As outras Brigantias (I)



Topónimos compostos galegos com segundo elemento o célticos -brig-.


Abstract: Several dozens Galician toponyms are pre-Roman composites, having as second element the Celtic -bre/vre 'hill, hillfort', cognate of old irish brí 'hill', derived from de IE *bheregh- 'high'.


Começo com este umha série de post adicados à distribuiçom, à evoluçom diacrónica, à etimologia e à história do elemento céltico *brig- 'castro; monte; altura', derivado do grado zero do indo-europeu *bheregh- 'altura; montanha' (IEW: 140-141), e que tem um cognato pleno no germánico *burgs, de idêntico significado.


Como primeiro e único elemento da moi diveros topónimos, etnónimos e teónimos baseados num derivado do tema, *brigant- 'relevante', como pode ser a cidade de Brigantia (hoje é a Crunha), os diversos povos célticos chamados Brigantes, ou a deusa irlandesa Brigit.


Como segundo elemento em compostos, é bem conhecido na geografia celta europea, presentando-se por exemplo os seguintes topónimos, todos eles recolhidos nas fontes clássicas e/ou na epigrafia latina:


Na Galácia (actual Capadócia, em Turquia): Eccobriga.
Na Tarraconense: Flaviobriga, Iuliobriga, Lacobriga, Amallobriga, Arcobriga, Casaerobriga, Dessobriga, Nertobriga...
Na Lusitánia: Lac(c)obriga, Me(id)ubriga, Longobriga, Brutobriga, Mirobriga, Caetobriga (hoje Setúbal), Caliabriga, Talabriga, Conimbriga...
No S da Alemanha: Saliobriga, Artobriga...
Na Galia: Eburobriga, Litanobriga...


Na Galiza temos hoje, e tivemos no seu tempo, duas grandes variantes. A primeira, máis primitiva e acorde coa toponímia céltica europea e da Meseta, vem representada por topónimos rematados em -briga ˃ -bria ˃ -bra: Olímbria ou Biobra. A segunda -moi prolífica: Baralhovre, Cançovre, Lestrove, Ogrove...- representa a evoluçom fonética do termo devido ao lenemento céltico do sistema consonántico, que estava a se manifestar já nas línguas pré-latinas: por umha banda o nominativo *brigs veu dar ˃ *brixs ˃ *bris; pola outra, nos outros casos produziu-se a perda de /g/ intervocálico, reformulando-se o lema como umha forma temática em i (cf. Prósper 2002: 355-). O resultado é umha série de topónimos hoje rematados em -bre/vre, ou -obe/ove, moi numerosos nalgumhas regions galegas: o 'Golfo Àrtabro', o val do rio Ulha, e a ria de Arousa, nomeadamente. Estos nossos topónimos tém um notável referente no irlandês antigo brí 'monte' ˂ PCl *brig-s; Temos na Galiza umha distribuiçom complementaria entre os topónimos procedentes dumha forma *brig-s, que ocupam a Galécia lucense, e aqueles que procedem de *brigā, espalhados polas Bracarense e Asturicense. Surpreendentemente, esta mesma distribuçom da-se nas ilhas británicas, onde no irlandês achamos descendência dumha forma como a galega lucense, no entanto em Gram Bretanha e na Galia a forma comum é como a que achamos no resto da Galécia. Matasovic, no seu glossário do proto-céltico, escreve (s.v. *brig-):
'The Celtic forms can be derived from the zero-grade of the PIE root *bherg'h-. OIr. preserves what seems to have been an old root noun PCelt. *brig-s, Gen. *brig-os, while the Brit. and Gaul. forms point to a derivative *brigā.

Se por vez de debater sobre a 'celticidade' dos galaicos se empregaram os dados linguísticos desapaixonadamente... Os topónimos representados no seguinte mapa som, a nom ser por erro ou omissom:



Alcavre / Alcabre (Vigo, PO)
Alcovre / Alcobre (Vila de Cruzes, PO)
Alcabria (extinto, por Oinço, LU)
Arcabria (actual Parada, em Castrelo de Minho, OU)
Alobre (actual Area Longa, Vila Garcia, PO)
Algivre / Alxibre (Rio Torto, LU)
Ançovre / Anzobre (Arteijo, CR)
Anhovre / Añobre (Vila de Cruzes, PO)
Anhovres / Añobres (Mugia, CR)
Ombre (Pontedeume, CR) ˂ Anobre
Ombre (Pinho, CR) ˂ Anobre
Ombre (Minho, CR)
Ombre (Culheredo, CR)
Ombre (Briom, CR)
Anobre (extinto, por Vilouchada, Traço, CR)
Azobre (extinto, por Culheredo, CR)
Baiovre / Baiobre (Arçua, CR)
Banhovre / Bañovre (Guitiriz, LU).
Banhovre / Bañovre (Minho, CR).
Basobre (extinto, por Culheredo, CR)
Baralhovre / Barallobre (Betanços, CR)
Baralhovre / Barallobre (Friol, LU)
Baralhovre / Barallobre (Fene, CR)
Bedrove / Bedrobe (Tordoia, CR)
Biobra (Ruviá, OU)
Calhovre / Callobre (Minho, CR)
Calhovre / Callobre (Oça dos Rios, CR)
Calhovre / Callobre (Ortigueira, CR)
Calhovre / Callobre (Estrada, CR)
Cançovre / Canzobre (Arteijo, CR)
Castrove (Meis, Pontevedra)
Cecevre / Cecebre (Cambre, CR)
Ceçovre / Cezobre (Agolada, PO)
Cilhovre / Cillobre (Culheredo, CR)
Cilhovre / Cillobre (Touro, CR)
Ciovre / Ciovre (Narom, CR)
Coevre / Coebre (Cessuras, CR)
Coozovre (extinto, por Sam Miguel de Raris, Teo, CR)
Combre (Lourençá, LU)
Cortove / Cortobe (Arçua, CR)
Fiovre / Fiobre (Bergondo, CR)
Gengivre / Xenxibre (Castro de Rei, LU)
Ilhovre / Illobre (Betanços, CR)
Ilhovre / Illobre (Vedra, CR)
Inhovre / Iñobre (Rianjo, CR)
Ijovre / Ixobre (Ares, CR)
Landrove (Viveiro, LU)
Lajovre / Laxobre (Arteijo, CR)
Lentobre (actual Vilouchada, Traço, CR)
Lestrove / Lestrobe (Dodro, CR)
Lestrove / Lestrobe (Traço, CR)
Lobra (Santiago de Compostela, CR)
Luvre / Lubre (Bergondo, CR)
Luvre / Lubre (Ares, CR)
Maiovre / Maiobre (Ares, CR)
Montrove (Oleiros, CR)
Ovre / Obre (Noia, CR)
Ovre / Obre (Paderne, CR)
Ogrove / O Grove (Ogrove, PO)
Ogrove / Ogrobe (Pontedeume, CR)
Ogrove / Ogrobe (Mondonhedo, LU)
Ogrove / Ogrobe (Tavoada, LU)
Oímbra (Oímbra, OU)
Pantinhovre / Pantiñobre (Arçua, CR)
Peçovre / Pezobre (Sam Tisso, CR)
Ranhovre / Rañobre (Arteijo, CR)
Sançovre / Sansobre (Vimianço, CR)
Seixavre / Seixabre (Mos, PO).
Silhovre / Sillobre (Fene, CR)
Xiavre / Xiabre (monte em Catoira, PO)
Talhovre / Tallobre (Negueira de Munhiz, LU)
Trove / Trobe (Vedra, PO)
Tiovre / Tiobre (Betanços, CR)
Tragove (Cambados, PO)
Truebe (Santa Comba, CR)
Vendabre (extinto, por Betanços, CR)
Boebre (Pontedeume, Crunha)
Xovre / Xobre (Pobre do Craminhal, CR)
Zobra (Lalim, PO)


Nom tenho incluído vários topónimos dos que duvido a pertença a esta série: Deixebre, Cambre, Pambre, Lambre...





Surpreendentemente semelha dar-se umha distribuiçom complementaria entre a toponímia das brigas e a toponímia baseada no germánico *sala (distribuiçom complementaria penso que plenamente congruente coa que já apontara Onnega entre topónimos em -bre e -ufe/ulfe, na Celtiberia.net). No seguinte mapa o verde representa os topónimos baseados no germánicos *salam, no entanto o azul som os topónimos célticos em -vre/bre ou -ove/obe, e o vermelho som os topónimos célticos em -bra:





A primeira leitura deste feito, máis nom a única e aguardo que tampouco a última e derradeira, é que a colonizaçom sueva produxo umha importante renovaçom da toponímia. Em segunda leitura, poderíamos pensar que as áreas menos germanizadas som precisamente as menos latinizadas, as máis remotas e menos permeáveis a influxos estranhos, ali onde é provável que as línguas célticas fossem faladas por máis tempo. Sobre a distribuçom, suspeito que obedece tanto à permanência viva dumha ou várias línguas pré-latinas até os últimos séculos do primeiro milénio da nossa era -mantendo a capacidade de gerar novos topónimos-, tanto como a pervivência de autênticos topónimos pré-latinos.


~o~o~o~


Com respeito as formas actuais, som fundamentalmente de três tipos:


-bra: procedem de formas em acusativo de topónimos célticos rematados em -brigā, como Coimbra ˂ Conimbrigam, Oímbra ˂ Olímbria...


-bre / -vre: procedem de formas em acusativo de topónimos célticos rematados em -bri: *-brim ˃ *-brem ˃ *-bre / -vre.


-obe / -ove: procedem do mesmo tipo de topónimos, mais quando no primeiro elemento aparece um/r/, este tende a provocar a perda por dissimilaçom do segundo /r/. Assi: Ogrove ˂ Ocobre ˂ Ocrobre.


Adiante co estudo.






A.1.- AETIOBRIS* (topónimo antigo; nom localizado)


Este topónimo está implícito no adjectivo em dativo AETIOBRIGO ˂ *AETIOBRICO, aplicado ao deus galaico-lusitano Bandue, sendo um derivado do topónimo AETIOBRIS* mediante sufixo velar, um recurso típico das línguas celtas e das línguas pre-latinas hispánicas:


[3]CIUS / AVI(T)I F(ILIUS) BA/NDU(A)E AET/IOBRIGO / V(OTUM) L(IBENS) A(NIMO) S(OLVIT) (Sarreaus, Ourense ; HEp-07, 00547)


Nom tenho umha boa etimologia para o primeiro termo; tal vez provenha do particípio PIE *aget-, conhecido em latim e nas línguas célticas co valor de 'guiado' ou 'conduzido' (IEW: 4-6); ou melhor de *aito-, participio de *ai- 'dar' (cf. Prósper 2002: 283). Neste último caso podemos interpretar *Aitiobris como 'O Castro do que é entregado' = 'Castro do Sacrifício' ou 'Castro da Dote'.








A.2.- ABOBRIS* (topónimo antigo; nom localizado: Santa Tegra? Vigo?) 'Castro do Rio'


Oppidum localizado por Plínio no livro IV da sua Historia Natural, logo de mencionar Tui e as Ilhas Cíes.


'a Cilenis conventus Bracarum Helleni, Grovi, castellum Tyde, Graecorum subolis omnia. iae Siccae, oppidum Abobrica.' (Plinio IV, 112)


O seu primeiro elemento deve ser o tema hidronímico céltico *ab- 'rio' (antigo irlandês ab 'idem', IEW: 1).








A.3.- ADROBRIS* (topónimo antigo; nom localizado: Ferrol?) 'Castro do Rio'


Cidade situado por Mela numha ria de estreita embocadura nas terras dos ártabros (em quaisquer lugar da costa norte da Galiza; tal vez na ria de Ferrol?)


'Adrobricam urbem' (CHOROGRAPHIA, III.9)


O seu primeiro elemento deve ser, outra vez, *ad-ro- 'rio' (IEW: 4)








A.4.- AGUBRI (topónimo antigo; nom localizado, mais seguramente nas Astúrias) 'Castro da Reuniom'


O topónimo aparece em ablativo numha inscriçom asturiana, indicando a orige dumha mulher de nome Bodogena Aravi:


BODOC/ENA AR/AVI F(ILIA) C(ASTELLO) / AGUBRI / AN(NORUM) XII H(IC) S(ITA) E(ST) (Belmonte; HEp-05, 00039 )


Prósper interpreta-o como umha forma sonorizada do elemento PIE *ak- 'agudo, aguzado', mais penso que é máis simples fazer vir o primeiro elemento do PIE *agu- 'reuniom' (IEW: 4-6), termo bem conhecido nas línguas celtas co valor de 'concurso, combate'.








A.5.- AIOBRIGĀ* (topónimo antigo; nom localizado, mais provavelmente em Valdeorras)


Castro que cambia de mans em dous documentos, dos Gigurros aos Susarros, polo que penso que deve situar-se em terras do Courel ou de Valdeorras, tal vez no próprio Sam Pedro de Esperante onde se descobriu o bronze do Courel.


IMP(ERATOR) CAESAR DIVI FIL(IUS) AUG(USTUS) TRIB(UNICIA) POT(ESTATE) / VIII{I} ET PROCO(N)S(ULE) DICIT / CASTELLANOS PAEMEIOBRIGENSES EX / GENTE SUSARRORUM DESCISCENTIBUS / CETERIS PERMANSISSE IN OFFICIO COG/NOVI EX OMNIBUS LEGATIS MEIS QUI / TRANSDURIANAE PROVINCIAE PRAE/FUERUNT ITAQUE EOS UNIVERSOS IM/MUNITATE PERPETUA DONO QUOSQ(UE) AGROS ET QUIBUS FINIBUS POSSEDE/RUNT LUCIO SESTIO QUIRINALE LEG(ATO) / MEO EAM PROVINCIAM OPTINENTE{M} / EOS AGROS SINE CONTROVERSIA POSSI/DERE IUBEO / CASTELLANIS PAEMEIOBRIGENSIBUS EX / GENTE SUSARRORUM QUIBUS ANTE EA(M) / IMMUNITATEM OMNIUM RERUM DEDE/RAM EORUM LOCO RESTITUO CASTELLANOS / AIIOBRIGIAECINOS EX GENTE GIGURRO/RUM VOLENTE IPSA CIVITATE EOSQUE / CASTELLANOS AIIOBRIGIAECINOS OM/NI MUNERE FUNGI IUBEO CUM / SUSARRIS / ACTUM NARBONE MARTIO / XVI ET XV K(ALENDAS) MARTIAS / M(ARCO) DRUSO LI/BONE LUCIO CALPURNIO PISONE CO(N)S(ULIBUS) (Bierzo ; HEp-11, 00286)


APPIO IUNIO SILANO P(UBLIO) SILIO / NERVA CO(N)S(ULIBUS) / TILLEGUS AMBATI F(ILIUS) SUSARRUS / |(CASTELLO) AIOBRIGIAECO HOSPITIUM / FECIT CUM LOUGEIS CASTELLANIS / TOLETENSIBUS SIBI UXORI LIBE/RIS POSTERISQUE SUIS EUMQ/UE UXOREM LIBEROSQUE EIUS / IN FIDEM CLIENTELAMQUE SUA/M SUORUMQUE IN PERPETUO CAS/TELLANEI TOLETENSIS RECEPERUNT / EGIT TILLEGUS AMBATI IPSE / MAG(ISTRIS) LATINO ARI ET AIO TEMARI (S. Pedro de Esperante; HEp-08, 00334)


O seu primeiro elemento poderia ser o PIE *ayu- 'força vital' (IEW: 17-8), que se reflexa tamém no nome indígena do magistrado AIO TEMARI. Tamém poderia ser a forma evoluída de um étimo como *aw-yo-, que poderia ter moi diversos significados (IEW: 71-84).


O segundo elemento -brig- é típico da toponímia dos povos ástures e brácaros da Galiza, fronte as formas em -bre que caracterizam aos lucenses.








A.6.- SANTA BAIA DE ALCAVRE / ALCABRE (freguesia com 3139 hab.- Vigo, Pontevedra)


Nom conheço documentaçom antiga deste topónimo, mais parece razoável supor umha relaçom genética co seguinte, Alcobre. O /a/ tónico -senom me equivoco a vocal de uniom esperada num composto céltico é /o/- pode explicar-se como resultado da crase dum ditongo originado pola perda dumha consonante: *Alcanobre, *Alcalobre, *Alcadobre. *Alcabobre ˃ *Alcaovre ˃ Alcavre. E tamém pode ser original e etimológico, já que a mesma vocal da-se nos topónimos extintos Arcabria ou Artabria (ver mais abaixo).








A.7.- ALCOVRE / ALCOBRE (23 hab.- Vila de Cruzes, Pontevedra) ˂ Arcobre


Temos bastante documentaçom deste lugar, sendo a mais antiga na forma Arcobre, o que etimologicamente liga-o, coido que junto com o Alcabre viguês, à Arcobriga celtíbera, entre Saragoça e Sória. Pouco máis tarde é já Alcobre, por dissimilaçom r..r ˃ l..r:


'et est ipsa Pastoriza territorio Deza super Pilonio monasterio iuxta Arcobre.' (TA 991)


'arca de illo plano qui diuidet Mercia et Alcobre' (CODOLGA: Carvoeiro 1062)


'in ualle nuncupatu Pilonio inter flumen Ulie et Deze subtus castro Alcobre medietatem ex eo, quam michi euenit inter fratres meos per sucessionem genitoris mei Fredernandi et genitricis mee regine domne Sancie, cum omni suo debito et bonis eius uel adiuncionibus per omnia sua loca. ipsam medietatem integram confero de premisso monasterio post partem sancte ecclesie et eius apostolo Sancto Iacobo, et de aliis monasteriis que similiter sunt fundata in eodem territorio Pilonii, uidelicet: Auriolos et Alacobre' (TA 1087)


'in ualle nuncupata Pilonio, inter duo flumina Uliam et Dezam subtus castrum Alcobre' (TA 1100)


'sicut iste audiuit. postea presens fuit iste in castello de Alcobre in diebus illis quando archiepiscopus P. Suerii fecit castellum ipsum' (CODOLGA: Carvoeiro 1246)


Interessa ver como Alcobre é chamado várias veces castro. Por outra banda, etimologicamente o primeiro elemento do composto remete-nos penso ao PIE *areq- 'guardar, resguardar, proteger' (IEW: 65-6), de onde o latim ARCA 'arcóm, cofre' e ARX 'castelo, fortaleza'. Quer-se dizer, Arcobre ˂ *Arcobrixs = Arcobriga 'Castro Protegido / Guardado'.








A.8.- +ALCABRIA (extinto, por Oinço, Lugo)


Este topónimo teria derivado de *Alcabriga ou de *Arcabriga. Temos outro idêntico em Portugal, nom longe de Longroiva: 'Ordinamus nostros castellos id est Trancoso Moraria Longobria Naumam Uacinata Amindula Pena de Dono Alcabria' (PMH: 960).


'cautum de Uilla Saturnin et de Sala sicut antiquitus predictis reges cum regia uoce Deo et prefato monasterio dederunt, per suos terminos, quomodo incipit per deum uallati antiquum de Alcabria et uadit ad illos linares ueteres et idem per illam aquam usque ad montem de rege et inde per illum alceanum ad aream de Mauris et inde per montem Medariz ad Lacum de Ledania et inde tornat ad fontem de Regina et postea per penam usque ad pectum et inde ad (...) per uulturarium, deinceps ad auri(...) que diuidunt inter Saturnin et Sendin, deinde regreditur per ipsa aqua discurrente usque ad terminum de Alcabria' (CODOLGA: Santiago 1153)


'villam Sancti Saturnini, Villam de Saa, que sunt in Tria Castella, in ripa Minii, cum omnibus regalibus de [Biris] ad se pertinentibus, per hos terminos: per Valiacum antiquum de Alcabria, et per Linares ueteres, et per illum patronum qui diuidit inter Saa et Sanctam Mariam de Gua et Montem de Rege, et inde in directum per ipsum [veranum] ad aream de mauris et per montem Melariz, et ascendit ad montem ad locum Ledanie, et tornat ad fontem de regina que antiquo ita uocata est iuxta montem de Penna usque ad Petritum, et inde ad Rogitorium, et inde per Uusturariam et descendit ad collem montis, ubi stat patronus fixus qui diuidit inter Saturnin et Senym ........ villam Senym, et inde per illas Saleyras ad ........ et Saa ........ Alcabria et per ipsum uallum [exit] ad alium patronum unde incoauimus. Constitit' (CODOLGA: Santiago, 1228)

Nóte-se que como nos máis destes topónimos situados no SE da província de Lugo e na província de Ourense, o segundo elemento deriva do máis antigo *-brigā. Com respeito a primeiro elemento, de ser primário e nom umha evoluçom doutro, provavelmente é o PIE *elk- 'alce' (IEW: 302-4).








A.9.- +ARCABRIA OU ARTABRIA (antigo nome de Parada, Castrelo de Minho, Ourense)


Este topónimo é conhecido apenas polo testemunho dos Tombos de Sobrado, e A de Santiago, que recolhem variantes dum mesmo diploma do rei Ordonho II, do ano 922. Resulta ser o antigo nome do lugar de Parada, na freguesia de Ponte Castrelo, em Castrelo de Minho, Ourense:


'tam de illa parte Mineo quam de ista, per omnes suos terminos anticos et cum edificiis et uineis, salto, uel omni prestatione sua, et uocitant ipsam uillam Arcabriam et Parata, et fuerunt de Uizoi et Giluira.' (TA 922)


'tam de illa parte Minei quam de ista, per omnes suos terminos antiquos et cum omnibus edificiis, uel uineis, salto uel omni procuratione sua; et uocatur ipsa uilla Artabria et Parata et fuerunt de Uizoi et Geloire.' (Sobrado 922)


A cópia de Sobrado é provavelmente posterior, e inclue alguns elementos adicionais como o ano do nascimento de Cristo para datar o documento. A minha impressom é que o topónimo original é Arcabria – nom penso que o escrivám puidesse ver-se atraído na sua cópia polos Artabros, pois careceria seguramente de acesso aos autores clássicos que falam deste povo-. Em todo caso, de ser Arcábria, e o mesmo topónimo que os anteriores, se é Artábria, é 'O Castro do Osso', ou algo similar (cf. PIE *rk-t-os 'osso', IEW: 875).








A.10.- +ALOBRE (antigo nome de Area Longa, Vila Garcia)


Temos vários documentos medievais nos que a actual Area Longa é chamada polo seu outro nome, Alobre:


'et cum Sancta Eulalia de Arena Longa et Sancto Christoforo qui uocatur Alobre cum omnibus suis bonis, cum suo stario integro et combonas integras que sunt inter ambas ipsas ecclesias et intus in passales in toto circuitum de ipsas ecclesias, sicuti intrant in mare; et sunt ipsas eclessias cautate in toto giro per petras erectas et scriptas. et ecclesiam Sancti Uincentii de Ogrobre cum totis suis directuris et familia.' (CODOLGA: Santiago 912)


'et de Arauca medietatem de hea, cum sua ecclesia et cum suis salinis; Sanctam Eulaliam de Alobre que nuncupant Arenalonga, et Sanctum Christoforum cum bonis suis; Sanctum Uincencium de Ogobre cum suis terciis et cum omnibus' (CODOLGA: Santiago 912)


'sanctam Eulaliam de Arenalonga et sanctum Cristophorum quem nuncupant de Alobri' (CODOLGA: Santiago 1115)


O primeiro fragmento é extraordinário. Por umha banda revelam achar-se as igrejas junto ao mar hai mil anos, por outra, di-se-nos o couto estar formado por pedras ergueitas e 'escritas' (com petroglifos, moi provavelmente), e finalmente é a máis temperá cita da verba galega pré-latina comboa / camboa / gamboa 'Pesquera a la orilla del mar con estacada o paredilla de piedras, donde quedan cautivos los peces al bajar la marea.' (DdD: Elixio Rivas); 'La COMBOA está generalmente cercada con muro, vallado o seto y una puerta de madera, la cual se cierra en la pleamar para que en el reflujo queden allí los peces que hubieran penetrado. En la ensenada de Ferrazo, al sur de Villagarcía, hay un estero natural que se llama CAMBOA, y ha dado origen a coplas marineras; y en Vigo existe la calle de la Gamboa, que según Rodríguez Elías también se llama camboa, y a cuyo final estaba la puerta de la Gamboa, famosa porque en ella recibió cuatro balazos de las tropas napoleónicas el héroe gallego Cachamuíña, en el año 1809.' (DdD: Eladio Rodríguez), do céltico galaico *combōnā, do celta *(s)kamb- 'torto, revirado, curvado'.


Sobre a etimologia do nome, *alo- pode ponher-se em relaçom co galés al 'progénie, gente, povo' (IEW: 1300) do PIE *al- 'medrar, engendrar'. Assi, *Alobre seria 'O Castro do Povo', tendo um equivalente semántico no composto germánico Teutoburgo. E sem descartar outras possibilidades , como a raíz hidronímica *el-/*ol- 'fluir' apontada por Prósper (2002: 376). Remantando, Prósper tamém sinala os topónimos, aparentemente idênticos, Alúbriga (Santa Engracia, Rioja) e Alovergium (Britania).








A.11.- ALGIVRE / ALXIBRE (Rio Torto, Lugo)


Nom tenho máis infomaçom deste lugar. Prósper (2002: 380) propom Algivre ˂ *Alisi-brem, de *Alisi-bris ou *Alis-yo-bris 'Castro do Aliso'.








A.12.- ANÇOVRE / ANZOBRE (92 hab.- Arteijo, Crunha) ˂ Anezovre


De Ançovre temos moita informaçom, como havemos ver. Etimologicamente, Prósper (2002: 376) fai-no vir dumha forma (nominativa) *Antyo-bris, cum primeiro elemento indo-europeu *Hnti- 'ante'. Mais o feito de coincidirem as duas citas máis antigas em formas que situam umha vocal entre o /n/ e o /t/, e presentar a terceira um hiato de vocais idênticas, aconselha tal vez buscar outras possibilidades: Ançovre ˂ Aançovre ˂ *Ãaçovre ˂ Anazobre ˂ Anezobre ˂ *An-et-yo-bri, cum primeiro elemento formado pola partícula negativa *an máis a preposiçom *eti 'além'. Lémbra-me aquel lema 'non plus ultra', quer-se dizer, o significado do topónimo havia ser 'O último castro'. Ançovre no está longe dos confins entre as antigas terras de Faro e Bergantinhos. Tampouco pode desbotar-se um tema indo-europeu como o que origina o latino anta (cf. IEW: 42).


'in uilla Bracantinos, uilla Anezoure quas emimus de fratres de Destriana' (Sobrado, 966)


'in Bragantinos, uilla Guntilani et uilla Anazobre. in Pistomarcos, uilla Lonio, uilla Uernimes, uilla Curugito et ecclesia sancti Christofori, quam dicunt Celis. ' (Sobrado, 971)


'quarum videlicet nomina sunt: Veranio, Aancoure, monasterio Viones cum suis haereditatibus siue hominibus, Carris cum suis directis, medio de Castro et Limodre' (CODOLGA: Crunha 1122)


Haverá quaisquer relaçom entre Ançovre ˂ Anezobre ˂ *Anetiobre e máis o monte dos Pirenéus Aneto?








A.13.- SAM PEDRO DE ANHOVRE / AÑOBRE (freguesia com 119 hab.- Vila de Cruzes, Pontevedra) ˂ Arnobre


Pósper interpreta este topónimo como procedente 'posiblemente de Amno-bris (…) No se pueden escluir protoformas como *Ambyo-bris o *(p)anyo-bris' (Prósper 2002: 376). Mais, ao contrario que em castelám, em galego nunca os grupos consonánticos -mn- ou -nn- dám orige à nasal palatal [μ]. Porém, a documentaçom medieval fornece umha possibilidade ainda máis surpreendente: a forma antiga do topónimo é Arnovre, cum primeiro elemento hidronímico que achamos no rio italiano Arno -em Florença- ou no rio Arnego ˂ *Arnaico, que desauga no Ulha, ou do rio Arnoia, afluente do Minho.


'qui diuidet de Palacios cum ecclesia de Arnobre ab integro' (CODOLGA: Camanço 1122)


'quantam hereditatem cum plantatibus et omnibus aliis suis directuris ipsi habent et habere debent in Bendania de alende, que est versus Camancium, in filigresia sancti Petri de Arnoure, cum quanto dominio terre ipsi habent in illa hereditate, ita' (CODOLGA: Camanço 1273)


'Dominicus Dominici de Arnoure;' (CODOLGA: Camanço 1286)


O passo do grupo /rn/ à nasal palatal é inaudito, mais é-che o que hai.








A.14.- ANHOVRES / AÑOBRES (75 hab.- Mugia, Crunha)


Aparentemente estamos ante um topónimo que provém do caso em nominativo, e para o que se pode sugerir o étimo *Anyobris, composto co primeiro elemento *ano- 'devanceiro' (IEW: 36-7), ou coa partícula intensiva *an-, ou co negativo *an-...


Etimologicamente semelha estar moi próximo dos seguintes.








A.15.- SANTA MARIA DE OMBRE (freguesia com 522 hab.- Pontedeume, Crunha) ˂ Anobre


Temos moita documentaçom referida a este topónimos, cuja forma primitiva era Anobre:


'et im Prucius, VIIIa de Sancta Maria de Anovre, cum omnibus aiunccionibus suis, intus et foris, cum quantum ad prestitum hominis est; et ibi in Anovre una servicialia, et media de villa de Grandal, cum omnibus suis directuris; et IIIIa de Villa Plana, integra, cum omnibus aiunctionibus suis; et nostra porcione integra de Sancto Iohanne de Caliovre;' (CODOLGA: Caaveiro 1114)


'et illas duas partes de Sancta Maria de Anovre, et cum VIIIa de Sancto Iuliano de Mugardos, et cum meo quinione de Sancta Marina de Tabulata.' (CODOLGA: Caaveiro 1117)


'in terra Prucius, in valle de Nugeyroa, de ecclesia Sancte Marie de Anovre' (CODOLGA: Caaveiro 1138)


'territorio Prucius in cauto de N-[ogueiro]-sa, scilicet, longo usque dum [?] hereditate de Anobre' (CODOLGA: Carvoeiro 1151)


'Luba Menendiz de Anovre, do et offero et concedo et testamentum facio omnipotenti Deo et monasterium Sancti Iohannis de Kalavario et canonicis eiusdem loci, hereditatem meam quam habeo et habere debeo de abiorum et parentorum meorum, sive de ganancia quomodo de comparatione; et est nominata in villa que vocitant Ouvre de Radreiro, et est una servicialia integra cum tota sua directura, intus et foris, cum quantum ad prestitum hominis est, per ubicumque eam melius potuerint invenire; et iacet in terra Prucii, in cautum de Nugeirosa, discuarente ad Sancta Maria de Oovre. (CODOLGA: Caaveiro 1221)


'nostra porcione integra de ecclesia Sancte Marie de Oovre' (CODOLGA: Caaveiro, 1236)


A evoluçom fonética nom é compleja:


Anobre ˃ Anovre (leniçom de /b/ ˃ /β/) ˃ Ãobre (perda de /n/ intervocálico com nasalizaçom da consoante precedente) ˃ Õovre (assimilaçom de vocais em hiato) ˃ *Õvre (crase de vocais idênticas) ˃ Ombre (desnasalizaçom da vocal).


Ombre é o máis comum deste tipo de topónimos, o que significa que o seu significado devia ser comum para a civilizaçom dos habitantes dos castros da Galiza.








A.16.- OMBRE (9 hab.- Pino, Crunha) ˂ Anobre


' in ripa Nantone iuxta castrum Zamarone, monasterium sancte Marie Mosoncio cum omni debito suo, uilla Cardario. in ualle Bauegio, uilla Anobre cum adiacentiis suis, uilla Oseui cum adiacentiis suis, prope Sanctum Iacobum, monasterium de Ranneta cum totum suum debitum in omni giro.' (Sobrado, 971)








A.17.- OMBRE (78 hab.- Culheredo, Crunha) ˂ Anobre








A.18.- OMBRE (207 hab.- Minho, Crunha) ˂ Anobre








A.19.- OMBRE (27 hab.- Briom, Crunha) ˂ Anobre








A.20.- ANOBRE (extinto, por San Vicente de Vilouchada, Traço)


Temos algumha documentaçom medieval referida a este topónimo hoje extinto:


'uilla uidelicet nuncupata Anobre cum omni sua prestantia, que est in territorio Montanos, iuxta ecclesiam sancti Uincentii, ripa Tamaris.' (Sobrado 1023)


'et tempore sit ipsa uilla de Anbre (…) hec est notitia uel inuentario de uillis de Anobre. id sunt: uillas de Froila Ermigildis et de sua muliere, quas fuerunt de ipso Ermegildo et domna Toda, integra Anobre et Attanidi per suos terminos antiquos.' (Sobrado 1027)


Com el som seis os topónimos galegos com idêntica etimologia. Pode ser que Anobre tivesse o sentido de 'castro dos antecessores ˃ castro velho'? Existe em Condeixa-a-Nova, Coimbra, Portugal, um lugar de nome Anobra, que puidesse ser o equivalente desta serie toponímica desde a forma *Anobriga ˃ *Anobria ˃ Anobra, com preservaçom moçárabe de /n/ intervocálico. Tamém hai em Braga um lugar de Nome Hombra que bem pode proceder de *Anobria ˂ *Anobrigā.








A.21.- AVILIOBRIS (topónimo antigo, pola Costa da Morte) 'Castro do Vento'


Conhecemos este lugar por umha inscriçom latina cumha saúda a Júpiter polo próprio castro:


I(OVI) O(PTIMO) M(AXIMO) / |(CASTELLUM) AV/ILIOB/RIS PR(O) S(ALUTE) (Cores; HEp-04, 00344 )


O primeiro elemento do composto deve ser o céltico *awel- 'vento' (cf. Culchin, LOS TOPÓNIMOS DE LA GALICIA ROMANA: NUEVO ESTUDIO, em Cuadernos de Estudios Gallegos, LV, N.º 121, enero-diciembre (2008), 109-136. ISSN 0210-847 X: 117), do PIE *awe- 'soprar' (IEW: 81-4). Teríamos um topónimo similar aos actuais Ventoso ou Pena Ventosa.








A.22.- +AZOBRE (extinto, por Culheredo, Crunha)


Topónimo extinto que conhecemos polo seguinte testemunho, que o situa por Culheredo:


'in terra de Faro, Sancta Eolalia de Cariolo et ecclesia sancta Maria, et uilla de Orrio, et ecclesia de Ozia, uilla Basobre, uilla de Azobre.' (Sobrado 1001c)


De *Ak-yo-bris 'Castro-do-pico' ou 'Castro-alto'? (ver PIE *ak- IEW: 18-22) Algo similar aos actuais Vila do Monte, Casal do Monte...




Comentarios

  1. Faltaría nesta lista BOEBRE.

    Fecha: 1064
    Procedencia: LUGO. Lourenzá
    Edición: Rodríguez González, A., Rey Caíña, J.A., ''El Tumbo de Lorenzana'', Estudios Mindonienses 8 (1992), pp. 11-324.
    Nº documentos: 2288, 2295
    Página: 40-41
    Otorgante: Real
    Soporte: Códice
    Unidad Archivística: Tumbo Lourenzá Nº folios: 23r-23v 111r – 112r

    Texto: et fecit, in terra de Prucios, monasterio sancti Iacobi de Bulebre cum aiunctionibus suis uel homines et sancti Cipriani, in Ripa


    Fecha: 1103
    Procedencia: CORUÑA, Caaveiro
    Edición: Fernández de Viana y Vieites, J.I., González Balasch, M.T., Pablos Ramírez, J.C. de, ''El Tumbo de Caaveiro'', Cátedra 3 (1996), pp. 267-437, 4 (1997), pp. 221-385.
    Nº documentos: 3802
    Página: 273, 274
    Otorgante: Particular
    Soporte: Códice
    Unidad Archivística: Tumbo Caaveiro Nº folios: 79r – 80r

    Texto: facere decrevi textum scripture firmitatis de VIIIa de villa de Bolio qui est territorio Prucius, concurrente ad ecclesiam Sancti Iacobi de Boevre. do et concedo ad monasterium Sancti Iohannis de Calavario et



    Fecha: 1147
    Procedencia: CORUÑA, Caaveiro
    Edición: Fernández de Viana y Vieites, J.I., González Balasch, M.T., Pablos Ramírez, J.C. de, ''El Tumbo de Caaveiro'', Cátedra 3 (1996), pp. 267-437, 4 (1997), pp. 221-385.
    Nº documentos: 2147
    Página: 319, 320
    Otorgante: Real
    Soporte: Códice
    Unidad Archivística: Tumbo Caaveiro Nº folios: 6ra – 6va

    Texto: ecclesiam Sancte Marie de Doronia et ecclesiam Sancte Marie de Centronia, et ecclesiam Sancti Iacobi de Boevre, cum omnibus earum directuris et hereditatibus, quas hodie habent ubicunque







    Fecha: 1147
    Procedencia: CORUÑA, Caaveiro
    Edición: Recuero Astray, M., González Vázquez, M., Romero Portilla, P., Documentos Medievales del Reino de Galicia: Alfonso VII (1116-1157), Xunta de Galicia, 1998, 278 pp.
    Nº documentos: 7496
    Página: 120, 121
    Otorgante: Real
    Soporte: Códice
    Unidad Archivística: Tumbo Caaveiro Nº folios: 6ra – 6va

    Texto: ecclesiam Sancte Marie de Doronia et ecclesiam Sancte Marie de Centronia, et ecclesiam Sancti Iacobi de Boevre, cum omnibus earum directuris et hereditatibus, quas hodie habent ubicumque



    Fecha: 1240
    Procedencia: CORUÑA, Caaveiro
    Edición: Fernández de Viana y Vieites, J.I., González Balasch, M.T., Pablos Ramírez, J.C. de, ''El Tumbo de Caaveiro'', Cátedra 3 (1996), pp. 267-437, 4 (1997), pp. 221-385.
    Nº documentos: 3751
    Página: 223
    Otorgante: Real
    Soporte: Códice
    Unidad Archivística: Tumbo Caaveiro Nº folios: 056r

    Texto: vobis et mando quod vadatis ad ecclesiis Sancte Marie de Centronia et ad Sancti Iacobi de Boevre et ad Sancta Maria de Castro et ad Sancta Maria

    ResponderEliminar
  2. Ola, Ardóbriga. Falta e non falta :-) Tiven a mala decisión de alfabetizar “Boevre” por V atendendo a súa máis antiga cita Volebre (Lourenzá 922)... co resultado aparente de non estar recollido o topónimo. En resumo: tes toda a razón, e Boebre pertence aquí.

    ResponderEliminar
  3. Agradecido Cossue.
    Ando pola ria dos ártabros brigantes navegando.
    E vejo de longe as aldeias e parróquias que levam o -bre.
    Nessa relaçom de -bre com -brigh, com luz ou lume, está a ideia de lar, e menos a ideia de monte.
    Isso é o que sinto.
    E nessa ideia de ser -brigh, lume, fogar ....
    Brigh-antia, nom seria mais que a cidade por antonomásia. Do mesmo jeito que os que moramos perto das vilas na vez de dizer "vou a Ponte d'Eume", dizemos "vou à vila". Brigantia, "a cidade".
    Entom aqui se pode ir entendendo a confusom da Brigantia do itinerário Antonino, tal itinerário situa Brigantia, " a cidade, a vila" no meio de Lugo e Corunha, na atual cidadela ou Ciadelha (Sobrado-Cúrtis).
    À par de Brigantia temos Brigantium, que por vezes poderiam ser lugares diferentes.
    Imaginemos um entorno cultural diferenciado, umha tebra no golfo ártabro, se aí houver umha aglomeraçom importante, umha populaçom gande, nom teria por que ter um nome próprio essa cidade.
    Podendo ser a tal Brigantia qualquer castro de grandes dimensons da zona entre Ferrol e Corunha que estiver bem resguardado, estrategicamente disposto.
    Por outra parte remexo muito as ideias de faro, pharus brigantium ou farum precantium . Entende que estou no meio do mar. Entom para navegar há uns fitos indicadores. O principal para mim nessa zona entre outros é o Monte Faro, tamém co nome da Bailadora, o monte Faro entre Ares e Mugardos.
    Vou com Faro: Temos a ideia greco-romana de faro, farol, iluminaçom, mas é uma ideia. Pois a ideia outra, a galega, faro tem mais relaçom com os termos ingleses atuais "far" e "fare","feorr" e "faran" no inglês antigo, que transmitem esta conceiçom de:
    "ver a grande distância".
    "ver desde hai tempo".
    Com umha raiz sâncrita -para-, distante remoto oculto (Paranho).
    Entom, no gólfo ártabro brigante, temos um Faro monte, visto desde longe, servidor indicador, nomeado ao jeito galego como tantos montes Faro da Galiza. E temos tamém um indicador brilhante, a torre herculina, ou faro brigantium.

    Bergantinhos, seria o lugar das cidadinhas, ou lugar das aldeinhas.

    Saúdos!

    ResponderEliminar
  4. Saúdos, amigo O. Fermosa etimologia a que propôs para tanto monte do Faro como temos no país. Sobre Brigantia... Eu penso que si era cidade, mais que era tamém o nome do seu extenso território.

    Que o vento mareiro nos acompanhe e leve a nossa Galiza a melhor porto. Umha aperta.

    ResponderEliminar
  5. Amigo Cossue, se tiveres vagar vai aqui
    http://www.dil.ie/
    e busca Breogam assi escrito "Bre(o)gan"
    Onde os velhos irlandeses mesturam Bre(o)gan com Bregond e com Brigantia. Quase Bergondo.
    "Las ro chumtach Brigantia"

    ResponderEliminar

Publicar un comentario

Deixe o seu comentario:

O máis visto no último mes