Antroponímia Sueva (e V)
Abstract: An study on the personal names of the Suevi, a Germanic people which settled in Galicia and northern Portugal in 410 A.D.
31.- HILDEMIRUS ˂ PH *HILDEMĒRAZ 'Grande na Batalha'
Arcipreste de Ourense que acode a Toledo em represetaçom do bispo Lupatus:
Hildemirus archipresbyter Auriensis Ecclesiae agens vices Domini mei Lupati Episcopi subscripsi.
É um nome moi frequente na Galiza medieval. Eis umha escolma:
Iquila ibi presens fuit. Ferriolus testis. Eldemirus conversus hoc ts. (Lugo 816)
endericus presbiter ts. [sig.], Ildemirus presbiter ts. [sig.], Proamius presbiter ts. [sig.], Astrulfus iudex ts. (Sobrado 818)
in uilla Marciani, de Ripa Maiore super domos Eldemiri usque ad arborem et usque ad limitem de agro Ierici (Sobrado 887)
Vigitus ts., Bisandus ts., Ildemirus ts (samos 909)
Ascarigus, Brandila, Eldemirus, Aluitus, Albanus (sobrado 929)
Adelfius abba conf.; Ildemirus testis., Rudericus testis., Manualdus testis (Samos 931)
Vistrila diaconus ts. Ildemirus presbiter ts. Iheremias presbiter ts. (Celanova 932)
Eldemirus, cf. Feles, cf. Ero, cf. Sunilla, cf. (Lourenza 947)
frater Raupario ts. frater Ildemiro ts. frater Astrulfo ts. (Celanova 983)
Sentani confessus cfr. Eldemirus confessus cfr. Riquilani confessus cfr. (Celanova 989)
Gundesindo cf., Eldemiro cf., Aldereto presbiter cf. (sobrado 1000)
Tem deixado ao menos um topónimo ainda em uso, e acho umha cita medieval de outro lugar de igual nome (a falta de desinência indica que é um topónimo, nom um antropónimo):
+Ildimir (extinto), em 'Villam de Loverici; Villam de Ildefonso; & de Ildimir integras ipsas villas (CODOLGA: Lugo 897)
Aldemir (4 hab.- Crecente, Ponte Vedra)
A abertura da vogal átona /i/ em /a/ em primeira sílaba de palavra, quando átona, é comum.
É um composto *Hildemēraz, PG *hildjō 'loita' e *mēr(j)az 'grande, afamado'. Förstemann (ADN: 832-833) acha: Childomar, Hildimar, Hildimer, Hiltimari, Hiltimar, Hiltimeri, Hiltimere, Hildamar, Hildemar, Hildemaris, Hildemir, Childemer, Childomar, Heldamar, Heltmar, Eldemaris, Iltimeri, Ildmir.
32.- COMMUNDUS ˂ PG *GUMAMUNDUZ 'Home-protecçom'
Commundus era bispo de Idanha o ano 589, quando acode a Toledo:
'Commundus in Christi nomine Episcopus Egedensis Ecclesiae subscripsi.'
É nome composto *Gummunduz, de *gumōn 'home' e *munduz 'protecçom' (note-se a grafia /k/ por /g/), pouco frequente, que só acho outra vez na documentaçom galega medieval:
'Odoarius ts., Gomundus ts., Froila ts., Mirus ts.' (Sobrado 941)
Nom acho topónimos associados. Förstemann (ADN: 692) cita os seguintes: Gummund, Gummunt, e Cummunt.
33.- ERMARICUS ˂ PG *ERM(EN)ARĒKAZ 'Grande-rei'
Bispo de Laniobre, lugar desconhecido cujos bispos acodem a três concílios de Toledo. Pode ser o nome da 'capital' do bispado dos bretons, já que nunca acodem a um mesmo concílio representantes de Bretonha e de Laniobre (de facto, os bretons aparentemente nom acodem a este concílio). Assi mesmo, a toponímia céltica em -bre é tipicamente galega, se bem nom é exclusiva (em todo caso, representa máis do 90%).
'Ermaricus Laniobrensis Ecclesiae Episcopus subscripsi.'
O seu nome é o mesmo do rei Hermerico, e resulta notável que Förstemann apenas recolha quatro pessoas com este antropónimo (ADN: 473): Hermericus e Ermaricus, e máis Ermerich e Hermericus. Dous deles som este bispo e o rei suevo.
Polo demais, remeto ao leitor à entrada de Hermerico (no primeiro artigo da série).
34.- SUNILA OU SUMNILA ˂ PG *SUNJILA 'Verdadeiro (dim.)'
Bispo arriano de Viseu, é um dos quatro bispos arrianos procedentes de sedes situadas em território suevo. Ainda que poidéssemos suspeitar que fosse um godo posto por Leovegildo no seu lugar só três anos antes, é provável que nom seja esse o caso:
1º- Nas próprias actas do III Concílio de Toledo, Reccaredo gaba-se de ter atraído ao catolicismo a um 'número infindo de suevos'.
2º – Quando Reccaredo captura ao rebelde bispo arriano de Toledo, exila-o na Galiza. Nom parece um bo plam enviar um arriano que se mobiliza com outros para depor ao rei a umha província recém conquistada, se nela poidesse achar um godo apoio doutros godos para retomar o poder para o seu partido. A bo seguro, o exílio na Galiza representava apartar-lo doutros godos aos que poidesse atrair.
3º- Firma num ponto médio entre os confirmantes, o que sugere que pode ser um antigo bispo católico suevo que se tornou arriano baixo Leovigildo, e voltava ao catolicismo com Reccaredo. É o único bispo de Viseu em acudir, o que favorece esta interpretaçom.
Finalmente, esta é o ponto de vista mantido por E. A. Thompson na sua clássica obra 'The Goths in Spain': 'Por lo cual ocho obispos que habían abjurado del arrianismo -cuatro godos y cuatro suevos...'('Los Godos en España', p. 115); 'Pero en el III Concilio de Toledo, en 589, cuatro obispos arrianos de Galicia abjuraron su arrianismo y firmaron en las actas del Concilio como católicos. Eran Beccila, de la sede de Lugo; Gardingus, de Tuy; Argiovittus, de Oporto, y Sunnila de Viseo, todos ellos com nombres germánicos. (Pero los de las restantes sedes no adjuraron, ni siquiera el de la ciudad metropolitana de Braga: evidentemente, no todos los suevos arrianos tenían una fe tan ligera).' ('Los Godos en España', p. 105)
Nas actas do terceiro concílio atopamos o nome deste em duas instáncias:
Sumnila in Christi nomine civitatis Vesensis episcopus anathematizans heresim Arrianim dogmatis superius damnatam fidem hanc sanctam catholicam, quam in ecclesia catholica veniens credidi, manu mea de toto corde subscripsi.
Sunila Vesensis Ecclesiae Episcopus subscripsi.
O seu nome é um derivado de *sunjaz 'autêntico, verdadeiro', onde a alternáncia de /n/ e /n:/ deve-se, suspeito, à iode. É um nome frequente na Idade Média, coma amossa a seguinte escolma:
prenominatos Bennato Sunnilla, et Gundesindus presbiter (Lugo 747)
Froyla clerico sum test. Sunnila clerico sum testis. Zanilus clerico sum test. (Lugo 760)
Sunila presbiter ts. Horosius presbiter ts. Didacus presbiter ts. (celanova 922)
Roderigu ts. Sunila ts. Montano ts (Celanofa 934)
Gundemarus diaconus ts., Sunila ts., Gundemiru Aldurieti ts., (sobrado 941)
Ero, cf. Sunilla, cf. Sediges in hanc scripturam (Lourenza 947)
Uidragildus clericus ts. Aloytus Sunilani ts. (samos 951)
et hic in ipsa villa vinea que fuit de Sunila media (Samos 958)
Pelagio confirma. Sunilo, Mito Argesindiz (Celanvoa 964)
Gramila ts. Synilla ts. Itilo ts. Medoma ts (celanova 967)
et fratri meo Sunilani cum consanguineis meis (Samos 969)
Sunila cum sua muliere et filiis suis (Samos 975)
ego Sunilla et uxor mea Susana vobis domno Cresconio (Celanova s. X)
Ero Audinizi. Azo Vimarizi. Fonso Sunilla (Celanova 987)
Sunnila Pinioliz cfr (signum) (Celanova 993)
Danilla. Savarigo. Sunilla. Merla. Buiso (Celanova 995)
et accepit sagionem regis et pontificis, nomine Sunilam (TA 999)
Os seguintes topónimos penso que podem ter a mesma orige; amossam todos perda de /n/ intervocálico, e gemeaçom do /l/ nom rara em deminutivos germánicos:
Soilám / Soilán (49 hab.- Chantada, Lugo)
Sinlhám / Sinllán (22 hab.- Nogais, Lugo)
Solháns / Solláns (295 hab.- Teo, Crunha)
Förstemann cita (ADN: 1371) um só Sunila junto com este Sunnila.
35.- BECILLA OU BECCILA ˂ PG *BĒGILAN 'Loita (dim.)'
Bispo arriano de Lugo que acode ao terceiro concílio de Toledo. Confirma as actas num posto modesto, indicando ser relativamente novo na sua cátedra. Lembremos que Lugo tinha já um bispo católico: o veterano Nitigisio, quem já era bispo quando se reunira o concilio II de Braga (ano 572).
'Becilla Lucensis Ecclesiae Episcopus subscripsi.'
'Beccila in Christi nomine civitatis Lucensis episcopus anathematizans heresim Arriani dogmatis superius damnatam fidem hanc sanctam catholicam, quam in ecclesia catholica veniens credidi, manu mea de toto corde subscripsi.'
O nome é, suspeito, um derivado do tema PG *bēgaz 'loita'. Nom se repite nas fontes galegas editadas da Idade Média, nem tem deixado tampouco toponímia associada.
Förstemann fornece as seguintes citas, com idêntica proposta etimológica (ADN: 231): Bachilo, Pecchilo.
36.- GARDINGUS ˂ PG *GARDINGAZ '(do) recinto, (da) corte'
Bispo arriano de Tui no ano 589, deveu ser nomeado no mesmo momento que o bispo de Lugo Becilla, bastante mais tarde já que o bispo católico Neufila. O seu nome corresponde-se coa verba goda (latinizada na desinência) gardingus, que se aplicava a um certo tipo de pessoa da máis alta nobreza, equivalendo ao latino vir illustre. Semánticamente tem porém o mesmo valor que o latim 'palatinus', derivando do protogermánico *gardōn 'recinto, casa' mediante o sufixo possesivo -ng-.
Gardingus Tudensis Ecclesiae Episcopus subscripsi.
Gardingus in Christi nomine civitatis Tudensis episcopus anathematizans heresim Arriani dogmatis superius damnatam fidem hanc sanctam catholicam, quam in ecclesia catholica veniens credidi, manu mea de toto corde subscripsi.
Este nome nom tem chegado a alta Idade Média, nem tem deixado toponímia associada.
Ainda que Förstemann nom fornece outros exemplos antigos (ADN: 600), si da as formas antroponímicas alemás actuais (no ano 1900): Gerting, Gertung.
37.- ARGIOVITUS ˂ PG *HARJOWĪTAZ 'Exercito-conhecido' ('quem é conhecido polo Povo/Exército')
Bispo arriano do Porto no ano 589, firma as actas só pouco depois de Gardingo:
Argiovitus Portucalensis Ecclesiae Episcopus subscripsi.
Arbitrus in Christi nomine civitatis Portucalensis episcopus anathematizans heresim Arriani dogmatis superius damnatam fidem hanc sanctam catholicam, quam in ecclesia catholica veniens credidi, manu mea de toto corde subscripsi.
O seu nome, um composto *Harjowitaz de *harjaz 'povo, exército' e *wītan 'conhecer', nom falta na documentaçom medieval galega:
de tempore de domni Argeviti et domni Trastalone (CODOLGA: Caaveiro 936)
Aluarus presbiter ts. Argeuitus presbiter ts. Sanctus presbiter ts. (Celanova 941)
Zamasomel, testis. Froila, testis. Argiuido, testis. (CODOLGA: Santiago 947)
in portione de filios Gunterodis id est Argiuitus gen(i)tibus Tratiuigia Recedrudi Gaudiosus Tequelo Julia filios Stanildi Sitiuidis Gluscudilum (CDGH 954)
hereditate nostra propria quos comparavimus de Argevitu et uxor sua Itilo (Celanova 1025)
sub domo Belliti et sub verea antiqua que fuit de Argevito et de sua mulier (Samos 1083)
O que vem acompanhado por um par de topónimos:
Argevide / Arxevide (30 hab.- Sárria, Lugo) ˂ et locos antiquos per termino de Sarria, et inde per Argiviti, et inde per terminos de Froian (Samos 1057); ipsas hereditates sunt ubi dicunt Argeviti et in illo codesale de illa strata (Samos s. XI); per terminos de Cesar, per terminos de Argiviti, per terminum de sancto Cosme, per terminum de Ranosindi (Samos 1072)
Arjuvide / Arxubide (4 hab.- Toques, Crunha)
Förstemann nom recolhe este nome, máis si outros com idêntico ou similar segundo tema (ADN: 1562): Altwid, Ermowit, Liuzwid, Alfwid, Kerwito, Raguitus...
38.- ERMENGON, ERMEGO
O nome Ermengon é o de umha mulher suaba, esposa dum vándalo de nome Ingomar, soterrada numha antiga igreja de Hippo Regio (hoje Annaba, Argélia), segundo se recolhe numha das poucas inscriçons africanas atribuíveis aos vándalos:
'DIE III IDUS SEPTE/MBRES RECESSIT E/RMENGON SUABA / BONE MEMORIE IN P/ACE ANN XXXV / CONIUA INGOMARIS' (AE 1962, +00347)
Sobre a orige desta mulher, nom hai moita dúvida de que era sueva, e puido ter chegado a África nom junto cos vándalos, senom posteriormente, como sinal de aliança entre estes e os suevos, nalgumha das numerosíssimas embaixadas mantidas entre estas gentes e que nos som mencionadas por Hidácio. Desde logo, o casamento era ente os germanos um jeito fundamental para a formaçom de alianças, e a própria crónica hidaciana é boa mostra dela (o rei Rechiario casa cumha princesa visigoda, e Rechimundus casa cumha mulher que lhe envia o godo Theodoredo).
Com respeito a verba suaba (germánico *swēb-), tem-se dito que amossava que entre os suebos o /e:/ germánico já se pronunciava /a:/ no século V, mais isto nom está de acordo coa toponímia galega (Suevos, Suegos, nom **Suavos), nem coa generalidade da antroponímia sueva (a nom ser Heremegario, com /aj/ ˃ /æ:/ ˃ /a:/): Ariamiro, Miro, Theudemiro, Hildemiro...
Por outra banda, a mesma inscriçom vándala amossa o nome Ingomaris, que contrasta poderosamente co topónimo galego Angumil, genitivo de *Ingomēr-, com preservaçom de /e:/. Ê dizer, esta inscriçom vándala (cuja língua presume-se germánica oriental) amossa duas vezes um fenómeno fonético geral nas línguas germánicas ocidentais: ē ˃ ā (SUABA por SUEBA, INGOMARIS por INGOMERIS). O 'a priori' quando sem comprovaçom 'a posteriori' é umha péssima prática científica. Que a língua vándala seja a priori oriental, arcaica, nom significa que nom estivesse a sofrer os mesmos cámbios sofridos por outras línguas de germaos que nom migrárom tam longe e viviam nas suas proximidades (penso em longobardos, bávaros e suíços), e cujo resultado nom conhecemos até o século VII e VIII (o antigo alto alemám). O apriorismo empregado por Piel no estudo da toponímia portuguesa germánica fai que sugira que a terminaçom -ila é visigótica e a -ilo sueva (por ser esta a terminaçom maioritária na antroponímia alemá medieval), sem parar-se tam sequera a fazer um breve estúdio introdutório da antroponímia sueva que lhe teria revelado que o sufijo suevo é -ila, como entre godos, vándalos, anglos, nórdicos...
Prossigamos. Este mesmo nome, Ermengon, é portado por umha mulher que foi soterrada num sartego em Tomeça, Ponte Vedra. A inscriçom foi-nos transmitida por Sarmiento, que a cópia no século XVIII. Morta o ano 624, é raçoavel pensar que tanto ela como o seu nome eram suevos:
'HIC REQUI]/[E]SCIT CORPUS / ERMENGON / TRANSIVIT [IN] CA/L(ENDAS) MAI(AS) / (A)ERA DCLXII [3] QUIQUMQ(UE!) / HOC LEGERIT ET TEMER(ARIO) / [AUS]U VOLUERIT CORPUS ALIEN[UM] / IN LOCO ISTO DEPONERE ANAT(H)EMA SIT" (IRG-03, 00066)
O mesmo nome, na forma Ermego, é portado por umha mulher do século X, perto de Celanova:
'que ganavit de Ildontia et de filia sua Ermego terras sub sancto Iuliano' (Celanova s. X)
Förstemann nom recolhe este nome, que pola sua estranheza tem sido editado por vezes como ERMENGONDA; ante a tripla coincidência anterior, penso que é um nome independente, e que nom é necessário nem aconselhável emendar as leituras das anteriores inscriçons.
39.- HUNIMUNDUS ˂ PG *HŪNIMUNDUZ 'Jovem-protecçom'
Suevo centro-europeu que deveu viver no último quarto do século V, Hunumundus é citado por Jordanes, que o qualifica de duque (chefe milar) e rei dos suavos (a mesma verba aplica aos suevos da Galiza noutros fragmentos da sua obra: 'Riciarium Suavorum regem').
quiescente vero tandem Hunnorum gente a Gothis Hunumundus Suavorum dux dum ad depraedandas Dalmatias transit, armenta Gothorum in campis errantia depraedavit, quia Dalmatia Suaviae vicina erat nec aPannonios fines multum distabat, praesertim ubi tunc Gothi residebant. quid plurimum? Hunimundus cum Suavis vastatis Dalmatiis ad sua revertens, Thiudimer germanus Valameris regis Gothorum non tantum iacturam armentorum dolens quantum metuens, ne Suavi, si inpune hoc lucrarentur, ad maiorem licentiam prosilirent, sic vigilavit in eorum transitu, ut intempesta nocte dormientes invaderet ad lacum Pelsodis consertoque inopinato proelio ita eos oppressit, ut etiam ipsum regem Hunimundum captum omnem exercitum eius, qui gladio evadissent, Gothorum subderet servituti, et dum multum esset amator misericordiae, facta ultione veniam condonavit reconciliatusque cum Suavis eundem, quem ceperat, adoptans sibi filium, remisit cum suis in Suavia. (LIII)
Quorum exitio Suavorum reges Hunimundus et Halaricus vereti; in Gothos arma moverunt freti auxilio Sarmatarum, qui cum Beuca et Babai regibus suis auxiliarii ei advenissent (LIV).
O nome é um composto *Hunimunduz, de *hūnaz 'que medra, novo' (ou do nome étnico huno?) e *munduz 'protecçom'. Nom é frequente na Idade Média na Galiza ou Portugal, nem tem deixado toponímia associada:
Froia Saracini cf., Baltarius Unemundiz cf., Vimara Ordoniz cf. (Sobrado 952)
Gresulfu Sugemiriz, Petrus Petri, Onemundus (CODOLGA: Braga 1025)
Förstemann recolhe apenas três persoas com este nome (ADN: 934): Hunimund, Hunimund, Unimund (suevo, godo e longobardo, respectivamente).
40.- HALARICUS ˂ PH *ALARĪKAZ 'Todo, totalmente-Rei'
Rei dos suevos centro-europeus a fins do século V, só é nomeado por Jordanes:
Quorum exitio Suavorum reges Hunimundus et Halaricus vereti; in Gothos arma moverunt freti auxilio Sarmatarum, qui cum Beuca et Babai regibus suis auxiliarii ei advenissent (LIV).
Pola própria grafia de Jordanes, que alternava formas com ˂h˃ e outras sem ela, sabemos que é o mesmo nome que Alarico, um composto do adverbio PG *ala 'todo, totalmente' co segundo elemento *rīkaz 'rei'. É nome pouco frequente na Idade Média na Galiza:
ecclesia sancta Maria de Uermes quam fundamentauit Alaricus et sua progenie (CODOLGA: Lugo 747)
Leouegildus ts., Alaricus ts., Varuarinus ts (Sobrado 827)
Teodila ts. Gimondo ts. Alarico ts. Ordonio ts. Baltario ts. (Celanova 955)
Förstemann recolhe: Alaricus, Alarich, Alarihc, Alarih, Allaricus, Halaricus, Alrich (ADN: 53-54)
Nom parece que seja o mesmo nome o seguinte, composto do primeiro elemento *aljaz 'eleger, escolher':
et sic cessavimus ad arca qui dividet inter Parata et Aliarici (Celanova 940)
et villa Aliarici quam nobis dedit Menendus et filii sui pro nostro renovo; (Samos 978)
Gademiro diaconus filii Atilani; Egela diaconus cfr.; Aliarico diaconus cfr.; (Celanova 1000)
Que si tem deixado abundante toponímia, na Galiza e em Portugal:
Alhariz / Allariz (2670 hab.- Alhariz, Ourense)
Alhariz / Allariz (7 hab.- Lugo, Lugo)
Alhariz / Allariz (100 hab.- Marim, Ponte Vedra)
Algeriz (Anadia, Aveiro)
Algeriz (Val de Cambra, Aveiro)
Santa Lucrécia de Algeriz (Braga, Braga)
Santiago da Ribeira de Alhariz (Valpaços, Vila Real)
41.- GOMEDEI (gen.) ˂ PG *GUMEÞEWAZ 'Home-servo'
Topónimo de orige antroponímico recolhido no paroquial suevo, como Villa Gomedei, igreja dependente da sé de Porto. Formalmente é um genitivo de Gomedeus*, nome composto cum primeiro elemento *gumōn 'home' e o segundo *þewaz 'servo, seguidor'. Comparte coa antroponímia sueva da mesma época a preservaçom do /e/ breve protogermánico como /e/, no entanto o gótico já o tinha convertido em /i/ breve.
Nom o acho na Galiza nem como topónimo nem como antropónimo. Si o recolhe Förstemann: Gomadeo, Gomedeus (ADN: 692).
42.- RODOMIRO (abl.) ˂ PG *HRŌÞOMĒRAZ 'Sona-afamado'
Rodomiro é no paroquial suevo (ou partiçom do rei Teodomiro) umha igreja dependente de Viseu. Pola sua desinência é um ablativo do antropónimo Rodomirus*, do PG *Hrōþomēraz, composto de *hrōþaz 'sona, fama', e *mēraz 'afamado'.
Förstemann recolhe Hrotmar, Chrodomar, Chrodmar, Crodmar, Hruadmar, Hruotmar, Rodomar, Rodimar, Rodemar, Rotmor, Rothmar, Ruadmir, Rutmar, Ruthmar, Romar... (ADN: 911).
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