Algumhas Nobreças
Brigantia ou Brigantium, o antigo nome da cidade da Crunha e do seu território (' in ualle de Faro Bregancio, uilla de Orria et ecclesia sancte Eolalie iuxta Faro', Tombo de Sobrado 971), é verba inquestionavelmente céltica. Procede, se nom me trabuco, dum étimo *Bhrgh-nt-yon ou *Bhrgh-nt-yā que na sua evoluçom amossam todo um feixe de características próprias e as vezes exclusivas das línguas celtas, sendo as máis salientáveis :
i) perda da distinçom entre consonantes oclusivas sonoras e aspiradas: /bh/ e /gh/ confundem-se com /b/ e /g/, como nas línguas germánicas, e fronte ao caso das línguas itálicas, nas que se mantém esta diferença: IE *bhrāter ˃ latim frater, galês brodyr, alemám Bruder; e
ii) a sonante breve /r/ quando é núcleo silábico desenvolve umha vocal de apoio i, posterior, característica exclusiva celta. Assi, de *bhrgh- temos celta comúm brig-, mais germánico burg, e latim fortis 'forte' ˂ forctus (*bhrgh-tos).
Este tema *bhrgh- 'alto, elevado' (IEW: 140-141) vem modificado por um sufixo verbal típico dos particípios activos de presente, de jeito que podemos traduzir Brigantia, e penso que mui literal e correctamente, como 'Releváncia' ou 'Eminência', e nom apenas num senso físico: o nome étnico dos Brigantes (em Gram Bretanha) e dos Burgúndios som evoluçons divergentes, céltica e germánica, dum mesmo étimo *bhrgh-nt- 'relevante, eminente' = 'nobre', e dai 'Os Nobres'.
~o~o~o~
Hai e houvo outras povoaçons de nome Brigantia na Europa, como a austríaca Bregenz, que foi Brigantia em época Romana, e dera o seu nome ao lago Brigantia, hoje lago de Constança; e idêntico orige devem ter Breganze (Véneto, Itália), Berganzo (Álava, Pais Basco), Briançon (nos Alpes franceses), todos estes topónimos acham-se em territórios historicamente célticos. E máis perto de nos temos a Bragança portuguesa, de idêntica orige:
'concedimus vobis ad imperandum ecclesias quae sunt in Bregantia pro illo rivulo quod dicitur Tuella' (CODOLGA: Astorga 954)
Do étimo brigant- deriva o topónimo moderno Bergantinhos, comarca do noroeste galego que inclúe de velho os territórios hoje compreendidos polos concelhos de Carvalho, Laracha, Coristanco, Cabana de Bergantinhos, Malpica, Ponte Cesso e parte de Arteijo. O nome Bergantinhos é um acusativo plural, cujo significado podese ser 'Os de Brigantia' se latino em orige, ou melhor 'Os Príncipes, os Reis' se autóctone. Em todo caso, procedente dum étimo *Brigantīnos, palavra e étimo da que derivam o galês brenin e córnico brentyn, bryntyn 'rei' (IEW: 140-1).
'alias villas prenominatas, id est: in Bregantinos uillam Uillanium, Ualdani, Teudiscli, Inuolati et aliam Proami' (TA 924)
Os sufixo -īn- e -on- produzem, ao menos nas línguas indo-europeas ocidentais, substantivos “majestáticos”. Assi temos de DOMUS 'casa' o latino DOMINUS 'Dono, Senhor da Casa' ˂ *domonos (IEW: 198-199), no entanto o antigo nórdico drōttinn 'Príncipe, Chefe' (IEW: 252-255) provém de *druhtīnaz 'O Senhor das Tropas' que deriva de *druht- 'tropa'; o gótico kindins 'Gobernador Provincial' (IEW: 373-375) é derivado de *gent- 'gente, descendentes', e o antigo saxom thiodan `Rei' (IEW: 1080-1085) vem de *þeudanaz é o 'Senhor da Tribu' (de *þeud- 'povo, pais', sendo cognato do céltico Toutonos).
De DOMINUS temos a nossa verba dom, dono, e um bo número de topónimos que incluem o título junto cum antropónimo:
- Dom Juliám / Don Xulián (22 hab.- Corgo, Lugo) ˂ *Domini Iuliani
- Sam Cristovo de Dom Alvai / Donalbai (freguesia com 192 hab.- Begonte, Lugo) ˂ *Domini Albani
- Dom Cide / Doncide (7 hab.- Pol, Lugo) ˂ *Domini *Citi
- Donepedre / Donepedre (19 hab.- Culheredo, Crunha) ˂ *Domini *Petri
- Don Freám / Donfreán (58 hab.- Lalim, Ponte Vedra) ˂ *Domini Frawjani
- Santa Maria de Don Ramiro / Donramiro (freguesia com 947 hab.- Lalim, Ponte Vedra) ˂ *Domini Ranmiro
- Santa Baia de Dom Siom / Donsión (247 hab.- Lalim, Ponte Vedra) ˂ *Domini *Siloni
- Dom Tide / Dontide (12 hab.- Oinço, Lugo) ˂ *Domini Titi
- Cas Dom Cende / Casdoncende (8 hab.- Pantom, Lugo) ˂ *casam *Domini *Kindi
- Dona Elvira (26 hab.- Vilar de Avós, Ourense) ˂ *Dominam Gailwera
- Ponte Nafonso / A Ponte Nafonso (314 hab.- Noia e Outes, Crunha) ˂ Ponte de Don Afonso
- Domirom / Domirón (906 hab.- Narom, Crunha) ˂ 'uilla nomine Domini Mironi' (CODOLGA: Júvia 1086)
Um certo mal fado deu em castelanizar A Ponte Don Afonso ˃ Ponte (do)n'Afonso ˃ Ponte Nafonso como Puente Don Alonso. Dom Afonso há-se estar a remejer na tumba.
~o~o~o~
O latino DOMĪNUS tamém se presenta na nossa toponímia por médio da forma com valor adjectivo dongo, dónego e similar, 'do Senhor', de domnego 'inter pomar de Pepi et de alia parte terra domniga' (CODOLGA: Ourense 942) ˂ domnico 'et iacet ipso pumare iuxta pumar domnico' (Celanova 942) ˂ DOMINICUM.
- Dongo (12 hab.- Travada, Lugo)
- Santiago de Vila Donga / Viladonga (119 hab.- Castro de Rei, Lugo)
- Vilar Dongo / Vilardongo (26 hab.- Fonsagrada, Lugo)
- Quinta Dóniga / Quintadóniga (19 hab.- Curtis, Crunha)
- Sam Lourenço de Sas Dónigas / Sasdónigas (115 hab.- Mondonhedo, Lugo)
- Sofám Dónigo / Sofandónigo (50 hab.- Carvalho, Crunha). É lugar da freguesia de Sofám.
- Vila Dóniga / Viladóniga (18 hab.- Cerdido, Crunha)
- Vila Dóniga / Viladóniga (360 hab.- Ferrol, Crunha)
- Vila Dóniga / Viladóniga (20 hab.- Ourol, Lugo)
- Vila Dónega / Viladónega (7 hab.- Castro Verde, Lugo)
- Vila Dónega / Viladónega (47 hab.- Guitiriz, Lugo)
- Dónego (16 hab.- Porto Marim, Lugo)
- Vila Dónega / Viladónega (34 hab.- Boimorto, Crunha)
- Vila Dónega / Viladónega (18 hab.- Lugo, Lugo)
- Vila Dónega / Viladónega (9 hab.- Vilalva, Lugo)
~o~o~o~
Voltando atrás, por que digo que o significado de Bergantinhos é 'Os reis', e nom 'os de Brigantia'? Bem, primeiro porque os territórios da Crunha nunca estivérom incluídos em Bergantinhos, senom no Território ou Condado de Faro; e segundo, outras comarcas galegas tém ou tivérom um nome, que sendo herdado de antigos grupos tribais, porta similar significado 'Os Reis', 'Os Príncipes', 'Os Senhores', 'Os Heróis', etc...
- Assi, Nendos ˂ Nemitos, o antigo nome da comarca entre os rios Mero e Mandeo, corresponde-se co antigo irlandês nemed 'santuário', mais tamém 'nobre, persoa com privilégios' (IEW: 763-4). Dela temos temperá documentaçom, a título de exemplo: 'uendimus uobis supradictis ipsa omnia supranominata in uilla que dicitur Carrio in territorio Nemitos' (sobrado 842) ou 'in Nemitos, Generozo, Uiuenti, Caliobre, Uendabre, Pontelia, Teoderici, Heletes cognomento Limenioni, Crendes, uillare Porcimilio' (Sobrado 887)
- Os Neri 'Os Heróis', célticos que habitavam pola costa da morte (Mela, CHOROGRAPHIA, III, 7; Plinio, NH, IV, 111), derivam o seu nome do indo-europeu *ner- 'força vital, home' (IEW: 765), de onde galês ner 'herói'.
- Cabarcos, nome antigo de Barreiros, e com documentaçom já desde Plinio (NH, IV, 111) e a epigrafia latina (FLAUS AULEDI F CABARCUS C BERISO, CIL-02 05739) e medieval ('sancti Julliani de Giliari, sancti Justi de Cabarcos, sancti Andreae de Masma', CODOLGA: Mondonhedo 935) deriva penso do céltico *cawaros 'Os Gigantes', com betacismo, de jeito que *Cawar-ic-os deve ser 'Os dos Gigantes' (cf. galês cawr córnico caur 'Gigante' ˂ *cawar-, IEW: 592-4). Com respeito à perda do /i/ átono postónico nesse contexto, da-se tamém no étnico CELTICOS POSTAMARCOS, por -TAMARICOS. É um rasgo da língua indígena pré-romana herdada na evoluçom do galego: corgo ˂ córrego, mais escorregar.
- Os Albiones (Plinio, NH, IV, 111) som 'Os Senhores do Mundo', sendo um derivado em *-on- do céltico *albyo 'mundo' (galês elfydd 'mundo', antropónimo galo Albiorix, IEW: 30-1). Conhecemos o nome dum dos seus príncipes: NICER CLUTOSI C CARIACA PRINCIPIS ALBIONUM AN LXXV HIC S EST (AE 1946, 00121).
- E Entins, medieval Gentines, remete-nos com claridade á verba gótica kindins 'Gobernador Provincial' (IEW: 373-375), derivado de *gent- 'gente, descendentes'.
Nada mais natural que os Brigantinos sejam 'Os Reis' (galês brenin e córnico brentyn, bryntyn 'rei' (IEW: 140-1).
~o~o~o~
Falei antes de Nendos e a súa evoluçom, *Nemetos ˃ Nemitos ˃ Nemidos ˃ Nendos. A evoluçom -éto- ˃ -ído- é a mesma que une a verba ambimogidus ao seu étimo. Mais que é esta palavra? Em Braga existe umha afamada fonte chamada do Ídolo, datada no segundo século da nossa era. Nela, e entre outras, podemos ler a seguinte inscriçom:
[CE]LICUS. FRONTO
ARCOBRIGENSIS
AMBIMOGIDUS
FECIT
Nesta inscriçom um tal Celicus Fronto, que se identifica como Arcobriguense ou natural de Arcobriga, adica o monumento a umha divindade chamada, em dativo, Tongonabiagoi. Mais este Celicus parece dizer ser ambimogidus, e junto a esta verba representa-se a figura dumha pessoa com toga e cornucópia (vide Prósper 2002: 155). Qual é a etimologia da palavra ambimogidus? De princípio reconhece-se a preposiçom indo-europea *mbhi- 'arredor, por ambos lados' (cf. IEW: 34-35), que achamos, por vezes cum certo valor intensivo, em antropónimos compostos célticos como AMBIDRABUS, AMBIORIX, ou AMBITOUTUS, mais tamém em toponímia e no léxico vulgar das línguas célticas. Por outra banda, o segundo elemento acha o seu contexto na antroponímia celta do continente com antropónimos como MOGETO, MOGETIUS, MOGETIMARUS e MOGITUMA, e máis com epítetos teonímicos como MARTI MOGETIO (Bourges, Francia, CIL 13, 1193), ou topónimos como a fortaleça gala de Admagetobriga (César, BG, I, 31). Tamém forma parte do nome galo dumha certa pranta: 'Gallis iourbarum - Limonium - Aliquibus potamogiton appellatur, aliis lonchitis, alii rapionium, Romani uiartum niger' (Pseudo-Dioscoride, Sur la matière médicale, IV; cf. L'arbre celtique). Som derivados dum tema PIE *meĝ(h)- 'grande' co mesmo sufixo que deriva nemet 'noble' de PIE *nem- 'distribuir', e mesmo tema do que se derivam palavras como o nosso máis, o antigo irlandês mochtae 'grande' ou māl 'nobre' (IEW: 708-709). Consequentemente ambimogidus ˂ *ambimogetos é provavelmente um composto co significado de 'O poderoso arredor' ou 'O moi poderoso' (cf. Ambiorix = 'O Grande Rei'?). Estou certo, e podo me equivocar, que Celico era um magistrado, possivelmente um príncipe dos arcobriguenses; e o nome autóctone da sua magistratura era ambimogidus.
~o~o~o~
Voltemos ao sufixo -īn-, que é o mesmo que achamos no nome germánico galego Tructinus ˂ PG *Druhtīnaz 'Senhor da Tropa', de onde nórdico antigo drōttinn 'Príncipe, Senhor', antigo inglês dryhten, antigo alto alemám truhtīn 'Senhor', e galego:
'Argimirus notarius filius Didaci testis. Tructinus filius Puricelli testis. Ausonius filius Atanagildi testis.' (CODOLGA: Mondonhedo 877)
A este nome devemos um par de topónimos, Truitim / Truitín (20 hab.- Dumbria, Crunha) e Troitim / Troitín (0 hab.- Manhom, Crunha), e algum máis extinto. Sigamos com Troitinho, a forma galega correspondente; na baixa idade média aparece como sobrenome, que chega a hoje como apelido. Este apelido relembra a Fandinho, outro nome germánico cujo literal significado deve ser 'Senhor da infantaria' (PG *fandjōn 'infante, soldado de a pé', IEW: 808-9) Semanticamente é um sinónimo, cumha morfologia de todo similar; e nom surpreende que Fandinho fosse tamém mote e apelido na baixa idade média ('et disso que pedia a Johan Fandino et a Johan Gago, hommes de Nuno Peres Coruello, alcalde', TMILG: Viveiro 1395) Outro apelido com orige num alcume é Patinho ('Iohannes ts. Martinus ts. Fernandus Patinus conf.', TTO 1177) que nom podo evitar por em relaçom co antropónimo germánico Patto (ADN: 225-226), derivado do proto-germánico *badwō 'loita'.
~o~o~o~
Outro nome germánico com similar significado é Theodanus ˂ PG *Þeudanaz ˂ IE *Teutonos 'Senhor da Gente' (IEW: 1090-5), formado do tema *teutā- 'gente, naçom, país' mediante o sufixo -on-, que deriva, como -īn-, substantivos majestáticos (de feito, Pokorny reconstrue o étimo de Dominus como *Domonos). Como apelativo temos a palavra germánica *þeudanaz: gótico þiudans antigo islandês þjōðann antigo inglês þeoden antigo saxom thiodan 'rei'. Como antropónimo temos, por exemplo, o galego 'Tellus diaconus Teodani cf. [sig.]. Nunnus diaconus Silone cf. [sig.], Osorius Romarici cf. [sig.]' (Sobrado 955)
Uns e outros acham o seu reflexo no antropónimo céltico autóctone Toutonus ou Toutonius, que tem deixado toponímia associada; note-se a nom sonorizaçom de /t/ em contacto coa wau (cf. latim PAUCUM ˃ gal. pouco):
- Sam Maté de Toutón (freguesia com 384 hab.- Mondariz, Ponte Vedra)
Repare-se tamém na divinidade galaica CROUGIAI TOUDADIGOE, onde Toudadigoe parece ser o adjectivo Toutatico expressado em dativo, palavra que parece ser um derivado do teónimo pancéltico Toutatis, geralmente interpretado como ˂ *Teuto-tatis 'Padre do Povo' (IEW: 1080-1085).
~o~o~o~
Pola sua banda, Toutonius tem um paralelo no nome, tamém céltico, Cantonius:
'Dabid abbas ubi presens fuit. Cantonius pbr. ts. Andeatus pbr. ts. Eterius pbr. ts. Vincetius pbr.' (CODOLGA: Lugo 816)
'Dolzidio . Ligu. Uimara . Olidi . Kantoniu . Argismendu. Sallamiru . Gondisalbu . Zanon' (CODOLGA: Ourense 938)
acompanhado polos seguintes topónimos, procedentes do genitivo *Cantonii, e únicos na península:
- Cantom / Cantón (118 hab.- Outeiro de Rei, Lugo)
- Cantom / Cantón (7 hab.- Sober, Lugo)
Derivado do tema Kant-, do que temos verbas célticas como galés cant 'cem; tropa, horda' irlandês médio céte (kantyā) 'asamblea' (IEW: 526-7). Achamo-lo como ARCO CANTONI F(ILIUS) numha inscriçom de Alcántara (Cáceres, HEp-03 113), KANTONIA em Barajas (Madrid, CIL-02 280), CANTONIO em Freistritz (Austria, CIL-03 4838).
Magnífico artigo, e cheo de sabência, como de costume. Nunca se me ocorrera pensar em BERGANTINHOS como um etnónimo de origem directamente prelatina. De todos os jeitos, a opçom de estarmos perante um gentílico de BRIGANTIA tampouco me parece descartável, pois há autores (tenho-lho escuitado a Bascuas, por exemplo) que falam dum antigo território muito máis amplo do que hoje, que chegaria quiçá até a comarca de Betanços e do qual A Crunha se esgalharia em época alto-medieval para nuclear um novo commisso, o de Faro.
ResponderEliminarPor certo, num outro post teu explicavas NEMANCOS como umha formaçom etnonímica ou gentílica, com um significado similar ao que aqui postulas para NENDOS. Poderias aprofundar algo máis nesse tema? É-me de especial interesse.
Por certo, deixo-che ligaçom a um projecto que talvez nom conheces, mais que quiçá che seja de utilidade nas tuas pescudas: http://ilg.usc.es/itgm/.
Saúdos!
Un saludo, cossue.
ResponderEliminarEs un placer, ya lo sabes, leer tus artículos. Muchas veces quisiera entrar con preguntas a dudas que se me presentan pero me doy cuenta que esto de los blogs no son los lugares propios para ello, no obstante voy a abusar de tú generosidad y no dejo escapar la ocasión a algo que sí me interesa. Voy con ello y disculpa si me extiendo.
Que Brigantium se corresponde a nuestra Coruña actual creo que hoy ya nadie lo cuestiona.
Mencionas a los Brigantes y Burgundios y dices que son evoluciones divergentes, céltica y germánica de un mismo *bhrgh-nt. Con esto último mis dudas.
Es bien sabido que los acabados en –gondo tienen origen germánico, pero tengo mis reservas de que no se cumpla al 100 %. Te explico.
El Itinerario de Antonino (ed. Parthey et Pinder, 1848), menciona en una de las vías galáicas una mansión con nombre: TRIGUNDO (Trigundo en la mayor parte de los manuscritos; Trigondo en los manuscritos JLN y como Erigondo solamente lo hace en el manuscrito Q. En todo caso y para lo que nos interesa, siempre terminación hipotética germánica en gondo). Entiendo que, al menos este caso, este Trigundo o Trigondo no debería ser de origen germánico y sí, como mínimo, latino, por ser nombre previo a esos pueblos del Norte.
El caso de Burgundios, que es a donde quiero ir, pienso que es otro caso similar al de la mansión romana Trigu(o)ndo.
Bergondo, en la Ría de Betanzos, linda con Betanzos y es citada por primera vez en el medievo (año: 1199) con el nombre de “Burgundium” igual a esos otros Burgundios, que estudias,de una Burgundia hoy Borgoña en Francia que se corresponden con unos galos o celtas como también lo son todas esa Brigantias que antes has mencionado.
Mi pregunta es la siguiente. Este Burgundium no puede ser otro caso como el de Trigundo y derive de otro anterior Brigantium con ese, como tú dices, de un *bhrgh-nt y una terminación muy conocidas de *tium romanceado en *do, resultando ese Bergondo esperado?.
Te agradezco me dieras tu opinión.
Un cordial saludo.
Abo.
Pouco mais que dizer.. e-x-c-e-l-e-n-t-e. A serio, o teu trabalho Cossue é do melhor que tenho visto em anos...umha catedra ja che era pouco. Acho que poucos linguistas galegos tenhan contribuido tam sabiamente a escrareçer as raigames mais profundas da nossa toponimia. Por certo, levo anos com umha dúvida respeito a um toponimo que tem um paralelo em centroeuropa, é o caso de "Tires/Tiris", em concreto "Val de Tires" no concelho de Valdovinho no norte de Galiza, polo que sei existe um "Val di Tires" nos Alpes, pode ser que "Tires" faiga referença a umha elevaçom?, algo assim coma um curuto ou pico?. Umha aperta, e moito ánimo, esa catedra para Cossue!!
ResponderEliminarOlá, como já vem sendo acostumado escomeço por escusar-me pola demora.
ResponderEliminarUlmo, um saúdo. É bem certo que a primeira idea à hora de interpretar a orige e significado de Bergantinhos passa por o ligar com Brigantia; nada mais natural que entender o topónimo como um gentilício latino. Mais este seria um caso atípico no norte da Galiza, onde o máis frequente é que os territórios recebam o seu nome dum nome étnico autóctone, ou dum rio ou val. Por outra banda, e como indicas, as nossas fontes nom ligam Faro com Bergantinhos, mais com Nendos: penso na moi difusa fronteira medieval entre ambos territórios, com 'villas' e lugares que som situados num ou noutro território; penso tamém na diocese de Prutencos mencionada no Paroquial suevo, entre Bergantinhos e Pruços, e que pudera agrupar as devanditas comarcas de Faro e Nendos; e penso na referência da Notitia Dignitatum, que localizava a Cohorte I Celtiberorum -que savemos estava em Ciadelha, Sobrado- em Brigantia. É dizer, penso que o antigo território da civitas Brigantia si avançava cara ao sudeste e compreendia Curtis chegando a Sobrado. É provável que tamém cara ao oeste; incluso é possível que o desmembramento dum território mais amplo de-se como resultado um certo deslocamento do topónimo, de modo similar ao feito polo que hoje nos chamamos galegos no entanto os portugueses do norte, onde se origina o étnico, nom. Mais com todo, nom hai -ou nom tenho- umha prova irrefutável a prol de 'Bergantinhos = os relevantes' (nome étnico céltico), ou à contra de 'Bergantinhos = os de Brigantia' (nome étnico latino baseado num topónimo céltico). Prefiro a primeira teoria por económica, já que nom exige umha relaçom histórica causal entre o território Bergantinhos e a cidade de Brigantia. Graças pola ligaçom, conheço o projecto desde nom hai um mês, e parece-me incrível! De Nemancos, nom podo engadir moito máis: suspeito que é um derivado *Nemanicos da raiz indo-europea *nem- 'contar, tomar, ordenar' ou *nem- 'dobrar', responsáveis último dos célticos nemet- 'santuário', e 'nobre'. Pokorny estuda ambas raízes nas p. 763-764 (cf. http://dnghu.org/indoeuropean.html) Mais tamém poderíamos ter um composto tautológico *Nem-o-ancos > Nemancos 'Dobrar-Montes' (cf. montes Ancares e monte Neme), aparentemente razoável. Um saúdo.
Abo, que alegría!!! Bueno, para no perder nuestras buenas costumbres empiezo por darte la razón :-) No conozco ningún nombre germánico que pueda explicar Avegondo, Mavegondo, Cullergondo o Beigondo. Sólo los Bergondo, en Noia y cerca de Coruña, podrían ser explicados vía el antropónimo y étnico germánico Burgundio (la Borgoña francesa deriva su nombre de unos germanos orientales allí asentados en el siglo V), pero sorprende que un nombre desconocido en Galicia en toda la Edad Media deje dos topónimos originado en un acusativo. Los otros podrían haberse originado por antropónimos masculinos expresados también como acusativos, pero basta echar un vistazo en el Förstemann para cerciorarse de que el elemento germánico -gunth- 'batalla' apenas se das sólo, como segundo elemento, en nombres femeninos, dándose también en unos pocos nombres masculinos francos desde el siglo VII. En Galicia, si no miento, es frecuentísimo como primer elemento, frecuente como segundo elemento de nombres femeninos, y desconocido como segundo formante de nombres masculinos... Avegondo, Beigondo, Mavegondo, Cullergondo no son en mi opinión topónimos basados en antropónimos germánicos, sino topónimos probablemente prelatinos, y sin relación alguna con Brigantia o con el tema bhergh- 'elevación', en ninguno de sus grados.
E graças polos ánimos :-) Mais como aficionado e entusiasta corresponde-me cadeira, nom cátedra, que padres tiene la iglesia...
Um saúdo a todos, e, outra vez, desculpade-me pola demora.
Cossue, muchas gracias por contestar, trataré de ahondar un poco más respecto a este topónimo.
ResponderEliminarEs que se me hace raro que teniendo esos cinco topónimos "aparentemente" un mismo origen prelatino y geográficamente los cinco (Abegondo, Mabegondo, Cullergondo, Beigondo y Bergondo) eliminemos a Bergondo por aquello de los Burgundios germánicos al ser conocido éste, Bergondo, en la BEM como Burgundium, no sé.
¿Y si nuestro Burgundium comenzase su romanceado con un *Burguntium y quedase en eso: Burgundium por proximidad fonética con el que dejó nombre a la hoy Borgoña y, también, lo de t>d ?.
Recuerdo que Onnega en cierta ocasión me dijo que Bergondo podría tener origen en un Brigantium. Bregentz no anda desencaminado.
Mira lo que dice Henri Hubert en "Los celtas desde la época de La Tène" págs. 89/90.
"Otra prueba de la intimidad entre los celtas y los germanos en esta época, se halla suministrada por los nombres de pueblos germánicos que son de forma céltica o parecen ser de nombres célticos germanizados....., Los burgundiones se corresponden con los brigantes". Aunque supongo esto nada dice, no sé.
Bueno, Cossue, seguiremos "loitando", desde luego Flavium Brigantium por Betanzos y nada de Coruña, a mi entender.
Un saludo y yo también me alegro un montón el parolar de nuevo contigo.
Un abrazo y Feliz Año Nuevo.
Hola, Abo.
ResponderEliminarNo elimino Bergondo de la anterior lista, sino que me muestro cauto, en vista de la información diacrónica de la que disponemos. Es decir, Bergondo podría mostrar el mismo segundo elemento que Avegondo, Cullergondo... pero también podría ser un (en la península ibérica infrecuente) antropónimo germánico, Burgundio, expresado como acusativo. Yo voto por la primera opción, pero mis querencias nada significan para el topónimo :-)
La forma *Burguntium en Galicia sería una extrañeza, y me explico. Tanto el celta Brigant- como el germánico Burgund- proceden de una misma forma indoeuropea Bhrgh-nt-, con evolución muy clara:
1)*bh, *dh, *gh, las oclusivas aspiradas que más frecuentemente se postulan para el (proto)indoeuropeo dan tanto en lenguas celtas como germánicas: /b/, /d/, /g/. Mientras, en latín pueden dar f, o perderse.
2)Las sonantes r o n cuando forman el núcleo de la sílaba en indoeuropeo (cuando la sílaba carece de una vocal), generan en las lenguas hijas una vocal de apoyo antepuesta o pospuesta. En particular, *n da /an/ en léguas célticas pero /un/ en germánicas; y *r da /ri/ en célticas y /ur/ en germánicas.
3)Finalmente, en las lenguas germánicas se da una mutación (rotación consonántica interferida por una temprana lenición de oclusivas), que resulta en que los sufijos indoeuropeos que contienen el grupo /nt/ dan el lenguas germánicas /nd/.
El resultado de lo anterior es que de un muy antiguo *bgrgh-nt- 'relevante', obtenemos una herencia celta *Brigant- y una herencia germana *Burgund-, con evolución separada por muchos kilómetros y muchos cientos o miles de años (y supongo que es a esta herencia común a la que se refiere Henri Hubert). **Burgunt- seria una especie de híbrido insospechado en Galicia. Pero no habría problema en analizar Bergondo como Ber-/Bor- + gond-, con interpretación de los escribas como 'Burgundio'.
Con respecto a la situación de Flavium Brigantium, no me meto, pero reitero que no hay evolución posible de Brigantium a Betanzos (cuyo antiguo nombre creo que era castro de Untia): en nuestra área geográfica debiésemos tener y tenemos *Berganzo / *Breganzo / Braganza / *Barganza. Por otra parte, creo que es también incuestionable que el medieval Faro Bergancio se refería a lo que hoy llamamos Torre de Hercules, como es incuestionable que la Notitia sitúa la CIC en Brigantium... Flavium Brigantium estaría en algún punto entre A Coruña y Sobrado, pero no se dónde.
Un abrazo y feliz año nuevo par ti también :-)
I want not approve on it. I think precise post. Specially the appellation attracted me to read the unscathed story.
ResponderEliminarGood fill someone in on and this enter helped me alot in my college assignement. Thank you for your information.
ResponderEliminarI'm glad for helping. You're welcome, friend.
ResponderEliminarOla Cossue. Parabéns polo teu blogue, que é o mellor que coñezo en cuestións de toponimia galega.. pregúntome de ónde sacas o tempo para documentar tan exaustivamente os teus artigos... ;)Pero ó respecto de Brigantia quería preguntarche: qué opinas da tese do orixe latino do topónimo? lin nalgunha parte que os romanos chamaron Brigantia e Bergantiños á zona onde estaba o porto que usaban como base na conquista de Britannia; onde destacaba a tribo dos Brigantes.. esta hipótese sostén que o topónimo Brigantia e o nome da comarca Bergantiñá procederían do "Pharum Brigantium", porta de entrada do topónimo ó noroeste.
ResponderEliminarCreo que o meu post anterior queda un pouco confuso: onde digo que destacaba a tribo dos Brigantes refírome a illa de Gran Bretaña.
ResponderEliminarGraciñas ;)
Ola, meu. Grazas polos parabéns :-) Tempo... Ultimamente, pouco, lol... Dou-lle algo á 'cabesa', escrebo algunhas cousas na Wiki, con outro nick... mais teño os meus blogues un pouco deixados. Seica estou de vacacións de min mesmo... Con respecto a Brigantia e Bergantiños, son para min cousas distintas, e distintas tamén dos Brigantes británicos:
ResponderEliminar1º. Brigantia non é só topónimo galego, mais é tamén a forma da que deriva a actual Bragança, en Portugal, e mais algún outro lugar, como Briançon < Brigantium, na Franza.
2º. Os Brigantes comparten o mesmo tema, exclusivamente céltico, no seu etnónimo: *brigant- “elevado, relevante” (afín ao xermánico Burgund-). Honestamente, non atopo outra motivación para ligar estas Brigantias cos Brigantes británicos, que a propia orixe común de ambas verbas, dentro do conxunto das linguas celtas faladas na Europa do seu tempo. Por suposto, é ben certo que Orosio escribiu aquelo de que o faro de Brigantium era unha obra memorábel que servía para marcar, alumear ou observar o camiño as illas (“altissimam farum et inter pauca memorandi operis ad speculam Britanniae erigit”).
3º. Por último, aínda que Bergantiños pode ser ben interpretado como a forma latina “os de Brigantium”, penso que é máis económico non presumir unha relación causal coa dita civitas, senón asumir que *brigantîn- é simplemente a mesma verba que o galés brenin, ou o que córnico brentyn, 'rei', palabras para as que se reconstrúe a mesma forma. Dese xeito, Bergantiños *“Os Príncipes”, como Albiones *“Os señores do Mundo”, Nerios *“Os heroes”, ou Entíns < Gentines *“Os xefes”, seria un nome de exaltación do grupo.
Ben, é a miña opinión, penso que documentada. Pero xente máis sabia haberá que teña outra (e se equivoque, lol ;-)
Ola Cossue, grazas pola resposta... pois se estás de vacacións de ti mesmo non te esquezas de voltar, que agardamos con ansia novos posts neste blogue! eu sigoche dende os tempos da celtiberia (a dixital, quero dicir ;)) creo que incluso tiñamos "falado" nalgunha ocasión (o meu nick era Carr, era deses que soiamos facer cábalas máis ou menos peregrinas sobre temas que coñeciamos pouco ou nada:)
ResponderEliminarBueno, sobre o tema de Brigantia, qué dicir, a túa lóxica paréceme impecable, coma sempre, pola lei da navalla de Ockham: a verdade é que non fai falla meter nisto as Illas Británicas, o topónimo Brigantia acharía explicación no mesmo ámbito da Gallaecia seguindo o modelo de Bragança... pola mesma razón non é necesario "empaquetarlles" ós Brigantinos a paternidade dos Bergantiñáns, pois para explicar a orixe deste etnónimo bastaría mirar ó seu entorno (Nendos, etc)..
Non lembro onde lera o da relación entre os Brigantes Britanos e a nosa Brigantia, pero doume conta que a lóxica era máis feble... canto se tería avanzado no estudo da historia antiga se se tivera desbrozada coa navalla de Ockham de tantas hipoteses insustanciais!
bueno,parabéns outra vez, e non te esquezas de nós! :)
saúdos
Sobre os topónimos acabados em -gondo, Higino Martins Esteves fai-nos derivar dum céltico *-goniton, significando "batalha" ou "matança".
ResponderEliminarQue opinades disto?
Moi bo texto, coma de costume. Naceume unha dúbida: falas de que Troitiño, Fandiño e Patiño son apelidos derivados de alcumes. E relacionas os tres con figuras militares. Mais non atopo en ningún dicionario referencia a eses tres substantivos en forma común; é dicir, usáronse na lingua medieval para definir cargos ou oficios na milicia? Coñeces algunha definición ou referencia documental onde aparezan? Pode ser que cando se usaban como alcumes, eran xa palabras mortas na fala que se perpetuaron no apelido?
ResponderEliminarGrazas pola atención
Na! Unha simples sospeita etimolóxica, sen máis proba. Indicios:
ResponderEliminar- A (posíbel) etimoloxía de cada unha destas palabras en termos xermánicos cun valor semántico aquelado: Troitiño de *Druhtînaz 'comandante', e Fandiño e Patiño como derivados de termos tamén relacionados ben coa loita, ben cos homes de armas. En particular, e sobre Troitiño, bótalle unha olladiña a Druhtinaz na Wiki en Inglés. O uso apelativo en linguas xermánicas é coñecido.
- Non son topónimos; consecuentemente, para chegar a seren apelidos requiren ser palabras vivas no rexistro oral do seu momento. Couceiro, Bugallo, Tato... Son palabras cun significado claro, como tamén Ferreiro ou Guerreiro. Coido que os tres apelidos arriba indicados se correspondían na idade media con termos da lingua común. E por motivos etimolóxicos sospeito que ese significado era de tipo militar. Mais, carezo de ulteriores probas :-( Queda a sospeita formulada por se outrén pode a rebater ou a confirmar.
Resumidamente:
-Usáronse na Idade Media como apelativos? Iso sospeito. En alto alemán 'trehtein' significa "oficial (militar)"; sendo exactamente a mesma verba que o noso Troitiño, sospeito que o significado da primeira pode ser o da segunda palabra.
-Non coñezo nengunha definición ou referencia documental na nosa lingua.
-Pode ser que cando se usaron como alcumes fosen xa palabras mortas? Non sendo topónimos, digo non (ao 90% de confianza). O outro 10% vai aló por se foren apelidos patronímicos como Tomé ou Lourenzo, e dicir apelidos derivados do nome de pais ou antepasados.
Saúdos.
Graciñas polas aclaracións. Pena que dispoñamos de tan pouca documentación medieval. Disque só se conservou o 10%, así que figúrate cantas portas temos pechadas para coñecer o noso pasado.
ResponderEliminarAté agora Trotiño e Patiño víraos referidos a alcumes relativos a troita e pato. Que opinas desa posibilidade?
Quería aproveitar para che preguntar por outro apelido. Na fronteira arraiana de Calvos de Randín, Os Blancos, Baltar... haiche unha morea de xente apelidada Valencia. Ademais de poder ter orixe nun topónimo perdido hoxe, é posíbel que Valencia en galego tamén fose palabra do común. Penso como referencia a un tipo de terra de cultivo ou accidente xeográfico.
Outravolta grazas
Ola, César. Perdón polo tempo transcorrido: a vida meteuse polo medio e levo unha quincena bastante atarefado...
ResponderEliminarNon podo desbotar que Patiño faga referencias aos patos, mais porque non logo tamén Porquiño's, Canciño's, Cabaliño's, Lobiño's...? Por outra banda Tructino si é un antropónimo xermánico empregado na Galiza durante a alta idade media, e que ten deixado topónimos como Troitín, Truitín < Tructini. Agora ben, que Troitiño teña orixe num alcume é seguro, que ese alcume teña a orixe que eu lle propoño paréceme razoábel, pero xa digo que non teño a demostración :-(
Con respecto a Valencia, temos algunha Valenza (Coristanco) e Valencia (do Sil, Valdeorras) na Galiza (e Valença do Minho en Portugal). Mesmo unha Valenzá < Vallentiana xunto a Ourense que seria a vila dun tal Vallentius. Etimoloxicamente as Valencias remiten a priori ao latino valens 'forte, vigoroso, poderoso', sendo consecuentemente un nome auspicioso para unha nova poboación. Un saúdo.