas grazas pola etimoloxía da verba sueca; semella que a galega é unha casualidade, aínda que ten certa similitude semántica...Non ten que pedir desculpa ningunha, nin é obriga dar conta das suxerencias, ;-)
ResponderEliminarXa entrando en divagacións históricas, sigo pensando qu' a pegada sueva na Galiza é moito máis fonda do que sempre se deu en recoñecer; non atopo razóns pra explica-la popularidade d'antroponimia xermánica (tanto en cantidade coma en variedade) se, facendo caso â historia tradicional, os xermanos eran bárbaros que nunca foron aceptados polas xentes locais, vivindo â marxe do pobo sometido. Os cambios de fê constantes semellan non ser máis qu' acenos políticos pra contentaren ôs viciños godos namentres no país a xerarquía relixiosa parece máis preocupada polas pervivencias pagâs e priscilianistas que pola fê arriana ou católica da etnia dirixente, e o pobo semella querer parecer "xermano" pra medrar entr' os poderosos...Mágoa non têr habido unha xeración de cregos d'aquela que recolleran as crênzas, lêndas e tradicións orais suevas e galaicas como farían na Irlanda, Gales ou Escandinavia...
E aínda habería que trata-lo tema da influencia escandinava, máis serodia pero dilatada no tempo (hai tempo lîn, non lembro qué libro, que o topónimo Sergude facía mención a un posesor nórdico de nome Sigurd, latinizado en "Villa Sigurdis") pero o certo é que os normandos frecuentaron Galiza non sô coma piratas, senón tamén coma viaxeiros, comerciantes e mercenarios)
Un saúdo!
Este comentario foi eliminado polo autor.
ResponderEliminarOla,
ResponderEliminarrespecto do debate da pertenza da lingua suévica ás linguas xermánicas orientais ou occidentais... non sería máis ben do grupo intermedio das linguas do val do Elba ou dos chamados pobos Irminones? parece que son o tronco de linguas xermánicas das que procede o alto alemán antigo, e a súa distribución coincide cos movementos dos suevos históricos por Europa Central. Pola sua ubicación -e o "cacao" de pobos que alí tivo que darse na altura do século IV, pensemos máis ben en bandas (bandóns) de xentes de distintas tribus xermánicas movéndose dun lado a outro e mesturándose entre elas- ben poderían ter recibido influencias das linguas orientais (sobre todo) e, en menor medida, das occidentais (en concreto as franconicas) , cando a finais do século IV ascenderon pola val do Rhin antes de pasaren á Galia.
Aquí tedes información sobre unha clasificación máis complexa das linguas xermánicas: http://en.wikipedia.org/wiki/Irminones
Por certo, achei este dicionario de Gótico-Inglés que pode resultar moi útil para buscar etimoloxías: http://www.oe.eclipse.co.uk/nom/letters.htm
saúde
Carr
Coido que a etimoloxía de brétema proposta por García de Diego coma un semicultismo a partir do latín marītima é mellor que o xermanismo proposto por Coromines, o significado do cual é 'respiración' (inglés breath) máis que 'vapor'.
ResponderEliminarOla, Octavià,
Eliminaro problema con marītima é que o i longo tónico debese dar un i tónico, e o que temos máis xeralmente é un e aberto: http://ilg.usc.es/Tesouro/gl/search#search=normal&mode=lema&q=br%C3%A9tema. Lembremos tamén que brétema é un vocábulo plenamente popular, mesmo ausente do acervo do portugués, polo que non penso que poda ser un semicultismo como se di para praia < PLAGIA (esta verba na Galiza é máis ben un empréstito que substitúe ao autóctono areal/area).
En consecuencia, por motivos fonéticos, prefiro a proposta de Coromines, con evolución semántica 'alento' > 'bafo' > 'vapor' (até aquí xa experimentada en linguas xermánicas) > 'néboa'.
Un saúdo.